MPF abre investigação contra André Valadão após manifestação de Fabiano Contarato

Pastor insinuou que evangélicos deveriam matar pessoas da comunidade LGBTQIA+; outros parlamentares também se manifestaram

André Valadão e Fabiano Contarato

André Valadão e Fabiano Contarato. Crédito: Reprodução/Instagram/@andrevaladao/@fabianocontarato

Nesta segunda (3), o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento para apurar um suposto ato de homofobia praticado por André Valadão, durante um culto no último domingo (2). O procedimento foi aberto pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, após manifestações de parlamentares como o senador Fábio Contarato (PT-ES), que utilizou suas redes sociais no mesmo dia para afirmar que entraria com uma representação criminal contra o pastor.

"Por tudo o que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão. Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência", publicou Contarato no Twitter.

De acordo com informações do jornalista Lauro Jardim, do jornal O GLOBO, ao acionar o MPF, Contarato pediu a prisão preventiva de Valadão e o pagamento de reparação por danos morais coletivos, no valor de R$ 1 milhão a serem destinados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.

Ainda segundo o colunista, Contarato acredita que o pastor praticou crime de racismo e que, caso a instituição não entenda pela prisão, medidas cautelares devem ser fixadas.

DENÚNCIAS DE OUTROS PARLAMENTARES

Além de Fabiano Contarato (PT-ES), outros parlamentares também denunciaram André Valadão pelo discurso de ódio proferido durante o culto de domingo (2).

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) enviou uma representação ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) contra o pastor, afirmando que Valadão reiteradamente prega violência e intolerância. A parlamentar ainda relembrou uma denúncia feita por ela em junho, quando o pastor afirmou que "Deus odeia o orgulho", se referindo negativamente ao Mês do Orgulho da Comunidade LGBTQIA+.

O deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF) também reforçou o pedido ao MPF. No documento encaminhado à Procuradoria da República no Distrito Federal, o deputado distrital afirma que "é nítida a intenção de caracterizar a população LGBTQIA+ como potenciais criminosos".

RELEMBRE O CASO

Durante um culto na filial da Igreja Batista da Lagoinha, em Orlando (EUA), André Valadão insinuou que os evangélicos deveriam matar pessoas LGBTQIA+. No decorrer do discurso, o pastor disse que, se pudesse, "Deus mataria" quem faz parte da comunidade e "começava tudo de novo".  As falas estavam sendo transmitidas ao vivo e repercutiram na internet.

"Aí Deus fala: 'não posso mais, já meti esse arco-íris aí, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim que não posso, então, agora está com vocês", disse o pastor.

Valadão ainda atacou o casamento homoafetivo e afirmou que drag queens estariam "entrando em salas de aula, querendo ensinar sexualidade para as nossas crianças". 

Diante da repercussão das falas, André Valadão publicou um vídeo em suas redes sociais, na segunda-feira (3), rebatendo as críticas que recebeu. Segundo ele, a fala que viralizou não se referia a "matar, segregar, mas será sim sobre resetar, levar de volta à essência, ao princípio". 

Nos comentários, internautas continuaram repreendendo a atitude do pastor. "Preguiça de você, teu ódio te condena", escreveu uma seguidora. "A sua mensagem é uma convocação a discórdia", destacou outra pessoa.

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