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Publicado em 13 de outubro de 2025 às 18:30
Guarapari ganha um novo retrato e, desta vez, pelas lentes da sensibilidade. O artista multimídia Marcelo Moryan, mineiro de Serra dos Aimorés que mora há mais de 30 anos em Guarapari e se define como “capixaba de alma”, lançou o livro “Nuances Guarapari”, uma obra fotográfica que foge do registro turístico tradicional e apresenta a cidade sob uma perspectiva artística, simbólica e profundamente afetiva. >
Mais do que um livro, o projeto se desdobra em uma exposição itinerante e em um site interativo (www.nuancesguarapari.com.br), formando um ecossistema que celebra Guarapari em diferentes dimensões: tátil, visual e digital.>
Segundo Moryan, a ideia nasceu da convivência de mais de quatro décadas com a cidade. “Guarapari não é apenas um local no mapa para mim, mas uma parte intrínseca da minha própria história”, diz o fotógrafo. “Cada clique é um ‘obrigado’ visual, um esforço para preservar instantes e transformá-los em memória permanente.”>
O artista conta que sentiu a necessidade de registrar a cidade não apenas como homenagem, mas como um testemunho para as futuras gerações, um gesto de gratidão e responsabilidade com o patrimônio natural e simbólico da região.>
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O termo “nuances”, que dá nome à obra, sintetiza o conceito central do projeto. Ele remete às sutilezas, camadas e contrastes que compõem a alma da cidade. Para traduzir essa complexidade, Moryan e sua esposa, Márcia Guanandy, criaram uma “tríade curatorial” formada por Cotidiano, História e Arte, e é a partir dela que o olhar do fotógrafo percorre as ruas, praias, montanhas e histórias locais. >
O livro reúne dez anos de trabalho fotográfico e um acervo cuidadosamente selecionado. Moryan revisitou milhares de imagens para construir uma narrativa visual coerente, guiada por critérios que incluíram coerência narrativa, diversidade de luz, representatividade geográfica e diálogo entre o passado e o presente. >
“Foi quase uma missão impossível escolher. Voltei várias vezes a alguns lugares para ter certeza de que aquela foto representava o momento e a alma do espaço fotografado”, conta.>
Com acabamento premium e qualidade editorial diferenciada, “Nuances Guarapari” foi pensado como uma obra de arte fotográfica. Para Moryan, o luxo da obra está tanto na forma quanto no conteúdo.>
“Há o luxo material, como o papel, a impressão, o design, mas o verdadeiro luxo é o da contemplação. É o convite a desacelerar e redescobrir a cidade.”>
A obra já foi apresentada na FIT (Feira Internacional de Turismo), na Argentina, consolidando-se como um marco na produção cultural capixaba e como um produto artístico com potencial internacional.>
O projeto estreou com uma exposição no SESC Guarapari e deve circular a partir da segunda quinzena de novembro em outros espaços, inclusive fora do estado. A mostra propõe uma experiência imersiva, em que as imagens ganham nova dimensão ao ocupar o espaço expositivo. >
Enquanto isso, o site www.nuancesguarapari.com.br serve como um espaço vivo, que reúne bastidores, conteúdos complementares, vídeos e galeria expandida. É um ponto de encontro para quem deseja conhecer mais sobre o projeto e sobre a própria cidade.>
Para Moryan, a principal mensagem de “Nuances Guarapari” é o pertencimento. “Vivemos cercados de tanta beleza que, às vezes, achamos que isso é comum, e não é. Quero que as pessoas desacelerem e redescubram a cidade com gratidão. Quando o pertencimento aumenta, o cuidado também aumenta.” >
O fotógrafo resume esse sentimento em um poema que acompanha o livro:>
“Amo todos os amores que te amam, Guarapari.
Amo os nativos que te respiram,
os que chegaram e nunca mais quiseram partir,
os que te visitam e levam tua luz na pele”>
Mais do que um registro, “Nuances Guarapari” é um manifesto visual de amor e preservação, um lembrete de que a beleza da cidade vai muito além do olhar turístico: está nas entrelinhas, nas nuances. >
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