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Publicado em 23 de maio de 2025 às 19:17
Rápida como o disparo de um obturador de uma máquina fotográfica e instantânea como um clique de um fotojornalista, a notícia da morte do fotógrafo Sebastião Salgado (1944-2025) se espalhou pelos cantos do mundo pegando muita gente de surpresa. A descoberta da morte de um ídolo em meio ao almoço não só cortou o apetite, como também despertou uma série de sentimentos indefinidos. >
A partida de Salgado sucede momentos marcantes recentemente vividos em terras capixabas. A presença do fotógrafo na abertura da exposição “Outras Américas" na galeria Mosaico Imagem e a palestra ministrada no Sesc Glória em dezembro de 2024, onde também aconteceu uma projeção de suas fotos musicadas por uma orquestra, inflaram o sentimento de perda. >
Inevitável não mencionar o desfile da escola de samba Independente de Boa Vista, com o enredo “Os Olhos do Mundo - Assombros de Sebastião Salgado”, no Carnaval de Vitória 2025. A agremiação levou o título de campeã e o próprio Salgado, em um vídeo divulgado na internet, classificou a homenagem como “sublime”. Aliás esta foi uma das últimas declarações públicas do maior fotógrafo brasileiro e um dos maiores do mundo.>
As imagens de trabalhadores, refugiados, indígenas, vítimas da guerra, da fome e do deslocamento forçado, retratadas em preto e branco, com contrastes intensos e composições dramáticas, reforçam sua competência estética. Estes trabalhos materializados em livros, filmes e exposições obviamente eternizam a trajetória produtiva do autor, mas a ausência em vida de Sebastião Salgado deixa um vazio impossível de ser preenchido. >
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Todos sabemos que a fotografia não possui som, mas no caso de Salgado, suas imagens denunciam desigualdades e injustiças sociais, funcionando como um grito por dignidade, visibilidade e compaixão humana.>
Vitor Jubini é fotojornalista, professor universitário e um grande admirador de Sebastião Salgado >
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