Dia Mundial do Rim: veja 5 dicas para cuidar do órgão

Os rins desempenham a função de filtrar os resíduos tóxicos gerados pelas células e atuam como reguladores para manter o equilíbrio de água e sais minerais presentes no sangue

Dia Mundial do Rins

A insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. Crédito: Shutterstock

A segunda quinta-feira do mês de março é reservada em todo o mundo para a conscientização sobre a saúde renal. O Dia Mundial do Rim é uma campanha global de conscientização sobre a saúde com foco na importância dos rins e na redução da frequência e do impacto da doença renal e seus problemas de saúde associados em todo o mundo. No Brasil, a estimativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) é de que mais de 10 milhões de pessoas tenham a doença. Desses, 144 mil estão em diálise (um processo de estímulo artificial da função dos rins, geralmente quando os órgãos têm 10% de funcionamento), número que cresceu mais de 100% nos últimos anos.

A insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. A doença pode ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica, quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível. A prevalência da doença renal crônica (DRC) no mundo é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos e 28% a 46% em indivíduos acima de 64 anos, segundo a SBN.

“Infelizmente, muitas pessoas não têm consciência de que têm a doença, o que pode levar a complicações graves, incluindo falência renal. O objetivo do Dia Mundial do Rim é aumentar a conscientização sobre a importância da prevenção e tratamento precoce da doença renal”, explica o nefrologista Alexandre Augusto Mannis, da rede de Hospitais São Camilo. 

As recomendações para manter a saúde renal incluem manter uma dieta saudável e equilibrada, fazer exercícios físicos regularmente, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. “Controlar a pressão arterial e o açúcar no sangue para evitar a hipertensão e o diabetes, são os primeiros passos para a prevenção da insuficiência renal. Outro ponto fundamental é não se automedicar, especialmente com drogas que possuem maior risco de dano renal, como o uso de anti-inflamatórios não hormonais. Além disso, é importante realizar exames de rotina para detectar precocemente a doença renal”, complementa Alexandre Augusto Mannis.

DIAGNÓSTICO

Os rins desempenham a função de filtrar os resíduos tóxicos gerados pelas células e atuam como reguladores para manter o equilíbrio adequado de certas substâncias, como a água e os sais minerais presentes no sangue. A doença geralmente não apresenta sintomas, sobretudo no início.

“Os sinais consistem basicamente em falta de apetite, inchaço nos pés, pernas ou rosto, fadiga, anemia, pressão arterial elevada e urina com espuma, entre outros”, explica Larissa Rodrigues da Costa, nefrologista da Pró-Saúde. 

Entre os principais fatores de risco estão diabetes, hipertensão arterial, obesidade, tabagismo, histórico familiar de doença renal, idade avançada e uso prolongado de certos medicamentos. “Muitos desses fatores estão diretamente relacionados aos hábitos de vida. Por isso, a prevenção consiste em dois pilares: adoção de hábitos mais saudáveis e informação sobre a doença para identificar de forma precoce”, enfatiza Larissa.

O diagnóstico precoce é fundamental para a controlar ou retardar a progressão da doença. Ele é realizado por meio de avaliação clínica e exames laboratoriais, como o de sangue e de urina, que identificam a dosagem da ureia e creatinina, marcadores da doença renal. 

TRATAMENTO

Os cuidados médicos se tornam contínuos para controlar a condição e evitar complicações. Isso pode incluir medicamentos para controlar a pressão arterial e o açúcar no sangue, além de mudanças na dieta e no estilo de vida. Alguns pacientes podem precisar de diálise ou transplante renal para manter sua função renal.

A diálise é um tratamento que filtra o sangue para remover resíduos e excesso de líquidos do corpo. Existem dois tipos principais de diálise: hemodiálise e diálise peritoneal. A hemodiálise envolve o uso de uma máquina para filtrar o sangue fora do corpo, enquanto a diálise peritoneal usa um fluido especial que é inserido na cavidade abdominal para filtrar o sangue dentro do corpo.

O transplante renal é outra opção de tratamento para pacientes nefrológicos que sofrem de insuficiência renal avançada. Um transplante renal bem-sucedido pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente e permitir que eles voltem a realizar atividades cotidianas.

VEJA 5 DICAS PARA CUIDAR BEM DOS RINS 

  1. 01

    Alimente bem e proteja-se do peso extra

    A dieta de padrão mediterrâneo ou a dieta Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) são as mais recomendadas para pacientes que já têm ou querem evitar problemas cardíacos e renais”, diz a nefrologista Caroline Reigada. A alimentação saudável comprovadamente reduz a formação de pedras nos rins, além de diminuir a chance de diabetes e de pressão alta, grandes vilões para a saúde renal. A dieta DASH é baseada na alta ingestão de frutas, verduras, vegetais, nozes, legumes, laticínios desnatados, grãos integrais e na baixa ingestão de açúcares e carnes vermelhas ou processadas. Também é preciso cuidado com o sobrepeso. “A obesidade está diretamente ligada a diabetes e à hipertensão arterial. Quando o corpo fica maior devido ao acúmulo de gordura, os rins filtram em ritmo acelerado - o que chamamos de hiperfiltração - que a longo prazo leva à doença renal crônica”, destaca Caroline.

  2. 02

    Exercite seu corpo

    O exercício físico tem sido associado à melhora da pressão arterial e controle do diabetes, além de um aprimoramento do funcionamento físico. “Sabendo que os benefícios cardiovasculares refletem diretamente na saúde renal, pode-se dizer que exercícios são benéficos para os rins. O exercício tem um efeito positivo em uma série de riscos de doença renal crônica, como inflamação crônica, doenças cardiovasculares e diabetes/ hipertensão. O maior efeito do exercício em pacientes com doença renal crônica é melhorar sua saúde cardiovascular e função vascular”, explica Caroline Reigada.

  3. 03

    Durma bem

    Pesquisas mostram que dormir poucas horas por noite leva à maior propensão a desenvolver perda da função renal. Mulheres que dormem 5 horas ou menos por noite, por exemplo, têm um aumento de 65% de chances de sofrerem rápido declínio das funções renais se comparadas àquelas que dormem 7 ou 8 horas por noite”, explica a médica nefrologista. A nefrologista explica que os rins são dois órgãos do corpo que trabalham duro e podem sofrer as consequências a longo prazo do sono ruim. “Apneia obstrutiva do sono, distúrbios do ritmo circadiano, hipersonia (dormir muito) e insônia têm sido associados a uma série de distúrbios metabólicos. As evidências sugerem que os distúrbios do sono afetam o desenvolvimento da doença renal”, explica a médica. 

  4. 04

    Tente relaxar

    O estresse também é altamente maléfico para os rins. “Em situação de estresse, o cérebro estimula os nervos das glândulas adrenais para a secreção do cortisol, o que aumenta a pressão arterial e o nível de açúcar no sangue. Essa reação química, que é uma resposta do cérebro para proteger o corpo em uma situação de aparente perigo, quando em excesso, numa condição de estresse crônico, provoca a excreção pelos rins de fosfato em níveis fora do padrão, o que pode acarretar em fraqueza muscular, alterações na composição óssea e até mesmo na função renal”, diz a médica.

  5. 05

    Gerenciar a pressão arterial

    Muita gente não sabe, mas a pressão alta é um problema que não afeta apenas o coração. O rim, responsável por filtrar o sangue, é um órgão que pode sofrer consequências da hipertensão arterial. “Uma das funções dos rins é regular a pressão arterial pelo aumento ou diminuição do volume sanguíneo. Quando a pressão cai e o fluxo sanguíneo diminui, os rins secretam substâncias que atuam para fazer a pressão aumentar até o valor normal. A longo prazo, a hipertensão descontrolada pode levar a uma sobrecarga no funcionamento desse órgão, que pode culminar com a disfunção renal crônica ou falência renal. Por isso, é fundamental adotar meios de controlar o aumento da pressão”, explica Caroline Reigada.

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