Renata Rasseli e Silvero Pereira: apresentadores do Festival de Cinema de Vitória, nesta terça-feira (19), no Sesc Glória. Crédito: Melina Furlan
Uma homenagem antecipada ao cantor e ator Ney Matogrosso marcou a noite desta terça (22) do 32º Festival de Cinema de Vitória, no Teatro Glória, no Centro de Vitória. O ator Silvero Pereira, apresentador da noite ao lado desta colunista, entoou "Sangue Latino", sucesso do homenageado nacional do FCV, que será condecorado nesta quinta-feira (24). A plateia cantou junto e aplaudiu o momento "a capela".
MOSTRAS
Três curtas e um longa-metragem foram exibidos nesta terça-feira dentro da terceira noite da 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas e a quarta noite da 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas.
Com curadoria de Flavia Candida, Viviane Pistache e Waldir Segundo, a 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas exibiu os curtas-metragens exibidos foram Carne Fresca (Giovani Barros, FIC, RJ, 24’), Fenda (Lis Paim, FIC, CE, 23’) e Sola (Natália Dornelas, FIC, ES, 15’). Na 15ª Mostra Competitiva Nacional de Longas, que tem curadoria de Leila Bourdoukan e Gilberto Alexandre Sobrinho, o longa-metragem exibido foi Mambembe (Fábio Meira, DOC, GO, 98’).
O filme que abriu a sessão da 29ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas foi Carne Fresca, de Giovani Barros, que conta a história do lobisomem gay chamado Saulo, no meio da Marquês de Sapucaí, durante o Carnaval cheio de euforia. “Carne Fresca é um filme que fala muito sobre a solidão do homem gay, Carnaval, vida e morte”, pontuou o diretor, que dedicou a exibição a Zita Carvalhosa, grande referência do cinema brasileiro, que faleceu na segunda-feira (23). “Queria agradecer muito a Zita, ela foi a primeira pessoa que trabalhei na vida, em festival. Então, quero dedicar o curta para ela, que foi muito importante para mim”.
Na sequência, foi a vez de Fenda, de Lis Paim. Em meio a pandemia da Covid-19, a cineasta decidiu iniciar o desejo de ter seu primeiro filme protagonizado por mulheres negras, entre a maturidade e a velhice. “Quero primeiro agradecer a seleção do filme nesse festival, é a primeira vez que apresento um filme aqui, que venho a Vitória. O curta foi filmado em Fortaleza e faz ponte com Salvador, cidade onde nasci. Estamos circulando por vários festivais desde o ano passado. Fala de amor, suas contradições, protagonizado por mulheres negras, um elenco primoroso, minha primeira direção. Espero que vocês gostem. Foi feito por uma equipe de quase 50 pessoas, a maioria mulheres”.
Fechando a sessão, o curta capixaba Sola, de Natália Dornelas, que subiu ao palco do Teatro Glória acompanhada da equipe do projeto. Como as mulheres negras percebem e moldam o mundo ao seu redor, especialmente quando ocupam espaços de poder? Foi essa a pergunta que inspirou a cineasta a realizar o filme. “Agradeço à minha equipe, muito obrigada! . Foi um processo muito lindo de construção do Sola. Quero agradecer Ana Claudia, que se entregou muito neste personagem. Sola é um filme sobre cura, cuidado e amor entre mulheres negras”, disse a realizadora, que finalizou: “Hoje é uma noite muito especial, obrigada”.
O filme Mambembe, de Fábio Meira, encerrou a noite. “Mambembe é um pedaço longo da minha vida. Era para ter sido meu primeiro filme. Em 2010 fiz essa filmagem, numa viagem longa. Filmei parte desse filme, não consegui terminar. 10 anos depois de ter começado, fiz um documentário. É um filme sobre fazer um filme.”
O 32° Festival de Cinema de Vitória conta com patrocínio da Petrobras e com patrocínio institucional do Instituto Cultural Vale e do Banestes, através da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o apoio da TV Gazeta, da Rede Gazeta, da Carla Buaiz Jóias, do Canal Brasil e do Hotel Senac Ilha do Boi. Conta também com parceria do Sesc Espírito Santo. A realização é da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte – IBCA.
Festival de Cinema de Vitória - 22/07/2025
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