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A Gazeta se renova para se manter relevante e independente

Jornais compromissados em todo o mundo lidam, cada um à sua maneira, com as transformações que os novos tempos trazem

  • Gisele Arantes
Publicado em 29/09/2019 às 20h02
Parque Gráfico da Rede Gazeta. Crédito: Carlos Alberto Silva
Parque Gráfico da Rede Gazeta. Crédito: Carlos Alberto Silva

Há exatos 50 anos, às vésperas de se tornar “a única unanimidade nacional”, como definiu Millôr Fernandes, Chico Buarque compôs no exílio a música “Essa Moça Tá Diferente”. O que à primeira audição parece uma canção sobre um amor não correspondido, em uma camada mais profunda traça a relação dialética entre tradição e modernidade.

Naquele país cindido – retrógrado por um lado, decidido a se supermodernizar por outro –, em que o espírito do tempo gritava por rupturas, o compositor sinalizava que evoluir não se trata de despeito ou desdém por tudo que representa o passado. Há valores que, de tão pétreos, precisam permanecer.

O tempo vai, o tempo vem, Chico Buarque, infelizmente, não é mais uma unanimidade nacional. Mas aquele Brasil de 1969 ainda guarda similaridades com este 2019. Também vivemos em um país cindido e presenciamos as profundas mudanças de uma revolução – agora digital. Esses momentos decisivos chacoalham a História, para que a sociedade decida quais ideias podem ser desinventadas e quais devem ser guardadas do lado esquerdo do peito.

São sempre momentos de alerta e de luta, para que nesse movimento não transformemos democracia e liberdade em palavras vazias, que só encontram sentido no dicionário. E uma das armas mais eficazes nesse embate é o jornalismo, pelo simples motivo de que não há cidadania possível sem informação.

Experimente imaginar o mundo sem o olhar vigilante de jornalistas sobre o poder público, sem as histórias que a imprensa registra e as memórias que ela preserva. Sem a dedicação que escarafuncha escaninhos, pilhas de documentos e zonas de guerra atrás da verdade.

Jornais compromissados em todo o mundo lidam, cada um à sua maneira, com as transformações que os novos tempos trazem. Mudam para permanecerem firmes em sua missão. E é por isso que A Gazeta, esta moça de 91 anos, está ficando diferente. Sem queimar pontes com o passado, alia tradição e modernidade. Renova-se para manter-se relevante e independente.

*A autora é editora de Opinião de A Gazeta

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