Vício em sexo existe? Saiba quando a diversão vira um problema

Neste ano, o cantor Eduardo Costa revelou vício em sexo: "Faço umas 15 vezes por semana". Especialistas explicam que a diversão se torna vício quando não se tem mais controle da necessidade

O cantor Eduardo Costa é denunciado por estelionato pelo Ministério Público de Minas

Eduardo Costa revelou que chegou até a buscar ajuda médica para controlar seu vício em sexo. Crédito: Reprodução/Instagram @azulinhaoficial

O cantor Eduardo Costa revelou este ano que chegou até a buscar ajuda médica para controlar seu vício em sexo, o que ele disse já ter prejudicado até seu casamento. "Eu gosto tanto de sexo quanto eu gosto de cantar. Eu gosto de mulher, eu gosto de transar, eu gosto de sexo demais. Se eu pudesse, ficava o dia inteiro", disse ele,  convidado do canal Conceito Sertanejo.

Tenho problema com isso (sexo), rapaz, eu faço umas 15 vezes por semana, eu estou falando sério.

Na entrevista, ele também admitiu que já brochou algumas vezes enquanto estava transando, mas negou que tenha feito uso de viagra. Ainda, o cantor desmentiu rumores de que ele tenha "cantado" as mulheres de seus amigos, mas confessou que já foi infiel quando esteve em um relacionamento sério.

QUANDO O SEXO É VÍCIO

A psicóloga clínica e da família Patrícia Dummer explica que é preciso entender que gostar de sexo e praticar ativamente é diferente do transtorno hipersexual, que é um padrão de comportamento que envolve preocupação intensa com fantasias e comportamentos sexuais.

"Este último, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, é caracterizado como um comportamento compulsivo por sexo, que inclui pensamentos, fantasias e desejos por sexo, sem controle, além de busca por parceiros, materiais pornográficos, entre outros".

Ela conta que ter pensamentos excessivos sobre sexo e sentir a necessidade de se satisfazer imediatamente podem ser sinais de que o sexo deixou de se prazer e se tornou um vício. "A pessoa compulsiva por sexo passa a não ter controle dos seus pensamentos e atos, não percebendo que tais hábitos passaram a ter um caráter patológico", comenta Patrícia Dummer. 

Outros sinais são: se masturbar com frequência, ver muita pornografia - filmes, revistas, internet - e, por fim, viver para o sexo, e não o sexo fazer parte da sua vida.

A sexóloga Sirleide Stinguel conta que a diversão se torna vício quando não se tem mais controle da necessidade. "Quando a pessoa começa a ter prejuízos emocionais, físicos e até mesmo materiais. Por exemplo, quando uma pessoa não consegue trabalhar, fazer tarefas cotidianas, não mede local ou pessoas para conseguir saciar o desejo".

IMPACTO

Sirleide explica como identificar a compulsão. "Quando não existe mais a satisfação sexual. A pessoa portadora da compulsão sexual sofre por não atingir uma saciedade. São desejos constantes por atividades sexuais, fantasias, relações sem se importar com a satisfação do parceiro; recorre sempre a estímulos cada vez mais eróticos e o sentimento de culpa após o ato".

A compulsão pode impactar negativamente na vida social, em especial nos relacionamentos amorosos, no ambiente de trabalho e nas relações familiares. "Pessoas com este tipo de comportamento podem buscar o isolamento social, e desencadear a depressão", diz Patrícia Dummer.

Para quem a diversão virou problema, é fundamental buscar ajuda. O tratamento indicado é a psicoterapia associada ao acompanhamento psiquiátrico. "A psicoterapia vai auxiliar no entendimento do transtorno, bem como a busca pelo autocontrole diante dos episódios que podem desencadear a compulsão. O tratamento psiquiátrico possibilita controlar a compulsão com o uso de medicamentos específicos", finaliza a psicóloga.

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