Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, houve um aumento de adultos que desenvolveram visão dupla e estrabismo após a infecção pelo vírus. Sabe-se que o vírus tem uma preferência pelo sistema neurológico, podendo causar uma inflamação em alguns nervos cranianos responsáveis pelos movimentos dos olhos, e com isso, levar ao desalinhamento ocular e consequente diplopia, que é conhecida como visão dupla.
Uma pesquisa publicada no jornal Lancet Psychiatry analisou 236.379 mil pacientes, sendo a maioria americanos, e descobriu que 34% deles acabaram diagnosticados com doenças neurológicas ou psiquiátricas nos seis meses seguintes à infecção.
De acordo com a oftalmologista Hanna Teodoro, do Hospital de Olhos de Vitória, o nervo mais acometido nesses casos de infecção é o nervo abducente (sexto nervo craniano), responsável por fazer o olho se mover para fora, em direção à orelha, mas também pode acometer os demais nervos que comandam os músculos oculares.“Com o acometimento do sexto nervo craniano, o paciente irá apresentar estrabismo convergente, que é o desvio para dentro, e visão dupla horizontal, que é quando uma imagem se torna duas, uma ao lado da outra”, explicou a médica.
Na maioria dos casos o estrabismo melhora espontaneamente mas, caso permaneça por mais tempo, pode ser necessária alguma intervenção, que inclui tratamento com toxina botulínica ou cirurgia. “Após acabar o período de isolamento (10 dias após início dos sintomas ou do PCR e sem sintomas por 3 dias), é muito importante procurar um oftalmologista para fazer um exame oftalmológico completo, e se apresentar sintomas de visão dupla, procurar um especialista na área de Estrabismo”, disse.
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