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É pneumologista e especialista em Medicina do Sono. Formada em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e especialista em Pneumologia e Tisologia pelo Hospital Julia Kubitschek/MG. Presidente da Associação Brasileira do Sono – regional ES

Alerta sobre a baixa procura da vacina bivalente

Com as fake news e a baixa incidência do Covid-19, a população não está procurando os postos para se imunizar, sendo que a atual vacina bivalente oferece proteção contra a cepa original e a subvariante da Ômicron

  • Jessica Polese É pneumologista e especialista em Medicina do Sono. Formada em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e especialista em Pneumologia e Tisologia pelo Hospital Julia Kubitschek/MG. Presidente da Associação Brasileira do Sono – regional ES
Publicado em 21/07/2023 às 14h17
Vacina Bivalente contra a Covid-19, em Vitória
Vacina bivalente contra a Covid-19, em Vitória. Crédito: Ricardo Medeiros

A campanha de imunização contra a Covid com a vacina bivalente segue em baixa em todo o país. Segundo o Ministério da Saúde, de um público-alvo de 55 milhões de pessoas, apenas 12,5 milhões tomaram a vacina bivalente até o mês de maio. Não foi à toa que por conta dessa baixa adesão foi liberada a vacinação para toda a população acima de 18 anos que tenha ao menos tomado duas doses das vacinas contra a Covid, em um período de quatro meses.

Em estudo que participei com outros colegas na Universidade Federal do Espírito Santo sobre as sequelas da Covid, nosso objetivo foi acompanhar sobreviventes de Covid-19 grave sem comorbidades prévias, a fim de identificar indivíduos com comprometimento pulmonar persistente após alta hospitalar.

Tivemos um artigo “Função pulmonar e capacidade de exercício seis meses após a alta hospitalar de pacientes com Covid-19 grave”, publicado pela The Brazilian Journal of Infectious Diseases, – publicação oficial da Sociedade Brasileira de Doenças Infecciosas (SBI) – onde mostramos dados científicos sobre as sequelas em pacientes que ficaram internados em estado grave por conta do Covid. Percebemos que a longo prazo da doença, especialmente o comprometimento pulmonar é frequente.

Entre 44 pacientes, 31 deles, sendo 26 homens, completaram o acompanhamento por seis meses (média de idade de 54 anos). Em dados percentuais, 28% ainda apresentavam pelo menos um sintoma por conta da internação pela doença, e a mais comum foi dispneia (17,2%), seguida de tosse (13,8%) e mialgia (10,3%).

Vale ressaltar que seis meses após a alta hospitalar, percebemos que a função pulmonar e a capacidade de exercício tornaram-se reduzidas. Chamamos de Covid longa os sintomas persistentes e o comprometimento funcional do organismo.

Dessa forma, venho reiterar a importância de se continuar se protegendo contra esse vírus e protegendo os mais frágeis, idosos e pessoas com comorbidades. E isso se faz com vacinação. A baixa adesão ao esquema vacinal é inimaginável - principalmente por tudo que se viveu na pandemia.

Com as fake news e a baixa incidência do Covid-19, a população não está procurando os postos para se imunizar, sendo que a atual vacina bivalente oferece proteção contra a cepa original e a subvariante da Ômicron, principal vírus que ainda circula no mundo. Vale lembrar que a Covid-19 foi justamente controlada por conta da vacinação. Até a vacinação contra a gripe (vírus Influenza) já foi motivo de fake news, e a procura também não foi como esperado. É preciso continuar se protegendo com a vacina.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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