Publicado em 12 de julho de 2025 às 09:21
Regina Duarte, 78, relembrou sua breve passagem pela Secretaria Especial da Cultura. Foram 74 dias no cargo, no início do governo de Jair Bolsonaro, em 2020, e a atriz reconheceu que não se sentia preparada para assumir a pasta. Ela explicou o motivo de ter aceitado o convite: "Era o Bolsonaro me chamando, um homem que eu admirava e continuo admirando", afirmou.>
A intérprete de Raquel Accioly na primeira versão de "Vale Tudo", exibida há 37 anos, considerou a experiência relevante, mesmo por um curto período. "Foi importante para a minha vida ver como funciona o jogo político, o chamado 'chão de plenário'. Quando você tem talento, eles te elogiam assim: 'Você devia se candidatar'", contou em entrevista ao podcast apresentado por Cátia Fonseca, no YouTube.>
A atriz lembrou ainda que recebeu o convite em um sábado e acabou aceitando na segunda-feira. Disse que tentou formar sua equipe, mas enfrentou resistência: "Nenhum amigo quis. Eram pessoas que eu achava que podiam contribuir comigo.">
Regina assumiu oficialmente o cargo em 4 de março de 2020 e foi exonerada em 10 de junho do mesmo ano. Sua saída já havia sido anunciada em 20 de maio, com a previsão de assumir um cargo na Cinemateca Brasileira, o que não se concretizou.>
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Ela também comentou decisões que tomou durante sua gestão, como a liberação da atividade dos circos em plena pandemia da Covid-19. "Os circos foram fechados, e eu fiquei chocada porque eles dependem do faturamento diário para se alimentar. Me deu tanto desespero que eu liberei o circo e eles começaram a rodar pelo Brasil. Fico orgulhosa, consegui pelo menos uma coisa.">
Regina não fugiu da questão dos remakes de novelas brasileiras. Ela criticou esse tipo de produção, afirmando que considera desrespeitoso com o elenco original. "É como traição aos atores que aceitam fazer um remake", disse. Para ela, refilmagens só fariam sentido se fossem destinadas a aprimorar obras que não tiveram grande sucesso. "Uma coisa que foi bem feita, bem recebida, 100% de audiência, não precisa de remake", comentou.>
Ela seguiu, dizendo que as tramas antigas ainda podem ser assistidas em catálogos de streaming. "Ainda mais hoje, que você entra lá e pode ver cenas dessa novela que está sendo refeita agora... Eu acho um privilégio viver num mundo em que o que eu fiz há 20 anos está disponível hoje", completou.>
Regina Duarte também falou sobre um possível retorno às novelas da TV Globo, mas impôs uma condição: só retornaria para uma possível novela do autor Manoel Carlos. O criador de Por Amor e Mulheres Apaixonadas, de 92 anos, porém, está longe do trabalho e foi diagnosticado com Parkinson. "Olha, com Maneco eu faria qualquer coisa. Se fosse o Maneco, com quem eu fiz três Helenas, fiz outras coisas também, eu não pestanejo. Maneco tem um entendimento do ser humano que é muito raro", concluiu.>
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