Doenças reumáticas: entenda os sinais e os tratamentos

Vermelhidão, calor e inchaço nas articulações são alguns dos sinais da doença que  atinge 15 milhões de brasileiros

doenças reumáticas

Doenças reumáticas têm como manifestação inicial a dor persistente e o inchaço nas articulações. Crédito: Shutterstock

As doenças reumáticas podem afetar crianças, jovens e adultos. Existem cerca de 120 doenças reumáticas e elas atingem 15 milhões de brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Alguns exemplos são a artrite reumatoide, osteoartrite, fibromialgia, osteoporose e lúpus.

Os idosos, por exemplo, são os que mais têm osteoartrite, popularmente chamada de artrose – um problema reumático provocado pelo desgaste natural da cartilagem articular. Já a gota, doença reumática relacionada ao aumento de ácido úrico no sangue, é mais frequente nas pessoas do sexo masculino.

As doenças reumáticas também podem afetar as crianças. Um exemplo disso é a atrite reumatoide juvenil, que provoca dores e edema nas articulações.

Já as mulheres com idade entre 25 e 45 anos são as mais atingidas pelo lúpus. O surgimento de lúpus nas mulheres poderia estar relacionado aos hormônios femininos, como um dos fatores de risco.

SINAIS

Na maioria das vezes, as doenças reumáticas apresentam sintomas claros e podem ser percebidos pelo próprio paciente. Alguns desses sinais são: dores nas articulações, principalmente por mais de seis semanas; vermelhidão, calor e inchaço nas articulações; e dificuldade para movimentar as articulações ao acordar, a chamada rigidez matinal.

Se um ou mais desses sintomas forem observados, um médico reumatologista deve ser consultado, pois o quanto antes for encontrado o problema, melhores serão as condições de tratamento e controle da doença reumática diagnosticada. “O ideal é procurar um médico especializado para diagnosticar e tratar, pois o diagnóstico e o tratamento precoce levam a uma melhor qualidade de vida, aliada à prática de exercícios físicos, boa alimentação e estilo de vida saudável”, comenta a reumatologista Míriam Küster,  da Imunomed. 

TRATAMENTOS

Como muitas doenças reumáticas têm como manifestação inicial a dor persistente e o inchaço nas articulações, muitas pessoas acreditam, de forma errada, que tudo que “doem as juntas” é reumatismo, como se reumatismo fosse uma doença. "Na verdade, são muitas as doenças reumáticas, cada uma com acometimento preferencial de juntas diferentes, de órgãos e tecidos fora do aparelho locomotor e, em alguns casos, sem acometimento articular", diz a médica. 

Fibromialgia

São várias as doenças reumáticas. A fibromialgia, por exemplo, é uma. O problema é percebido em pelo menos 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia. "É uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Com a dor, a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais", explica Míriam Küster.

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto é, não necessita de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia, descartando outros problemas. O tratamento envolve medicações para dor, antidepressivos, atividade física orientada por profissional capacitado e apoio psicológico.

Osteoporose

Já a osteoporose é uma doença que pode atingir todos os ossos do corpo, fazendo com que fiquem fracos e com possibilidade de quebrarem aos mínimos esforços. "Há um conjunto de fatores que influenciam e favorecem o desenvolvimento da osteoporose e os principais fatores de risco são: menopausa, envelhecimento (principalmente após 60 anos), hereditariedade, dieta pobre em cálcio, excesso de fumo e álcool, imobilização prolongada e medicamentos, como os corticoides em tratamentos de longa duração", diz a médica.

Como a osteoporose pode não provocar sintomas, caso você tenha algum desses fatores de risco, o recomendado é conversar com o médico, pois o exame de densitometria óssea poderá ser solicitado para diagnóstico e tratamento da osteoporose. O principal objetivo do tratamento precoce é a prevenção de fraturas.

Lúpus

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos com fases de atividade e de remissão. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, porém as mulheres de 20 a 45 anos são mais acometidas, sendo um pouco mais frequente em afrodescendentes.

"São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão, como dor nas juntas, manchas na pele, anemia, inflamação dos pulmões, do coração ou dos rins", explica a reumatologista.

O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos sintomas. Ao mesmo tempo, como algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características, eles também são habitualmente utilizados para a definição final do diagnóstico. "Embora não exista um exame que seja exclusivo do LES, a presença do exame chamado FAN, principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, permite o diagnóstico com muita certeza".

O reumatologista poderá fazer o diagnóstico e o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico e dependendo do principal órgão acometido, poderá contar com o acompanhamento conjunto do dermatologista, nefrologista, hematologista, por exemplo. Apesar de não ter cura, é uma doença que pode ser controlada através de um acompanhamento contínuo com os especialistas.

A última novidade para o tratamento de lúpus eritematoso sistêmico foi a aprovação pela Anivisa, no mês de setembro, de uma nova terapia biológica para adultos com LES moderado a grave, positivo para autoanticorpos, em adição à terapia padrão. A terapia é um anticorpo monoclonal capaz de bloquear as proteínas do grupo Interferon tipo I (IFN-1), que possui um papel chave na fisiopatologia do lúpus: o aumento das taxas de sinalização de IFN-1 associado com as altos índices de atividade da doença e de sua gravidade.

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