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Publicado em 3 de junho de 2025 às 14:30
O talento capixaba cruzou o oceano e conquistou o prestigiado World Film Festival, em Cannes, na França. A jovem Maythe Costa Nali, de 21 anos, natural de Vitória, arrebatou o prêmio de Melhor Filme de Justiça Social com “Camile”, uma produção sensível, potente e socialmente urgente. >
A vitória é ainda mais simbólica por marcar o início de uma carreira que promete. Criada em Vitória até os 14 anos, Maythe traz no currículo passagens por instituições culturais marcantes do Espírito Santo, como a Fafi (onde fez teatro) e a Fames (com aulas de música). Hoje, ela faz faculdade de Cinema e já mostra domínio sobre a linguagem e propósito artístico. “Sempre quis e gostei muito de cinema. Hoje me vejo voltada para a direção”, conta.>
Maythe Costa
O talento de Maythe vem de berço. Ela é filha da roteirista Luciana Costa e do diretor Jeferson Nali, outro nome capixaba que brilhou em Cannes. Com mais de duas décadas de carreira, Jefferson venceu com nada menos que quatro filmes no mesmo festival:>
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O sucesso da família Nali em Cannes não é apenas uma conquista pessoal, mas um marco para o cinema capixaba, que segue ganhando projeção internacional e mostrando que tem muito a dizer - com talento, sensibilidade e compromisso social. >
O filme “Camile” provoca e emociona ao abordar, com sensibilidade e coragem, temas como violência doméstica e abuso infantil. A narrativa convida o público a encarar verdades dolorosas que muitas vezes permanecem silenciadas, despertando reflexão e empatia.>
A produção nasceu a partir do projeto social Quebrando o Silêncio, com parceria das produtoras Paraíso Filmes e Seven Filmes. E tem mais: tudo foi gravado em apenas uma semana, em maio de 2024, e lançado três meses depois. Desde então, o filme vem colhendo reconhecimento em circuitos importantes.>
Maythe revela que o tema central do filme é delicado e necessário. “É uma pauta que, por tanto tempo, foi abafada. Tentamos ter o máximo de respeito para retratar, porque são histórias reais. Fiquei extremamente feliz que existe uma categoria sobre justiça social. Falar disso em Cannes é uma honra".>
Para ela, o objetivo da obra é claro: alertar e transformar. “Ali a gente conta uma história de que o mal vem de onde você menos espera. É preciso discutir isso e gerar uma pausa para mudar o cenário”, afirma a diretora, que também destacou o protagonismo feminino nos bastidores: a maior parte da equipe do filme era composta por mulheres.>
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