Exposição no Mucane retrata patrimônios históricos negros capixabas

Exposição “Estandarte Negro”, do artista e pesquisador Rômulo Corrêa, traz sete estandartes falando sobre os 11 patrimônios negros capixabas: ambiental, arquitetônico e imaterial da cidade de Vitória

Seguindo as comemorações do Mucane, que completa 29 anos em 2022, a exposição “Estandarte Negro”, do artista e pesquisador Rômulo Corrêa, é uma boa opção de lazer neste feriado. Através de estandartes, as peças buscam abordar a memória, o espaço e o tempo do povo negro capixaba.

A exposição “Estandarte Negro” traz lugares que percorreram a infância e o imaginário onírico do artista filho de pais negros. Ao todo estão expostos sete estandartes falando sobre os 11 patrimônios negros capixabas: ambiental, arquitetônico e imaterial da cidade de Vitória.

Segundo Rômulo, esses patrimônios perpassam por sua observância crítica na questão do pertencimento legítimo destes monumentos e paisagens. Seu ponto de partida para idealizar as obras foi o monumento da Dona Domingas, localizado aos pés do Palácio Anchieta, em Vitória.

Exposição “Estandarte Negro”, do artista e pesquisador Rômulo Corrêa, seráinaugurada no Mucane

Exposição “Estandarte Negro”, do artista e pesquisador Rômulo Corrêa, seráinaugurada no Mucane. Crédito: Divulgação

“Minha observância partiu de um ponto zero, que é o monumento da Dona Domingas. Ali nasce meu incômodo como pesquisador de arte a partir dos meus estudos em arquitetura, ao ver uma mulher negra retratada pelo artista da forma que lhe convém retratar, de forma submissa e aos pés do poder hegemônico político capixaba masculino e branco. Aquela não é a ancestral Dona Domingas para o povo negro, Domingas foi uma mulher potente e dona de si”, revela.

De acordo com o artista, a exposição possui dois momentos, um da confecção e o outro que é a exposição com o objetivo de promover a educação patrimonial e racial.

“Dentro da educação patrimonial ambiental, reforcei a relação da formação de consciência para preservação e proteção ambiental que inclui os moradores das comunidades no entorno do Maciço Central do Centro e os não moradores. Já o patrimônio imaterial está representado nas oralidades pela Escola de Samba Unidos da Piedade, que nasceu dos Morros da Piedade e Fonte Grande, no Centro, e pela Banda de Congo Vira Mundo sob a regência do Mestre Renato Santos”, revela o capixaba.

ESTANDARTES

Rômulo conta que idealizou o projeto durante a pandemia. Ele diz que sua relação com a matéria principal da exposição - os estandartes - é antiga. Para o artista, o objeto representa uma bandeira.

“Comecei a fazer estandartes por conta da minha relação com o carnaval, que é bem presente por lá. Para mim, o estandarte é sinônimo de bandeira, onde nós colocamos aquilo que a gente acredita. O estandarte transforma o orgulho em sentimento palpável”, destaca Rômulo.

SERVIÇO

  • Exposição: Estandarte Negro – cenários e patrimônios do Centro Histórico de Vitória por Rômulo Corrêa
  • Valor: Entrada franca
  • Data: até 28 de agosto
  • Horário: terças às sextas-feiras das 8 às 17 horas e aos sábados de 10 às 14 horas
  • Onde: Mucane -Museu Capixaba do Negro Maria Verônica da Pas na Av. República, 121, Centro de Vitória (próximo ao Parque Moscoso).

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