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Netflix cancela 'Boots', série sobre militares gays, apesar de boa crítica e audiência

Produção foi chamada de 'lixo woke' pelo Pentágono

Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 17:07

Cena da série 'Boots'
Cena da série 'Boots' - Divulgação Crédito: Divulgação/Netflix

A Netflix cancelou a série "Boots", um coming of age sobre um fuzileiro naval gay, de acordo com o portal americano Deadline. A decisão foi recebida com surpresa pela indústria, já que a produção teve boa recepção de público e crítica.

O cancelamento acontece num momento em que a plataforma é vista com receio por diversos membros da indústria audiovisual, após o anúncio de que deve comprar a Warner Bros. e a HBO. Antes de o acordo ser finalizado, porém, ele precisa da aprovação de órgãos reguladores dos Estados Unidos.

Esse tipo de processo, como fusões de empresas de mídia passadas mostram, normalmente inclui um alinhamento ideológico das companhias interessadas com o governo federal. Além de lidar com temáticas queer, "Boots" foi classificado como "lixo woke" pelo Pentágono após se tornar um hit entre os jovens.

"Não vamos comprometer nossos padrões para satisfazer uma agenda ideológica, ao contrário da Netflix, cuja liderança consistentemente produz e entrega 'lixo woke' ao seu público e às crianças", disse Kingsley Wilson, secretária de imprensa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, à época.

"Boots" teve aprovação de 90% da crítica e do público no Rotten Tomatoes, agregador de críticas online. Apesar de a Netflix não divulgar com clareza seus dados de audiência, a série alcançou 9,4 milhões de visualizações em sua primeira semana completa, número considerado forte para uma produção sem grandes estrelas.

Ela chegou a ser a segunda série de língua inglesa mais vista da plataforma em suas listas diárias. Ao todo, passou quatro semanas no top dez. De acordo com o Deadline, a justificativa para a decisão seriam análises sobre a sustentação da audiência com o passar o tempo.

"Boots" foi o último trabalho do lendário produtor televisivo Norman Lear, morto há dois anos. A produção da série começou antes da volta de Donald Trump à Casa Branca e de suas várias tentativas de intervenção na área da cultura.

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