
Alexandre Ruschi*
Neste 6 de julho, completam-se dez anos da criação do Dia C (Dia Internacional do Cooperativismo). Embora este modelo de negócio exista há mais de 150 anos, há um desconhecimento impressionante com relação ao seu papel econômico-social para o Brasil.
Hoje, vemos o surgimento de startups, fintechs e aplicativos que promovem a economia solidária. As cooperativas podem ser a chave para fortalecer esse sistema, pois a intercooperação e a gestão democrática estão em sua essência. Basta que seu modelo seja considerado nas escolas de negócios e na capacitação de jovens empreendedores, por exemplo.
Infelizmente, lidamos com diversas barreiras. Uma delas é a lei que regulamenta as cooperativas, de 1971. Sua adequação à realidade atual do mercado tornaria o cooperativismo mais próximo dos brasileiros.
Somos 14,2 milhões de cooperados no Brasil, 6,5 mil cooperativas de ramos diversos - como saúde, finanças, serviços e agropecuária. Segundo a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), o cooperativismo gera 400 mil empregos formais e movimenta R$ 420 bilhões anualmente. É preciso valorizar e entender o papel do cooperativismo na geração de renda e acessibilidade a produtos e serviços que, se não fosse por ele, não chegariam às áreas mais remotas do Brasil.
O cooperativismo de saúde é o único a atuar nos quatro cantos do país. Considerando apenas os números do Sistema Unimed, são mais de 115 mil médicos cooperados, 25% dos profissionais do país. Atende 18 milhões de beneficiários em 84% do território nacional e tem a segunda maior rede hospitalar. Em 2018, as cooperativas Unimed geraram receita de R$ 63 bilhões com a operação de planos de saúde.
Quando me tornei cooperado na Unimed Vitória, há mais de 30 anos, não imaginava que o modelo tomasse outras áreas. Hoje, no Estado do Espírito Santo são 127 cooperativas (de vários ramos) que geram 8.040 empregos.
O cooperativismo responde aos desafios de uma economia cada vez mais digital, mudanças sociais, inovações e tecnologia. É um caminho sustentável e que permitirá às novas gerações oportunidades de crescimento profissional com qualidade de vida, autoconfiança, igualdade social e econômica. Antes, porém, é preciso que entendam o seu valor. Afinal, são 150 anos de história para comprovar nosso impacto e contribuição no desenvolvimento do país.
Este vídeo pode te interessar
*O autor é presidente da Central Nacional Unimed, presidente executivo da Federação das Unimeds do Estado do ES e membro do Conselho de Administração da Unimed Participações
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.