Repórter / aline.almeida@redegazeta.com.br
Publicado em 9 de maio de 2025 às 10:06
O jornalista capixaba Tinoco dos Anjos está à frente de um projeto inédito que vai revisitar a trajetória do Caderno 2, suplemento cultural da Rede Gazeta que marcou época no jornalismo do Espírito Santo. Com estreia prevista para o segundo semestre de 2025, a iniciativa contará com livro, mini documentário, rodas de conversa e outras ações culturais, aprovadas pela Lei Rouanet.
Criado em 1975 e descontinuado em 2019, com o fim da circulação impressa dos jornais da Gazeta, o Caderno 2 foi durante décadas a principal referência em cobertura cultural do Estado. O suplemento informava o público sobre o que acontecia nos teatros, cinemas, galerias, bares, livrarias e outros espaços de produção artística — sempre com foco na criação local, tanto coletiva quanto individual.
Tinoco trabalhou na Gazeta por mais de 20 anos, muitos deles como repórter e editor do Caderno 2. A ideia do projeto nasceu da vontade de preservar essa memória e destacar o papel fundamental que o suplemento teve na valorização da cultura capixaba.
“Comecei a conversar com meu irmão, Erildo dos Anjos, que foi o primeiro editor do Caderno 2, em 1975. Ele foi essencial para dar início a essa trajetória. Hoje, o projeto conta com o depoimento dele, relembrando o contexto da época e a criação do caderno”, explica Tinoco.
Além do depoimento de Erildo, o livro contará com entrevistas de 10 a 15 jornalistas e artistas que passaram pelo suplemento ao longo de suas quatro décadas e meia de existência. A jornalista Elaine Dal Gobbo ficará responsável pela condução das entrevistas, que serão transformadas em uma grande reportagem por décadas, reconstituindo a história do Caderno 2 desde sua fundação até sua última edição.
O projeto também propõe uma reflexão sobre os rumos da cobertura cultural no Espírito Santo. Segundo Tinoco, o Caderno 2 teve papel fundamental na formação de público e na valorização da arte capixaba. “Ele dava espaço real para todas as áreas artísticas. Era um aliado dos movimentos culturais, ajudava a dar visibilidade e, muitas vezes, atuava como incentivador da produção local.”
Para ampliar o alcance da iniciativa, além do livro com capa dura e rico material de arquivo, será produzido um documentário de 15 minutos, que circulará na internet e servirá como ferramenta de divulgação e debate sobre o papel da imprensa na cultura.
O projeto tem coordenação de Tinoco dos Anjos e a equipe conta com a participação dos jornalistas Erildo dos Anjos, Zé Roberto Santos Neves, Elaine Dal Gobbo, da consultora técnica Thalia Peçanha e do empresário Walter Araújo.
A expectativa é que todas as ações ocorram ao longo de 2025 e no primeiro semestre de 2026, promovendo não apenas o resgate da memória do Caderno 2, mas também o debate necessário sobre a importância do jornalismo cultural em tempos de redes sociais e consumo acelerado de informação.
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