Publicado em 4 de julho de 2023 às 12:33
Nesta segunda (3), o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento para apurar um suposto ato de homofobia praticado por André Valadão, durante um culto no último domingo (2). O procedimento foi aberto pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, após manifestações de parlamentares como o senador Fábio Contarato (PT-ES), que utilizou suas redes sociais no mesmo dia para afirmar que entraria com uma representação criminal contra o pastor.>
"Por tudo o que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão. Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência", publicou Contarato no Twitter.>
De acordo com informações do jornalista Lauro Jardim, do jornal O GLOBO, ao acionar o MPF, Contarato pediu a prisão preventiva de Valadão e o pagamento de reparação por danos morais coletivos, no valor de R$ 1 milhão a serem destinados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.>
Ainda segundo o colunista, Contarato acredita que o pastor praticou crime de racismo e que, caso a instituição não entenda pela prisão, medidas cautelares devem ser fixadas.>
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Além de Fabiano Contarato (PT-ES), outros parlamentares também denunciaram André Valadão pelo discurso de ódio proferido durante o culto de domingo (2).>
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) enviou uma representação ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) contra o pastor, afirmando que Valadão reiteradamente prega violência e intolerância. A parlamentar ainda relembrou uma denúncia feita por ela em junho, quando o pastor afirmou que "Deus odeia o orgulho", se referindo negativamente ao Mês do Orgulho da Comunidade LGBTQIA+.>
O deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF) também reforçou o pedido ao MPF. No documento encaminhado à Procuradoria da República no Distrito Federal, o deputado distrital afirma que "é nítida a intenção de caracterizar a população LGBTQIA+ como potenciais criminosos".>
Durante um culto na filial da Igreja Batista da Lagoinha, em Orlando (EUA), André Valadão insinuou que os evangélicos deveriam matar pessoas LGBTQIA+. No decorrer do discurso, o pastor disse que, se pudesse, "Deus mataria" quem faz parte da comunidade e "começava tudo de novo". As falas estavam sendo transmitidas ao vivo e repercutiram na internet.>
"Aí Deus fala: 'não posso mais, já meti esse arco-íris aí, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim que não posso, então, agora está com vocês", disse o pastor.>
Valadão ainda atacou o casamento homoafetivo e afirmou que drag queens estariam "entrando em salas de aula, querendo ensinar sexualidade para as nossas crianças". >
Diante da repercussão das falas, André Valadão publicou um vídeo em suas redes sociais, na segunda-feira (3), rebatendo as críticas que recebeu. Segundo ele, a fala que viralizou não se referia a "matar, segregar, mas será sim sobre resetar, levar de volta à essência, ao princípio". >
Nos comentários, internautas continuaram repreendendo a atitude do pastor. "Preguiça de você, teu ódio te condena", escreveu uma seguidora. "A sua mensagem é uma convocação a discórdia", destacou outra pessoa.>
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