Publicado em 31 de julho de 2024 às 10:11
O orgasmo, considerado o clímax de uma relação sexual, envolve uma série de respostas fisiológicas e emocionais do corpo. Além deste ponto alto, tudo que engloba o sexo é benefício para o organismo, por causa da liberação de hormônios, como ocitocina e a dopamina, proporcionando bem-estar. >
Ludmila Bercaire, ginecologista especializada em reprodução humana pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), explica que "a própria saúde sexual é um dos pilares do bem-estar físico e emocional. Conhecer o próprio corpo, entender o processo da sexualidade, saber como chegar ao orgasmo, tudo isso faz parte da saúde sexual".>
Durante a excitação sexual, há um aumento do ritmo cardíaco, da pressão arterial e da respiração, além de um maior fluxo sanguíneo para os órgãos genitais. "Isso culmina na fase de platô, seguida por contrações musculares rítmicas dos músculos pélvicos e áreas adjacentes", explica a médica.>
O orgasmo ajuda a diminuir o estresse do dia a dia. "Com a liberação de dopamina, serotonina e adrenalina, atua como um inibidor de estresse, como um fator de relaxamento, que contribui para a saúde mental, até melhorando o sono, por exemplo.">
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Bercaire afirma que "quando o organismo está em homeostase 'o equilíbrio das funções metabólicas do corpo' isso tende a fortalecer o sistema imunológico. Portanto, a relação é mais indireta, pois não é a atividade sexual ou o orgasmo que diretamente influenciam o sistema imunológico, mas sim o equilíbrio geral do organismo".>
A atividade sexual contribui para a saúde cardiovascular e pode ser considerada uma forma de exercício físico, promove essa harmonia do corpo e, consequentemente, melhora a imunidade.>
A sexóloga, Natali Gutierrez, da Dona Coelha, explica que ter orgasmos com certa frequência contribui significativamente para nossa saúde mental. Contudo, ela afirma que não devemos delegar toda a nossa estabilidade emocional ao orgasmo.>
"Precisamos fazer outras coisas: terapia, atividade física, comer bem, beber água e estar bem com nós mesmas. Contudo, o orgasmo é um complemento excelente para nosso bem-estar. Estar nesse lugar de autoconhecimento, de gostar de estar comigo, de me relacionar bem com meu corpo e comigo mesma, é fundamental", completa.>
O orgasmo está também ligado à autoestima, o que promove um equilíbrio também no corpo feminino. "Não há nada mais libertador do que conhecer nosso próprio corpo e ter uma relação bem resolvida com nossa sexualidade", diz a sexóloga Natali Gutierrez.>
Ainda que o orgasmo feminino esteja ligado a tabus, a sexóloga cita a importância de se conhecer. "Falar sobre sexo é um grande tabu, e o orgasmo feminino é ainda mais", afirma.>
"Uma mulher que compreende o que é um orgasmo, sabe como estimular o clitóris e entende seu próprio momento de conexão enfrenta muitos tabus. Ser mulher, por si só, parece ser um grande tabu, já que desde o nascimento nós carregamos uma carga de tabus que envolvem a sexualidade", completa.>
Não há uma prescrição formal de frequência para a atividade sexual ou masturbação, nem estudos que determinem a quantidade ideal por dia. Mas a ginecologista Ludmila Bercaire frisa que "o essencial é manter uma boa conexão com a própria sexualidade, seja por meio da masturbação ou da troca sexual".>
A médica cita que esse vínculo sexual pode ser essencial para o controle da ansiedade, do estresse e para o bem-estar geral. Bercaire explica que, cientificamente falando, que depressão e ansiedade tendem a diminuir quando há uma saúde sexual satisfatória.>
Por outro lado, Bercaire cita que pessoas com ansiedade frequentemente enfrentam queda de libido ou disfunção sexual, o que também precisa ser tratado, de uma forma que considere o aspecto emocional, a autoestima, relacionamentos e os hormônios.>
"A libido é multifatorial e complexa, especialmente nas mulheres. A sexualidade e o bem-estar emocional se reforçam mutuamente", completa. Para esse tipo de terapia os médicos precisam usar de estratégias multifatores para promover a saúde sexual e a estabilidade emocional.>
A médica cita também que esse ciclo pode ser virtuoso ou vicioso, como disse a sexóloga Natali Gutierrez acima, não dá para usar do orgasmo como uma forma de fugir de todas as frustrações, assim como acontece com os vícios.>
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