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Brasil deve endossar na ONU resolução condenando invasão da Ucrânia

Brasil deve endossar na ONU resolução condenando invasão da Ucrânia

No diagnóstico do governo Bolsonaro, uma abstenção no momento poderia ser interpretada como um apoio brasileiro à agressão comandada por Putin

Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 14:49

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O governo Jair Bolsonaro (PL) planeja endossar, nesta sexta-feira (25), uma resolução a ser apresentada no Conselho de Segurança da ONU que condena a invasão da Ucrânia por tropas russas.

UKR - RÚSSIA/UCRÂNIA/ATAQUE - INTERNACIONAL -  Um dia após o presidente da Rússia, Vladimir   Putin, autorizar uma invasão militar em larga escala na Ucrânia, tropas russas   alcançaram  Kiev, a capital do país vizinho.
Ucrânia tem sido alvo de ataques por tropas russas. (EMILIO MORENATTI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

O texto ainda está em negociação e deve ser analisado na sessão convocada para as 15h, no horário de Nova York (17h em Brasília).

De acordo com interlocutores, a tendência é que o Brasil apoie a resolução.

A intenção do governo brasileiro de apoiar o texto foi divulgada pela CNN Brasil e confirmada pela Folha de S.Paulo.

Embora até o momento o Itamaraty tenha evitado adotar uma linguagem mais dura contra a Rússia, a avaliação entre diplomatas é que a ofensiva ordenada pelo presidente Vladimir Putin na madrugada desta quinta-feira (24) mudou a situação de patamar.

Se há a preocupação em preservar as relações brasileiras com Moscou, a agressão de uma potência militar como a Rússia contra um país mais fraco também foi considerada como inaceitável pelo Itamaraty.

No diagnóstico do governo Bolsonaro, uma abstenção no momento poderia ser interpretada como um apoio brasileiro à agressão comandada por Putin.

O resultado da votação, no entanto, deve ser simbólico. A Rússia tem poder de veto no Conselho de Segurança e não vai permitir que uma redação contra seus interesses seja aprovada.

Uma versão do documento revelada pela CNN Brasil diz que o quadro atual na Ucrânia constitui uma violação da paz e da segurança internacional; também condena nos termos mais fortes a agressão da Rússia contra a Ucrânia e decide que o Kremlin deve interromper imediatamente o uso da força contra o país do leste europeu.

Estabelece ainda que os russos devem ordenar a retirada imediata e incondicional de suas tropas do território ucraniano.

Ainda não está definido se essa redação será mantida.

O Brasil vinha tentando se equilibrar entre a posição dos Estados Unidos e aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a da Rússia de Vladimir Putin.

A última manifestação do embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, ocorreu na noite de quarta (23). Na ocasião, o diplomata brasileiro disse que "a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial, soberania e independência política de um membro da ONU é inaceitável".

Apesar dos termos críticos, na ocasião Costa Filho não mencionou diretamente o governo da Rússia e passou longe da retórica americana e de aliados europeus que responsabilizam diretamente Putin pela maior ameaça militar no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

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