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Publicado em 1 de novembro de 2025 às 14:00
O Espírito Santo celebra um dos maiores nomes de sua história artística: Dionísio Del Santo. Em homenagem ao centenário do artista capixaba, a Galeria Matias Brotas dá início, em 6 de novembro, ao Circuito do Centenário Dionísio Del Santo, uma série de eventos que celebram sua obra e seu legado para a arte moderna brasileira. >
A programação tem início com a exposição “Dionísio Del Santo: o construtivo ontem e hoje”, com curadoria de Felipe Scovino, que reúne obras inéditas de grandes nomes da arte brasileira e capixaba. Entre os artistas presentes estão Hélio Oiticica, Lygia Pape, Luiz Sacilotto, Paulo Vivacqua, José Bechara, Sandro Novaes e Rosana Paste.>
Nascido em Colatina, em 1925, Dionísio Del Santo iniciou sua formação artística ainda jovem, enquanto estudava no Seminário São Francisco de Assis, em Santa Teresa, entre 1932 e 1939. No início dos anos 1940, começou a desenhar e, em 1946, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se dedicou à pintura e estudou modelo-vivo e teoria das cores. >
Trabalhou com publicidade e artes gráficas até se aproximar das técnicas de xilogravura e serigrafia, nas quais se destacou tanto pela precisão quanto pela inovação. A partir dos anos 1950, sua produção se alinhou aos princípios do movimento concreto, e sua primeira exposição individual aconteceu em 1965, na Galeria Relevo, no Rio de Janeiro.>
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Ao longo das décadas seguintes, Dionísio consolidou seu nome na arte moderna brasileira com obras abstratas marcadas por rigor geométrico e sensibilidade poética. Recebeu prêmios importantes, como o Prêmio Itamaraty na 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967) e o Prêmio da APCA de Melhor Exposição de Gravura (1975). Participou de mostras significativas, como o Projeto Construtivo na Arte (1977), e realizou retrospectivas no Paço Imperial (1989) e no MAM-SP (1990). >
Em 1998, retornou ao Espírito Santo para organizar sua grande retrospectiva no Museu de Arte do Estado (MAES). No ano seguinte ele faleceu e o Museu passou a levar seu nome, o MAES Dionísio Del Santo, consolidando seu legado como um dos principais artistas construtivos do país.>
Para o curador Felipe Scovino, Dionísio representa “um artista que soube transformar o cálculo em emoção visual, fazendo do construtivo um gesto poético de liberdade”.>
Mais do que uma homenagem, a mostra também marca os 20 anos da Galeria Matias Brotas, reforçando seu papel na valorização da arte e da história do Espírito Santo. >
“Ao revisitar sua trajetória, a Matias Brotas reafirma o Espírito Santo como berço de artistas fundamentais para a história da arte brasileira, consolidando o nome de Dionísio Del Santo como um dos pilares da modernidade no país”, afirma Lara Brotas, sócia fundadora da galeria.>
Com um recorte que atravessa tempos e estilos, a exposição propõe um diálogo entre Dionísio Del Santo e artistas contemporâneos como Amália Giacomini, Antônio Bokel, Ascânio MMM, Eduardo Sued, Gonçalo Ivo, Iole de Freitas, Raul Mourão e Rosana Paste.>
As obras dialogam entre gesto e estrutura, cor e vazio, ritmo e silêncio, dimensões centrais na poética visual de Del Santo.>
“A sensação de movimento tão peculiar em seu trabalho se dá a partir de uma orquestração de linhas e cores que institui o vazio como um espaço de manobra, movimento e transformação”, explica o curador Felipe Scovino, destacando a atualidade da obra do artista.>
O Circuito do Centenário Dionísio Del Santo é uma iniciativa conjunta da Matias Brotas com o Museu de Arte do Espírito Santo (MAES) e as galerias Almeida & Dale, Maneco Muller e Silvia Cintra. A proposta é criar um espaço de reflexão sobre o impacto de Dionísio na arte moderna e contemporânea brasileira. >
A abertura acontece no dia 6 de novembro, às 18h30, com um happening de serigrafia ao vivo de Eric Medeiros Scarpel, seguido de falas de Lara Brotas, Nicolas Soares (diretor do MAES), Fabrício Noronha (secretário de Estado da Cultura) e Felipe Scovino.>
A exposição permanece aberta ao público até 12 de fevereiro de 2026, na Matias Brotas Arte Contemporânea, em Vitória. >
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