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Vale Tudo, Dona de Mim e Êta Mundo Melhor: a fórmula do sucesso na TV

Seja pela nostalgia de um clássico ou pelo meme que viralizou, as tramas saíram da telinha para dominar as conversas e a internet; Entenda o fenômeno

Publicado em 21 de setembro de 2025 às 13:00

Conheça a família Boaz de Dona de Mim
Dona de Mim, novela das 7, aumentou 18% de sua audiência Crédito: Globo/ Léo Rosario

Larissa Fontes

As novelas da Globo voltaram a ser o assunto principal nas rodas de conversa, nos grupos de família e, principalmente, no agitado tribunal da internet. O motivo? Uma combinação de nostalgia, tramas envolventes e uma audiência que redescobriu o prazer de acompanhar um bom novelão.

Mais do que um sucesso isolado, a emissora aposta em um "combo" que conquista diferentes perfis de público, provando que a teledramaturgia continua sendo um pilar da cultura brasileira.

A grade atual é o exemplo perfeito dessa fórmula. De um lado, o remake de "Vale Tudo" atua como o pilar da nostalgia, resgatando uma das obras mais icônicas da TV e conectando o público com uma memória afetiva poderosa, ao mesmo tempo que apresenta a trama para uma nova geração. Do outro, a inédita "Dona de Mim" serve como elo com a atualidade, abordando temas e conflitos do cotidiano que geram identificação e debate imediato.  Além disso, a grade também conta com a trama "Êta Mundo Melhor!" que traz novos desafios a personagens já conhecidos do público.

Personagens do remake da novela Vale Tudo
Personagens do remake da novela Vale Tudo Crédito: Divulgação / Globo

O bom momento é confirmado por Carlos Gonzaga, gerente de Produção e Programação da TV Gazeta. Segundo ele, todas as novelas no ar superam as antecessoras em performance. "Tivemos 14,5% de aumento em 'Dona de Mim' em 2025 em relação ao ano passado", aponta, citando dados da faixa das sete.

Para Gonzaga, o segredo está justamente na combinação. "Essa mistura de tramas atuais, continuações e remakes conecta a nostalgia com o que o brasileiro vive hoje", diz. Ele reforça que a força do formato é cultural: "Novela faz parte da cultura do Brasil e os números mostram que continua muito forte".

Do Sofá para o "For You”

Se antes a repercussão de uma novela era medida na conversa do cafezinho no dia seguinte, hoje o termômetro é instantâneo e digital. Assistir à novela na TV é apenas o primeiro ato; o segundo, e talvez o mais barulhento, acontece nas redes sociais, com o X, conhecido por ser o antigo Twitter, e o TikTok na linha de frente.

O X continua sendo a grande arquibancada em tempo real. É lá que o público vira um exército de comentaristas, subindo hashtags para os Trending Topics, julgando as atitudes dos personagens em um verdadeiro "tribunal da internet" e, claro, vibrando com as reviravoltas da trama ao vivo.

Mas é no TikTok que a novela ganha uma nova vida. Muito além dos comentários, a plataforma se transformou em um gigantesco hub de "cortes". Esses vídeos funcionam como uma porta de entrada para novos públicos. Um jovem que talvez não estivesse assistindo à novela na TV é fisgado por um corte no seu "For You" e fica curioso para saber o que acontece.

Os comentários se tornam um fórum de especulação, com teorias sobre o futuro dos personagens e debates sobre quem está com a razão. Fãs criam edições elaboradas de seus casais favoritos, com músicas do momento, transformando a novela em conteúdo pop e viralizado.

Essa dinâmica cria um ciclo virtuoso: a novela alimenta as redes com conteúdo, e as redes amplificam o alcance da novela, trazendo novos olhos para a tela da TV e do Globoplay. A trama não termina quando sobem os créditos; ela continua viva, sendo recontada e reinventada em milhares de vídeos, 24 horas por dia.

O fato é que, seja pela nostalgia que aquece o coração ou pelo engajamento de uma nova geração que transforma cada capítulo em um viral, as novelas estão mais vivas do que nunca. Elas provam que, em um mundo de streaming e vídeos curtos, ainda há espaço para uma história ser contada em capítulos, dia após dia.

** Este conteúdo é uma produção do 28º Curso de Residência em Jornalismo. A reportagem teve orientação e edição da editora Marcella Scaramella.

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