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Cenários inusitados do ES: um roteiro de mistérios, tradições e arrepios

Reunimos pontos do Espírito Santo que carregam mistérios, simbolismos e casos curiosos para olhar com outros olhos

Felipe Khoury

Repórter / [email protected]

Publicado em 31 de outubro de 2025 às 09:26

O túmulo de Maria Gilda e o túnel de Matilde
O túmulo de Maria Gilda e o túnel de Matilde Crédito: Wing Costa/Fernando Madeira

Nem tudo que arrepia é “mal-assombrado”. Às vezes, é história, lenda, silêncio e paisagem. Reunimos pontos do Espírito Santo que carregam mistérios, simbolismos e casos curiosos para olhar com outros olhos. É turismo, mas com respeito: há desde locais sagrados a sensíveis.

Afinal, se mistério também é cultura, o turismo macabro do ES é um mapa de memórias. São histórias que contam quem fomos e por onde passamos. Vai por mim: com respeito e curiosidade, dá para arrepiar e aprender ao mesmo tempo.

Túmulo de Maria Gilda (Santa Leopoldina)

No cemitério municipal, o jazigo de Maria Gilda virou ponto de promessa e curiosidade. Segundo a lenda, após uma bebê morrer afogada em 1923, seu túmulo enche de água até hoje em Santa Leopoldina. Há quem vá para atestar a veracidade da água e até mesmo pegar o líquido que dizem ser milagroso.

Túmulo de Maria Gilda, em Santa Leopoldina
Túmulo de Maria Gilda, em Santa Leopoldina Crédito: Wing Costa

Túmulos “de costas” (Santa Maria de Jetibá)

Entre lápides tradicionais, alguns túmulos voltados no sentido oposto chamam atenção em Santa Maria de Jetibá. As explicações variam entre uma tradição pomerana, costume familiar, crença religiosa e simples orientação do terreno - e é nessa dúvida que mora o fascínio.

Os túmulos virados de costas em Santa Maria de Jetibá
Os túmulos virados de costas em Santa Maria de Jetibá Crédito: Reprodução/Instagram/@santamariadejetiba

Cemitério de vagões (Alfredo Chaves)

Um corredor de quilômetros de vagões abandonados, em Ibitiruí,   desenha uma paisagem de ferro, ferrugem e silêncio. Fotogênico e inquietante, o lugar rende cliques impactantes e aquela sensação de “cidade fantasma” ferroviária. Um local surpreendente e um tanto quanto macabro.

Alfredo Chaves é um destino para todos os públicos
Alfredo Chaves é um destino para todos os públicos Crédito: Carlos Palito

Túnel de Matilde (Alfredo Chaves)

Entre rocha e mata, o antigo túnel ferroviário ecoa passos e histórias curiosas. Durante o dia, o local virou um ponto turístico famoso para os corajosos. A aventura é divertida: descer os degraus do túnel no escuro. Leve lanterna e tome cuidado para não se assustar com os morcegos.

Túnel de Matilde
Túnel de Matilde Crédito: Fernando Madeira

“Túmulos da BR-101” (Mimoso do Sul)

Esse não é um ponto turístico, mas a história intriga muita gente. Cruzamentos e memoriais à beira da estrada chamam atenção por quem passa em um trecho da BR 101, no km 457, em Mimoso do Sul. O motivo das sepulturas no local é que há cerca de um século existia um cemitério, que inclusive, era voltado a pessoas que perderam a vida para a Gripe Espanhola.

A sepultura às margens da BR 101 é o que restou do antigo Cemitério de Santa Rosa, onde foram enterradas pessoas que morreram da Gripe Espanhola
A sepultura às margens da BR 101 é o que restou do antigo Cemitério de Santa Rosa, onde foram enterradas pessoas que morreram da Gripe Espanhola Crédito: Renato Mofati/Historiador

Gritos do Barão - Solar Monjardim (Vitória)

No Museu Solar Monjardim, uma das casas mais antigas do estado, correm relatos de vozes e passos noturnos atribuídos ao barão. Lenda? Eco do casarão? A visita guiada entrega história - e um friozinho na espinha.O horário de funcionamento é de terça a sexta, das 9 às 12h e das 13h30 às 16h30, e nos sábados, domingos e feriados, das 13 às 17h.

Os tesouros guardados no Museu Solar Monjardim, o único federal do Espírito Santo
Os tesouros guardados no Museu Solar Monjardim, o único federal do Espírito Santo Crédito: Fernando Madeira

Segredos da Igreja dos Reis Magos - Nova Almeida (Serra)

Branca no alto do morro, a igreja e residência jesuítica do século XVI guarda lendas de passagens, ossários e relíquias. O conjunto arquitetônico é belíssimo; já as histórias, melhor ouvir dos guias locais. Cabe ressaltar que no passado, o local onde é Igreja já foi uma prisão.

Imagens do amanhecer em Nova Almeida, na Serra. Igreja dos Reis Magos
Imagens do amanhecer em Nova Almeida, na Serra. Igreja dos Reis Magos Crédito: Ricardo Medeiros

Reza a lenda que as pessoas viam uma fumaça e esta era chamada de fogo fato, que saia dos cadáveres do cemitério. A população dizia que ouvia negros gritando, que eram fantasmas, assombrações, devido esse gás. Também contam que um homem, ao ser preso na sexta-feira de lua cheia, começava a uivar.

Pedra das Caveiras (Atílio Vivácqua)

O nome já prepara o clima: a formação rochosa cercada por lendas é um ponto turístico de Atílio Vivácqua. Na localidade de Praça do Oriente, a pedra está a cerca de sete quilômetros da sede. A subida até a caverna, que tem um grande salão de pedra a 605 metros de altitude, dura cerca de uma hora de trilha e o acesso ao lugar passa por uma propriedade particular.

Topo da Pedra das Caveiras possui uma grande caverna
Topo da Pedra das Caveiras possui uma grande caverna Crédito: Reprodução/ Takesdrone

A história que foi difundida entre os moradores é a de que, na década de 30, um caçador encontrou sete esqueletos, próximo do topo. Na época, o contexto que acabou famoso entre quem mora na pequena cidade é que um rico fazendeiro, dono de terras na região, fez um pacto com o diabo - e um urubu o assombrava nos últimos dias de sua vida.

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