Brasil precisa de uma faxina profunda para voltar à normalidade

O nosso povo brasileiro, com justas razões, jamais aceitará que se imponham novos impostos em um país ainda carente de um rol de providências evidentes

Publicado em 18/09/2019 às 23h36
Atualizado em 29/09/2019 às 12h21

Congresso Nacional

Cariê Lindenberg*

Confesso que não me considero confortável para opinar sobre finanças públicas, notadamente as intrincadas tributárias brasileiras. Contudo, abelhudo, arrisco-me despreocupado em me envergonhar de algo que assumo publicamente. Estou seguro de que existam caminhos óbvios e imprescindíveis para o país se credenciar e se restabelecer minimamente dessa penosa situação na qual se encontra.

É comum vermos rejeitados pelos brasileiros, quando impropriamente se pretende, com frequente pertinência, aumentar impostos, exercendo uma fórmula fácil de recuperar o país de presumíveis despenhadeiros. Como consequência, requer-se sempre a criação ou recriação de impostos já extintos por conta de repulsas públicas. Essa pretensão certamente simplista costuma esbarrar brutalmente nas aspirações populares, em razão de que o Congresso, atento aos reclamos nacionais, susta o intento com apropriada pertinência.

Empresários, profissionais liberais e o povo em geral estão exaustos dessas ilusórias promessas já tão surradas que desatenderam suas finalidades originais, algo de que a CPMF é o mais nítido exemplo, eis que lhe cabia ter resolvido todas as deficiências da saúde brasileira. Acabou sendo desviada e jamais cumpriu seus objetivos.

O nosso povo brasileiro, com justas razões, jamais aceitará que se imponham novos impostos em um país ainda carente de um rol de providências cirúrgicas evidentes, que acrescentem soluções claras de economia, manutenção e crescimento à vista de todos.

Enquanto não sejam realizadas inúmeras e imprescindíveis providências verdadeiramente profundas no país, jamais sairemos dessa cova. É urgente sanear os desvirtuados comportamentos públicos e privados, o excesso de prédios, órgãos e pessoas inúteis que vivem à toa, à custa dos impostos que todos pagamos. Precisamos deslanchar urgentemente o desenvolvimento do país para, no mínimo, resolver dois de seus mais graves problemas: a fome e o desemprego.

A nossa estrutura de governança necessita se adequar ao mínimo ponto que faça sobrar recursos para sanear as graves deficiências e partir para deslanchar afinal o desenvolvimento. Somente após isso seriam admissíveis novos impostos pela população, caso ainda necessário, para nos levantarmos definitivamente como grande potência, livre dos problemas e das insuficiências financeiras que tanto nos afligem hoje.

Arrumando a casa e satisfazendo nossas obrigações correntes e de investimentos imprescindíveis, acompanharemos o mundo real e não a exceção, como o triste desatino que exibe a vizinha Venezuela.

Os políticos e dirigentes brasileiros precisam se conscientizar de que enquanto não promovermos uma justiça equânime e uma intensa faxina nas práticas hoje correntes não chegaremos a lugar nenhum.

Há que se combater bravamente o corporativismo brasileiro e se empenhar em substituir as gordas propinas ainda existentes por orçamentos justos nas obras públicas, apenas as que sejam imprescindíveis, para acabar com o furto ostensivo e sobrar dinheiro. O país não terá jamais condições de pleitear mais recursos dos contribuintes.

*O autor é empresário

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