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É diretora-executiva do Instituto Ideias

COP 30: desafios e oportunidades no jogo climático

Sediar a COP 30 na Amazônia é mais que uma honra simbólica — é a chance de o Brasil liderar, com coerência, a transição rumo a uma economia verde e inclusiva

  • Luana Romero É diretora-executiva do Instituto Ideias
Publicado em 13/10/2025 às 17h00

Faltando apenas um mês para a COP 30, que será entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém, no Pará (PA), o Brasil se prepara para um momento histórico. Pela primeira vez, a maior conferência climática do mundo acontecerá em solo brasileiro. Será também a primeira vez que a Amazônia, símbolo mundial da biodiversidade e dos desafios ambientais, sediará um evento dessa magnitude.

A Conferência da ONU reúne líderes globais, cientistas, empresas e representantes da sociedade civil para negociar metas e compromissos coletivos em torno de um objetivo comum: frear o aquecimento global e impulsionar ações que tornem possível um futuro sustentável. As decisões tomadas nesses encontros moldam o destino do planeta. E é exatamente por isso que a COP30 desperta tanta expectativa e responsabilidades.

Amazônia compreende um conjunto de ecossistemas que envolve a bacia hidrográfica do Rio Amazonas, bem como a Floresta Amazônica.
Amazônia, coração do equilíbrio climático global, reflete os dilemas do nosso tempo. Crédito: Divulgação/ Pexels

A escolha de Belém como sede é simbólica e estratégica. A Amazônia, coração do equilíbrio climático global, reflete os dilemas do nosso tempo: desenvolvimento e preservação, crescimento econômico e justiça ambiental. O Brasil chega à COP30 com o desafio de mostrar que é possível conciliar esses caminhos.

Temos o privilégio de abrigar a maior floresta tropical do planeta e contar com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. No entanto, ainda convivemos com taxas preocupantes de desmatamento e com o avanço do uso de combustíveis fósseis. Essa contradição expõe a urgência de uma transição energética justa e inclusiva, que leve inovação e acesso às comunidades, democratizando os benefícios da economia verde.

Outro ponto essencial será o financiamento climático. Segundo estimativas da ONU, os países em desenvolvimento precisarão de cerca de US$ 2,4 trilhões por ano até 2030 para cumprir suas metas ambientais. Mas o que vemos, em grande parte, ainda são promessas que não se concretizam. Não basta anunciar números em conferências. É preciso garantir que o financiamento chegue a quem realmente precisa e gere resultados concretos, especialmente em territórios vulneráveis.

A COP 30 será uma oportunidade única para mostrar ao mundo que podemos trilhar um caminho diferente, capaz de unir desenvolvimento e preservação. As decisões tomadas aqui moldarão não apenas nossa presença no cenário internacional, mas também o futuro que deixaremos para as próximas gerações.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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