Artistas expõem diversidade cultural capixaba na Bienal de Arte de São Paulo

Castiel Vitorino Brasileiro e Rubiane Maia participam do evento, que acontece até dezembro, no Parque do Ibirapuera. HZ conferiu a abertura e conversou com Castiel, que detalhou sua obra

É como se fosse um passeio pela "Disneylândia" das Artes Visuais. São três andares recheados de sensibilidade, diversidade e criatividade, com composições que propõem um novo olhar para a Arte Contemporânea produzida no Brasil e no mundo.  

Entre vídeoinstalações, projetos interativos, túneis luminosos, portais modernos e obras que remetem a religiões de diferentes matrizes, a 35ª Bienal de Arte de São Paulo - aberta ao público até 10 de dezembro, com entrada franca, no Parque do Ibirapuera - faz jus a seu tema: Coreografias do Impossível. 

São 1,1 mil obras e 121 artistas de várias partes do mundo, com diferentes linguagens e temas que remetem à justiça e à liberdade, especialmente de expressão. 

Onde tem arte, tem capixaba. HZ participou da abertura da Bienal a convite do Instituto Cultural Vale, um dos apoiadores do evento, e pôde conferir o projeto de Castiel Vitorino Brasileiro, que apresentou a instalação Montando a História da Vida. 

Vista da instalação de Castiel Vitorino Brasileiro na 35ª Bienal de São Paulo

Vista da instalação de Castiel Vitorino Brasileiro na 35ª Bienal de São Paulo. Crédito: – Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Com a composição, Castiel confirma seu talento ao usar elementos como terra, um barco pesqueiro, alguidares (recipientes redondos feitos para lavar ou amassar), eucalipto, tijolo, aço e pinturas para expressar um tratado contra o racismo e a escravidão, saindo em defesa das religiões de matrizes africanas. Uma obra impactante que chamou a atenção do público presente na abertura, proporcionando reflexão sobre algumas feridas de uma sociedade desigual, como a brasileira. 

"O trabalho foi concebido durante 10 meses. No início do ano, me mudei para Marrakech (Marrocos), onde desenvolvi uma pesquisa sobre medicina e espiritualidade, sendo que o estudo se conecta com minha história no Espírito Santo", adiantou Castiel. 

"Sou de religião de matriz africana e essa obra conta a história desses centros medicinais de cura, que possuem práticas de saúde importante para nós. Além disso, também faço (com a instalação) uma denúncia contra pessoas que entraram em terreiros e destruíram objetos. É uma obra que possui elementos que fazem parte da minha carreira, como a terra, que representa fertilidade". 

Mineira, mas residente no Espírito Santo, Rubiane Maia também está presente na 35ª Bienal de Arte de São Paulo. Ela apresenta a performance A Língua Sempre se Dobra Diante do Inquestionável ou Maldito - Livro-Performance Capítulo VI. Maia organiza uma série de ações pensadas em resposta a textos autobiográficos influenciados por memórias transgeracionais traumáticas ligadas a questões de gênero e raça. Uma das apresentações aconteceu no Pavilhão do Ibirapuera em 8 de setembro. 

* O repórter viajou a São Paulo a convite do Instituto Cultural Vale

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