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Publicado em 25 de julho de 2025 às 14:40
No último dia do 32º Festival de Cinema de Vitória, que aconteceu na última quinta-feira (24), foi Ney Matogrosso quem transformou o encerramento em um verdadeiro espetáculo de emoção, memória e reverência. Homenageado nacional desta edição, o artista subiu ao palco do Teatro Glória aplaudido de pé, mas surpreendeu o público ao se mostrar tímido ao receber o Troféu Vitória e outras honrarias. Visivelmente comovido, encerrando uma noite que foi marcada por afeto e gratidão, disse: >
Antes, na coletiva de imprensa realizada no Salão Penedo do Hotel Senac Ilha do Boi, Ney já havia cativado jornalistas, fãs, autoridades e estudantes com sua lucidez, humor e franqueza. >
“A gente tem que viver com a nossa verdade, não é isso? Não podemos viver submetidos à vontade de ninguém. Somos cada um, um universo, e temos que manifestar isso”, declarou, ao comentar o impacto da cinebiografia Homem com H na vida do público e que recebe muitos relatos de pessoas que dizem ter encontrado coragem para assumir suas próprias verdades após assistir ao filme.>
Durante a coletiva de imprensa, Ney Matogrosso relembrou um episódio curioso do passado: ainda jovem, quando vendia artesanato e mal imaginava o futuro que o aguardava, consultou uma vidente ao lado do amigo Paulo Mendonça, com quem compôs "Sangue Latino". A cartomante previu que ele teria uma trajetória parecida com a de Carmen Miranda, disse que ele alcançaria fama internacional, viveria cercado de trabalho e seguiria requisitado mesmo na velhice. >
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"Na época eu não acreditei muito, mas parece que ela estava certa, não é mesmo?", disse. Décadas depois, o sucesso de Homem com H parece ter confirmado que ele não teria descanso nem na velhice. “Se eu trabalhava 10, agora estou trabalhando 30. É uma coisa que até me confunde”, brincou Ney, entre risos. O filme reacendeu o interesse do público e trouxe uma nova onda de convites e novos trabalhos.>
Com apresentação de Sarah Oliveira e Simone Zuccolotto, a cerimônia de encerramento também contou com o lançamento do Caderno do Homenageado, uma publicação especial que traça a trajetória do artista nas artes brasileiras, além de uma joia simbólica entregue ao cantor. >
O Festival ainda exibiu o longa Luz nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha, dirigido por Helena Ignez e Ícaro C. Martins, em que Ney é protagonista. A diretora subiu ao palco para celebrar a parceria com o artista: “É um gênio, essa figura generosa, lindíssima. Uma pessoa altamente verdadeira”, disse Helena.>
Um dos momentos mais marcantes da homenagem veio quando o público, em um gesto coletivo, colocou máscaras que remetem à maquiagem marcante de Ney nos tempos do Secos & Molhados, cena que arrancou sorrisos tímidos e um brilho emocionado dos olhos do cantor.>
A noite encerrou uma edição memorável do festival, que reafirmou Vitória como promissora capital do cinema brasileiro. E foi com um Ney Matogrosso camaleônico e, ao mesmo tempo, incrivelmente humano, que o público saiu com a certeza de que o cinema têm, sim, o poder de transformar, libertar e emocionar.>
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