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Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 19:56
Localizado entre os municípios de Pancas e Águia Branca, na Região Norte do Espírito Santo, o Parque Nacional dos Pontões Capixabas (que conta com "paredes" de granito de mais de 500m de altura) ganhou o status de Monumento Natural em 2006. Antes disso, na década de 1970, suas belezas encantaram o paisagista Roberto Burle Marx, que, na época, promoveu expedições na área, envolta pelo Vale do Rio Pancas, catalogando e fotografando a flora da região, chegando a encontrar uma belíssima espécie de orquídea originária no local, batizada "Cattleya Warnery var. Pancas".>
Quase meio século depois, as andanças e belezas registradas por Burle Marx (1909–1994) servem de mão de obra para a exposição coletiva "Residência Expedição - de Burle Marx ao Vale do Rio Pancas", aberta nesta quinta (9), na Casa Tutti (Centro de Vitória). O projeto é o resultado de uma residência promovida por artistas, arquitetos e biólogos, que reviveram a rota seguida pelo renomado paisagista.>
Na mostra, sob o olhar sensível de Alessandra Felix, Clara Pignaton, Igor Maia, Karlos Rupf, Lilian Dazzi, Maria Emilia Vasconcellos, Patrícia Stuhr, Raquel Garbelotti e Yurie Yaginuma surgem vídeos, desenhos, aquarelas e instalações, sejam coletivas ou individuais, que expressam o poder na natureza do Vale do Rio Pancas. >
A partir das expedições e vivências, o grupo apresenta criações que dialogam com o território e seus moradores e que articulam o passado e o presente em diferentes olhares para a geografia, de modo a constituir novas possibilidades de memória.>
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As pesquisas realizadas ao longo da residência-expedição também estarão disponíveis na internet pelo site Residência-Expedição, em que o público pode se aprofundar sobre as rotas percorridas pelos pesquisadores, seus projetos e experiências.>
Clara Pignaton, uma das organizadoras do projeto (que contou com apoio da Lei Adir Blanc), adiantou que a ideia nasceu em 2013, mas somente no ano passado houve uma "atualização" para refazer os caminhos de Burle Marx em Pancas no formato de residência artística. >
"Convidamos um grupo multidisciplinar, com nove pessoas, entre biólogos, paisagistas, arquitetos e artistas visuais. Nosso objetivo sempre foi fazer uma aproximação desse material histórico, que são as excursões em que Burle Marx catalogava espécies para usar em seus projetos de paisagismo", pontua.>
"Fizemos uma incursão de uma semana com os artistas, biólogos e moradores, visitando alguns pontos, como a Pedra do Camelo e a Pedra do Vidal, mas sempre situando a importância do Monumento Natural dos Pontões".>
Pignaton afirma que a vivência com o lugar, além das pesquisas, resultou em um arquivo (disponível no portal citado anteriormente) que também serviu como subsídio dos trabalhos que compõem a exposição. "Temos videoinstalação, escultura, instalação e desenhos que apresentam a narrativa de Burle Marx e a questão geomorfológica do território. Além disso, há a representação dos povos indígenas que habitavam a região, dos pomeranos, e de um garimpo que existia em uma área próxima", complementa.>
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