Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 17:09
Morreu nesta quarta-feira Marcelo Nascimento da Rocha, o Julião, um dos golpistas mais famosos do país, que se fez passar por dono da companhia aérea Gol, guitarrista dos Engenheiros do Hawaii, olheiro da seleção brasileira, repórter e policial. Ele tinha 49 anos e morreu de cirrose hepática. >
Sua história deu origem ao livro "VIPs - Histórias Reais de um Mentiroso", de Mariana Caltabiano, que também lançou um documentário de mesmo nome, que está disponível na íntrega no YouTube.>
Serviu ainda de inspiração para o longa de ficção "VIPs", de Toniko Melo, que traz Wagner Moura no papel de Marcelo. O longa concorreu à vaga de melhor filme estrangeiro no Oscar 2012, mas não chegou à lista final de indicados.>
Seu momento de maior notoriedade ocorreu quando concedeu uma entrevista em 2001 ao programa de Amaury Jr., na Rede Bandeirantes. Na entrevista, Marcelo se passou por Henrique Constantino, filho do fundador da Gol, e até contou planos de expansão da empresa aérea.>
>
Também chegou a se apresentar como chefe do PCC, o Primeiro Comando da Capital, quando esteve preso em Bangu, presídio do Rio. Na época, era conhecido como Julião. Durante uma rebelião na unidade, ele chegou a afirmar que o PCC e o Comando Vermelho formavam "uma só família".>
Preso em 12 estados diferentes, sendo que fugiu nove vezes, o estelionatário cumpria os quase 35 anos de prisão em Cuiabá, aonde voltou a ser preso em 2018, após a suspeita de ter fraudado uma série de atestados de trabalho apresentados por ele à Justiça para diminuir sua pena.>
"O Brasil conheceu um Marcelo, o VIPs. Um ícone, reconhecido por todas as coisas erradas que fez na vida. Virou filme, livro, documentário", publicou o advogado Roberto Bona Junior. "Mas o que poucos conheciam era o verdadeiro Marcelo. Aquele que além de um simples cliente foi um grande amigo. Alegre, generoso, sempre disponível para os amigos. Marcelo foi a grande prova de que ressocializar é possível. Deixou de ser o criminoso famoso para ser o produtor dos grandes artistas. Qualquer lugar que chegasse as portas se abriam. Alcione, Zé Ramalho, Jota Quest, dentre tantos outros que foram grandes nomes que produziu.">
"Ele cumpriu pena em regime fechado e semiaberto, totalizando dez anos. Nos últimos tempos estava em liberdade trabalhando em escritórios de advocacia e com eventos. Meus sentimentos para a família", escreveu Caltabiano nas redes sociais ao saber da notícia.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta