Claudia Gregório e Cristina Dockhorn se despedem da TV Gazeta após 35 anos

Jornalistas se aposentam após mais de 35 anos de trabalho. Ambas receberam homenagens nesta sexta-feira (6), ao vivo na TV Gazeta

Despedida de Claudia Gregório e Cris Dock da TV Gazeta

Despedida de Claudia Gregório e Cris Dock da TV Gazeta. Crédito: Reprodução/TV Gazeta

Claudia Gregório e Cristina Dockhorn se despediram da TV Gazeta nesta sexta-feira (6). A jornalistas se aposentam da televisão após mais de 35 anos na emissora. Ambas receberam uma homenagem ao vivo no ES1. Abdo Chequer, diretor de jornalismo da Rede Gazeta, destacou o caráter profissional e pessoal das jornalistas Cristina Dockhorn e Claudia Gregório, homenageadas nesta sexta-feira (6).

"O valor delas fora o trabalho jornalístico está no caráter pessoal. Pessoas extraordinárias que souberam dar a volta por cima nas crises, nas dificuldades e são exemplo para todo mundo. Todos nós que também passamos por tormentos em nossas vidas terão nelas duas, exemplos, espelhos na maneira de se conduzir, levar a vida numa linha reta", disse Abdo Chequer.

Claudia se despede oficialmente da telinha no próximo domingo (8), quando vai ao ar o último Jornal do Campo sob seu comando, com direito a uma emocionante homenagem surpresa dos colegas de empresa. "Será minha última apresentação do Jornal do Campo que vai ao ar no domingo e todo mundo me pegou de surpresa com o encerramento", disse Claudia ao g1 ES.

Claudia disse que agora vai buscar agora desacelerar, mas destacou que sua essência de jornalista nunca será deixada de lado.

"Com certeza vou me curtir mais um pouco, cuidar um pouco mais de mim, mas vou ser jornalista 24 horas. Isso não tem como mudar. Mas com certeza a gente vai dar uma desacelerada. Penso na minha finitude. É o ciclo da vida e agora é o momento de curtir mais mesmo. Fazer coisas diferentes. A vida continua e a gente não sabe o que nos espera. Esses últimos dias fica uma saudade. É um misto de gratidão, nostalgia e amizade que vou levar pro resto da vida"

"Com certeza vou me curtir mais um pouco, cuidar um pouco mais de mim, mas vou ser jornalista 24 horas. Isso não tem como mudar. Mas com certeza a gente vai dar uma desacelerada. Penso na minha finitude. É o ciclo da vida e agora é o momento de curtir mais mesmo. Fazer coisas diferentes. A vida continua e a gente não sabe o que nos espera. Esses últimos dias fica uma saudade. É um misto de gratidão, nostalgia e amizade que vou levar pro resto da vida"

Claudia Gregório

Cris Dock, como é carinhosamente chamada pelos colegas, disse que deixa a emissora com o dever cumprido. 

"Eu tenho muita gratidão pela Rede Gazeta. E até hoje eu transito muito bem entre a velha guarda e a jovem guarda e pra mim, esse é um refresco. Eu bebi em fontes maravilhosas. Eu tenho o DNA da Gazeta que foi passado por Abdo, Cariê Lindenberg, Marisa Sampaio, Rose Duarte. E eu cobro muito o comprometimento, abraçar com fazer com vontade, apurar com responsabilidade. Eu acho que é um campeonato que a gente disputa diariamente. Tem uma rotina, mas não tem uma rotina. A minha há 35 anos foi essa", contou Cris.

Chris Dock durante reportagem no início de carreira

Cris Dock durante reportagem no início de carreira. Crédito: Reprodução/TV Gazeta

HISTÓRIA

A diferença é de um ano entre a chegada de Claudia Gregório e Cris Dock à TV Gazeta. O ano era 1987 quando Claudia Gregório chegou à TV Gazeta, onde começou a trabalhar como estagiária. Desde então, foram inúmeras reportagens, produção local e nacional, edição e presença na bancada dos telejornais ES1, ES2, Painel de Domingo, Bom Dia ES e o Jornal do Campo, apresentado por ela há quase 34 anos - número que deu à jornalista o título de apresentadora de TV com tempo recorde na história do Espírito Santo no ano de 2020.

Claudia Gregório à frente do ESTV 2

Claudia Gregório à frente do ESTV. Crédito: Reprodução/TV Gazeta

Cris entrou em 1988 e, desde então, disse que foi aprendendo muito com as mudanças do mundo do jornalismo, da apuração de notícias pelo orelhão ao celular. A jornalista trouxe uma nova maneira de fazer reportagem na tela capixaba: andou em carro de corrida e trouxe vários animais para o estúdio com o programa 'Jogo Aberto'.

Além disso, foi a primeira a usar uma câmera escondida em uma reportagem no Espírito Santo, denunciando um médico que realizava abortos no Centro de Vitória.

"Sensação de dever muito comprido. Eu estudava na Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e entrei aqui em 1988. Até hoje eu fico aprendendo, porque jornalismo é equipe, a gente tem que estar aberto para aprender todo o dia e essa troca é muito importante. Ninguém faz televisão sozinho. Eu levo pra vida isso"

"Sensação de dever muito comprido. Eu estudava na Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e entrei aqui em 1988. Até hoje eu fico aprendendo, porque jornalismo é equipe, a gente tem que estar aberto para aprender todo o dia e essa troca é muito importante. Ninguém faz televisão sozinho. Eu levo pra vida isso"

Cris Dock

Claudia lembrou também um dos momentos marcantes ao longo dos seus 35 anos de trajetória: o dia em que ela editou uma reportagem investigativa envolvendo uma empresa de exportação, matéria que abriu o ES1 e o Jornal Hoje, transmitido para todo o país.

"Eu fazia produção nacional e a gente tinha uma denúncia. Era uma denúncia de uma grande empresa de exportação. Eu editei o material. Carlos Tourinho estava na rua e eu mandando a matéria para o Jornal Hoje. Aí, toca o telefone da chefia de reportagem. Era Cariê, doutor Carlos. Aí fui lá e ele falou: 'ei, minha filha. Aqui é Cariê. Vocês estão fazendo a matéria assim?'. Respondi: 'Sim, doutor Carlos, vai abrir o Jornal Hoje e vai abrir o ES1'. Eu tinha dez minutos para estar no estúdio e apresentar o jornal e ele falou assim: 'ouviu o outro lado minha filha?". Eu falei: 'sim, doutor Carlos, eu estou com o diretor da empresa exatamente agora na linha'", disse ao g1 ES.

HOMENAGENS

O editor-chefe da TV Gazeta, Bruno Dalvi, comentou sobre a parceria de Claudia durante todos os anos de empresa. "Cláudia é uma incansável defensora da boa apuração. Tem um alto padrão de tratamento das notícias. Nada passa despercebido pelos seus 'olhos de águia'. É uma profissional muito crítica, muito detalhista e muito rigorosa. E uma pessoa de um coração gigante, mesmo com o jeitão bronco que todos nós italianos temos", disse Dalvi.

Sobre Cristina, Bruno ressaltou o comprometimento da profissional. "Cristina sempre teve muita dedicação e compromisso, tem uma memória incrível. É capaz de lembrar em detalhes de histórias que muitas pessoas já esqueceram. Mesmo diante das adversidades, ela nunca perdeu o sorriso no rosto, nos mostrando que a alegria é um ingrediente fundamental em tudo o que fazemos. Ela se empenhou em fazer do jornalismo uma ferramenta poderosa para promover mudanças na sociedade, praticou o jornalismo não apenas como uma profissão, mas como uma vocação pra servir e informar", relatou Bruno.

*Com informações do g1 ES

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