Publicado em 14 de abril de 2020 às 08:39
França e Itália decidiram ontem manter suas restrições de mobilidade para tentar conter o avanço do coronavírus, enquanto o Reino Unido deve prorrogar, ainda nesta semana, as normas de isolamento social da população. As medidas mostram o quanto alguns governos europeus temem retomar as atividades econômicas cedo demais e ter de enfrentar depois uma nova onda da pandemia.>
Em pronunciamento, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda (13) a prorrogação das regras atuais de "confinamento rígido" até 11 de maio - a partir da data, disse Macron, creches e escolas serão reabertas "progressivamente". De acordo com ele, bares, cafés, restaurantes e hotéis devem continuar fechados mesmo após o dia 11 de maio. >
Macron afirmou ainda que os grupos mais sensíveis à doença, como idosos e doentes crônicos, terão de permanecer confinados por mais tempo. A França registrou ontem 574 mortes pela covid-19, elevando o total para 14.967, segundo o Ministério da Saúde. O país tem mais de 98 mil casos da doença. >
Apesar de números que mostram uma desaceleração da disseminação do vírus, a Itália também prorrogou nesta segunda (13) as medidas de restrição até 3 de maio, com a obrigação de confinamento em casa e fechamento de atividades não essenciais. >
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Um novo decreto começa a vigorar hoje e permitirá apenas a abertura de alguns poucos estabelecimentos, quase simbolicamente e em maneira experimental, como livrarias, papelarias, lojas de roupas infantis. O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, descartou a abertura de indústrias, apesar das pressões econômicas. >
"No momento, qualquer hipótese sobre isso é prematura", disse Angelo Borelli, diretor da agência de Defesa Civil, em entrevista coletiva. >
"Ainda estamos na fase um, não há dúvidas", disse Gianni Rezza, do Conselho Técnico Científico, que assessora o governo italiano. Ao todo, o país tem quase 160 mil infectados e mais de 20 mil mortes. >
Já o Reino Unido indicou que também deve manter o isolamento social. Em entrevista coletiva, o secretário de Estado do Reino Unido, Dominic Raab, disse ser "cedo demais" para considerar a possibilidade de flexibilizar as restrições impostas há três semanas para conter a propagação do coronavírus. >
"Haverá um momento no futuro em que poderemos falar de uma transição, mas ainda não chegamos lá", disse Raab, que substitui Boris Johnson como chefe de governo, enquanto o primeiro-ministro se recupera da covid-19, na residência oficial, em Chequers, depois de ter recebido alta no domingo. O premiê estava internado desde o dia 5 de abril e passou três noites na UTI.>
Segundo Raab, haverá uma reunião na quinta-feira para avaliar as restrições, que devem ser mantidas. Os números do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) indicam que quase 114 mil já morreram pela covid-19 nos hospitais britânicos, 717 nas últimas 24 horas. O Reino Unido tem mais de 88 mil infecções confirmadas. >
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