Vitiligo: saiba o que é a doença que causa manchas brancas na pele

Pacientes que têm tendência ou já sofrem com a doença devem evitar fatores que possam acelerar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes, como a exposição solar prolongada, ferimentos na pele e estresse

Mulher com vitiligo

A doença é caracterizada pela perda de pigmentação da pele. Crédito: Freepik

No dia 25 de junho é comemorado o Dia Mundial do Vitiligo, data criada para conscientizar a população e minimizar o preconceito sobre a doença que afeta até 1% da população mundial e é caracterizada pela perda de pigmentação da pele. Vários famosos já admitiram sofrer com a doença, como a atriz Luiza Brunet, a blogueira Sophia Alckmin e a modelo Winnie Harlow.

“Mesmo sendo uma doença benigna e não contagiosa, as lesões provocadas pelo vitiligo geram um impacto significante na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Geralmente, há um impacto psicológico, profissional e social na vida do paciente”, afirma a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

De acordo com a médica, o principal e único sintoma da doença apresentado pela grande maioria dos pacientes é o surgimento de manchas cutâneas acrômicas (sem pigmentaçào), ou seja, manchas brancas de tamanhos variados na pele que se formam devido a diminuição ou ausência de melanina, pigmento produzido pelos melanócitos, nos locais afetados. “As causas do vitiligo ainda são desconhecidas, mas já se sabe que fenômenos autoimunes e alterações emocionais, como estresse, são fatores que estão relacionados com a doença, podendo desencadeá-la ou agravá-la. Além disso, pessoas que possuem histórico de vitiligo na família têm mais chance de sofrer com a doença”, explica.

Devendo ser diagnosticado clinicamente por um dermatologista, o vitiligo pode ser classificado em dois tipos: segmentar ou unilateral e não segmentar ou bilateral. O primeiro, que normalmente aparece quando o paciente ainda é jovem, manifesta-se apenas em uma parte do corpo, podendo afetar também a coloração dos pelos e cabelos. “Já o vitiligo não segmentar ou bilateral é o tipo mais comum da doença e manifesta-se de forma generalizada, geralmente surgindo primeiro nas extremidades do corpo, como mãos e pés. Desenvolve-se em ciclos de perda de cor e estagnação que duram a vida toda e tendem a se tornar maiores com o tempo”, completa a dermatologista.

TRATAMENTO

Quanto à prevenção, não há maneiras conhecidas ou cientificadas comprovadas que ajudem a evitar o surgimento do vitiligo. Porém, pacientes que têm tendência ou já sofrem com a doença devem evitar fatores que possam acelerar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes, como a exposição solar prolongada, ferimentos na pele e estresse.

O dermatologista Amilton Macedo explica que não há uma cura definitiva para o vitiligo, mas existem opções terapêuticas que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a aparência da pele. O tratamento pode incluir o uso de medicamentos tópicos, como corticosteróides, imunomoduladores e calcineurina, além de terapias com luz ultravioleta, como a PUVA (psoraleno mais radiação ultravioleta A) e a fototerapia com UVB.

Além disso, técnicas avançadas como a microenxertia de melanócitos e o transplante de melanócitos podem ser consideradas em casos selecionados. Esses procedimentos têm como objetivo repigmentar as áreas afetadas pelo vitiligo, restaurando a cor da pele.

O impacto psicossocial do vitiligo também é uma preocupação importante. Muitas pessoas com vitiligo enfrentam desafios emocionais e sociais devido às alterações na aparência da pele. Amilton Macedo ressalta a importância de um suporte psicológico adequado para auxiliar os pacientes a lidarem com as questões emocionais e promover uma autoestima saudável. "A conscientização sobre o vitiligo é fundamental para combater o estigma e promover a compreensão e aceitação. É essencial que os pacientes procurem um dermatologista para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado, considerando as particularidades de cada caso", diz o médico. 

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