Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 10:59
A Austrália autorizou hoje a retirada forçada de moradores dos estados mais devastados pelos incêndios, como Nova Gales do Sul. Os serviços meteorológicos alertam para um novo pico de calor no sábado. >
A chefe do governo estadual de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, declarou estado de emergência com duração de sete dias para permitir a retirada forçada de pessoas a partir de sexta-feira.>
Desde o início da temporada de incêndios, em setembro, esta é a terceira vez que é declarado um estado de emergência na Nova Gales do Sul, o estado mais populoso da Austrália.>
"Não tomamos esse tipo de decisão de ânimo leve, mas queremos garantir que são tomadas todas as medidas necessárias para nos prepararmos para o que pode ser um sábado horrível", explicou Gladys Berejiklian.>
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A declaração foi feita pouco depois de os bombeiros de Nova Gales do Sul terem pedido aos turistas para saírem de uma área costeira de 200 km de extensão, que abrange a cidade de Batemans Bay (a cerca de 300 km ao sul de Sydney) e se estende até ao sul do estado de Victoria.>
Vários incêndios descontrolados devastaram o sudeste do país na véspera do Ano Novo, matando oito pessoas. Foi o dia com maior número de mortes desde o início da crise.>
Desde setembro, os incêndios na Austrália já provocaram a morte de pelo menos 18 pessoas, mas o balanço poderá subir, já que as autoridades de Victoria avisaram hoje que há 17 pessoas desaparecidas naquele estado.>
Os apelos feitos pelas autoridades são para as pessoas saírem das áreas assinaladas antes de sábado, dia em que se esperam fortes rajadas de vento e temperaturas acima dos 40°C.>
A evacuação da área não turística será "a maior de todos os tempos na região", disse o ministro dos Transportes da Nova Gales do Sul, Andrew Constance.>
Uma longa fila de carros estava hoje a formar-se na autoestrada em direção a Sydney. Um dos condutores disse à AFP que demorou mais de três horas para percorrer apenas 50 quilómetros.>
O diretor-adjunto dos bombeiros, Rob Rogers, admitiu que é impossível, neste momento, apagar ou sequer controlar os incêndios em curso no estado.>
"Existem tantos nesta área que não conseguimos conter", admitiu, acrescentando que, neste momento, o papel dos bombeiros é "apenas garantir que mais ninguém atravesse na frente dos fogos".>
Mais de 400 casas foram destruídas nos últimos dias, número que deverá aumentar à medida que os bombeiros conseguem chegar às aldeias mais remotas.>
Navios e aviões militares foram enviados, juntamente com equipes de emergência, para fornecer ajuda humanitária e avaliar os danos nas áreas mais remotas.>
Dois navios chegaram hoje de manhã à cidade costeira de Mallacoota, onde as pessoas estão, desde terça-feira, refugiadas na praia para fugir das chamas que atingiram a cidade.>
Em um primeiro momento, deverão ser retiradas até 4 mil pessoas, mas as operações podem durar várias semanas, segundo as autoridades.>
O comandante da Força de Combate a Incêndios do estado de Victoria, Doug Laidlaw, explicou que as pessoas devem começar a chegar aos navios na sexta-feira de manhã e sublinhou que as crianças, os doentes e os idosos têm prioridade.>
Desde o início da temporada de incêndios, mais de 1,3 mil casas foram reduzidas a cinzas e 5,5 milhões de hectares foram destruídos, o que representa uma área maior que a de um país como a Dinamarca ou a Holanda.>
A crise provocou protestos para exigir do governo medidas imediatas contra o aquecimento global. Cientistas dizem ser esta a causa destes incêndios.>
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, que renovou recentemente o seu apoio à indústria de carvão australiana, tem sido amplamente criticado.>
Com informações da Agência Brasil>
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