5 dicas para conhecer Vila Velha em um fim de semana

Cidade canela-verde completa 487 anos nesta segunda (23) e HZ traz uma lista com cinco opções imperdíveis para conhecer a história da cidade e suas delícias

O Convento da Penha é uma das atrações turísticas imperdíveis de Vila Velha

O Convento da Penha é uma das atrações turísticas imperdíveis de Vila Velha. Crédito: Vitor Jubini

Que me perdoem as "coirmãs" (sem ciúmes, please!), mas uma das cidades mais charmosas do Estado completa 487 anos nesta segunda (23), dia em que também se comemora a Colonização do Solo Espírito-Santense. Lógico que estamos falando de Vila Velha, que, mesmo "quatrocentona", esbanja beleza e jovialidade em seus mais de 209 km² de extensão.

Na tentativa de fazer capixabas e turistas conhecerem a cidade e sua história, "HZ" resolveu dar dicas do que curtir em Vila Velha para quem vem passear por dois dias, normalmente o sábado e o domingo. São tantas as atrações, que resolvemos selecionar cinco, depois de pensar muito. Dá tempo de badalar em todos elas e sair quase um canela-verde de carteirinha.

Optamos pelo tradicional, mas encantador, Convento da Penha (esse é obrigatório); pela beleza do Farol Santa Luzia; a Igreja do Rosário (uma das mais antigas em funcionamento do país); passamos pela Barra do Jucu - que conquistou Martinho da Vila -; e terminamos na apetitosa, e xodó da cidade, "Rua das Delícias", point onde encontramos bares e restaurantes, com variadas opções gastronômicas. Vem com a gente, bebê!

CONVENTO DA PENHA

Vista da janela do Convento da Penha

Vista da janela do Convento da Penha. Crédito: Arquivo AG

  • Maior atração turística do Espírito Santo, é sempre enriquecedor passar um dia no Convento da Penha. Fixado em um penhasco (de 154 metros de altitude e localização privilegiada, a 500 metros do mar), a edificação, localizada na Prainha, é rodeada pela Mata Atlântica. Para quem tiver pique de subir a pé, são cerca de 1,2 km de caminhada. Uma oportunidade para contemplar a natureza, proporcionando momentos de puro relax e ótimas fotos "instagramáveis". 

  • Marco da arquitetura do período colonial brasileiro, o conjunto do Convento da Penha foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1943. Sua história começou em 1558 com o Frei Pedro Palácios, que depois construiu uma pequena igreja no local. A obra como conhecemos hoje começou a ser construída em 1652 e  foi concluída em 1660. O Convento conta com arquitetura jesuítica no estilo Cidadela Medieval, única no Brasil.

  • No altar mor da Igreja, remodelado em 1910, há mais de 200 peças de 19 tipos diferentes de mármore, que adornam retábulo e colunas. O centro do retábulo abriga a imagem da Virgem da Penha, de origem portuguesa, de 1569. Vale a pena visitar a Sala dos Milagres, que mostra parte da variada coleção de agradecimentos pelas graças obtidas pela Virgem da Penha, e um museu que guarda vários objetos do acervo histórico do convento.

  • "Nas paredes da capela, há obras paisagísticas realizadas por Vitor Meireles, encomendadas por Frei João Costa, entregues em 1877, além das obras sacras de Benedito Calixto, desenvolvidas de 1926 a 1927", destaca o subsecretário de Cultura de Vila Velha, Manoel Goes. Há, sim: do local é possível ter uma inesquecível vista panorâmica tanto de Vitória quando da cidade canela-verde.

  • Há vários horários de visitação do Campinho e da capela, como também missas sendo realizadas durante toda a semana. Para se informar, basta dar uma conferida no site oficial do Convento da Penha.

FAROL SANTA LUZIA 

Farol de Santa Luzia

Farol de Santa Luzia. Crédito: Fabricio Christ

  • Exemplo da cultura e história canela-verde, o Farol Santa Luzia, que tem 150 anos, é a montagem mecânica mais antiga do Espírito Santo. O famoso ponto turístico está localizado em uma ponta da entrada da baía de Vitória, mais precisamente na Rua Santa Luzia, no bairro Praia da Costa.

  • A área abriga uma vila residencial militar com três casas. Uma delas é a moradia do faroleiro - encarregado da manutenção do Farol -, outra abriga a Sala da Memória, onde turistas podem ver toda a história do local exposta em desenhos em suas paredes, e também a lanterna antiga. A última é onde funciona uma loja de artesanato onde podemos comprar aquela lembrança bacana.

  • As peças que compõem o Farol Santa Luzia vieram da Escócia em 1870 e o local foi montado em 1871, a pedido do Barão de Cotegipe, ministro da Marinha Imperial na época. A torre mede 12 metros de altura e tem uma base octogonal de 9 m².

  • Segundo o "Capixapédia", de A Gazeta, a Sala de Memória foi idealizada e realizada, com recursos próprios, pelo Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha (IHGVV), em parceria com a Capitania dos Portos, e inaugurada em dezembro de 2017. O espaço tem uma sala com informações sobre a história da navegação e a construção do farol e tem objetivo de oferecer informações sobre a história da estrutura, tudo isso com ilustrações nas paredes.

  • A obra traz uma linha do tempo recontando a história do Farol Santa Luiza desde a época do navegador Américo Vespúcio, o primeiro a demonstrar que o Brasil e as Índias Ocidentais não representavam regiões periféricas do leste da Ásia - como pensava Cristóvão Colombo, o descobridor das Américas -, até o período da instalação da estrutura em Vila Velha.

  • O monumento, reinaugurado em maio de 2021 após um processo de restauro. Normalmente, o horário de funcionamento é de terça a domingo e feriados, das 9 às 16h30. Nas segundas, o local é fechado para manutenção. A entrada é franca. Vale lembrar que, excepcionalmente, na segunda-feira (23 de maio), das 9h às 17h, o espaço estará aberto. O último grupo de visitantes entra até as 16h30. Já na terça-feira (24 de maio), estará fechado para manutenção.

IGREJA DO ROSÁRIO

A Igreja Nossa Senhora do Rosário fica localizada na Prainha, em Vila Velha

A Igreja Nossa Senhora do Rosário fica localizada na Prainha, em Vila Velha. Crédito: Carlos Alberto Silva

  • Segundo informações do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Vila Velha foi erguida, primeiramente, como uma capela, na Prainha. Com a chegada do primeiro donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, em 1535, iniciou-se a construção do templo e, em 1551, com a ajuda dos padres jesuítas, a obra foi ampliada, atingindo sua dimensão atual.

  • É a mais antiga igreja em funcionamento litúrgico do Brasil, a primeira do Espírito Santo e uma das três mais antigas em construção do país. Apesar de não haver vestígios materiais no local, a Igreja teve como anexo a Casa de Misericórdia, construída em 1595 e, tempos depois, transferida para Vitória. Outro anexo era um cemitério, onde esteve sepultado Vasco Fernandes Coutinho, que foi removido do local por volta de 1915.

  • Símbolo não só de Vila Velha, como também da Colonização do Solo-Espírito Santense, a Igreja do Rosário foi restaurada em 2016. À época, foram realizados reparos na estrutura, tratamento de reboco, adaptações de acessibilidade e recuperação de adornos e elementos decorativos. Também foram feitos o resgate histórico das pinturas artísticas, o retorno do coro em estrutura de madeira e uma reforma completa em seu telhado. Depois disso, já passou por diversas pinturas, com a última sendo realizada em dezembro de 2021. Os horários de seu funcionamento, como de suas missas, estão disponíveis no site da Igreja.

BARRA DO JUCU

Praia da Barra do Jucu

Praia da Barra do Jucu, Vila Velha. Crédito: Carlos Alberto Silva

  • Boêmio bairro de Vila Velha, a Barra do Jucu reúne praia, cultura (especialmente com suas bandas de congo), lazer e boa gastronomia. Não à toa, encantou Martinho da Vila, sendo inspiração para o clássico "Madalena do Jucu". É um cantinho sagrado e afastado do centro da cidade (distante cerca de 11km), que reúne natureza e "good vibes". Na época do carnaval, é um fervo só, especialmente com os tradicionais Bloco Surpresa e a Porca da Quarta.

  • Se sua curtição é praia, a Barra é a sua onda. Praias da Concha, da Barrinha (bem próximo de Itaparica, muito frequentada por surfistas e pescadores e ao lado da Reserva Ecológica Estadual de Jacarenema) e a mais tradicional delas, a Praia do Barrão. Com quiosques que servem bons petiscos, o badalado litoral é famoso por suas ondas perfeitas, sendo sede de campeonatos estaduais e nacionais de surf e bodyboarding.

  • Barra do Jucu respira arte em todos os poros. Entre os inúmeros destaques, podemos conferir o trabalho das rendeiras de bilro (renda produzida pelo cruzamento de fios têxteis sob almofadas e peças de madeira). De acordo com a colunista Isabella Castello, de A Gazeta, o artesanato foi a principal fonte de renda das mulheres da região, em meados dos anos 1970. Nas últimas décadas, essa tradição, que era passada de mãe para filha, foi perdendo a força. Para resgatar a tradição, surgiu o Grupo Barra de Renda, que teve início em 2015, por iniciativa da própria comunidade, capitaneada pela arquiteta Regina Ruschi, moradora e amante desta arte. A iniciativa deseja resgatar a técnica do bilro. As oficinas contam com 20 a 30 mulheres, envolvendo mestras e aprendizes de todas as idades. Para conhecer mais o trabalho, basta dar uma olhada no Facebook do grupo.

  • Também não podemos ir a Barra sem passar pelo Ateliê Galvêas, do artista visual Kleber Galvêas. O espaço - localizado na rua Antenor Pinto Carneiro - conta com exposições e oficinas culturais, sendo um point que respira arte 24 horas por dia. Ah, sim: existe o sinistro "Castelo da Barra do Jucu", erguido por Mauro Lima

  • A barriga roncou? A Barra também oferece um vasto número de opções culinárias. Os amantes de frutos do mar praticamente conhecem o caminho de estabelecimentos como o Espera Maré. O Taberna da Madalena oferece delícias "modernosas", como camarão com abacaxi ou até mesmo com calda de pêssego. Um (delicioso) peroá frito é servido no La Garza, que fica na foz do Rio Jucu. Comida italiana? Também temos, especialmente na Cantina Nona Menininha e Cantina Vicenza.

"RUA DAS DELÍCIAS"

Os bombons estão entre os destaques da Doceria do Leo, um dos points da

Os bombons estão entre os destaques da Doceria do Leo, um dos points da "Rua das Delícias", na Praia da Costa. Crédito: Reprodução/ Instagram @doceriadoleo

  • Já que caímos na "comilança", saindo da Barra do Jucu rumo a Praia da Costa, uma região que engloba as ruas Inácio Higino e XV de novembro reúne algumas das principais opções gastronômicas do município. Restaurantes, hamburguerias e bares concorridos formam um pequeno polo, apelidado com o sugestivo nome de "Rua das Delícias".

  • Um dos pontos mais frequentados é o restaurante e hamburgueria GolBurger, e, entre as casas inauguradas recentemente, estão A Casa Parrilla Bar, focada em carnes e drinques, e o Cal's Bar, que tem música ao vivo e comida de boteco.

  • Também estão na lista de novidades o japonês Suzushi, que oferece menu-degustação, a hamburgueria Golzin Smash, especializada em smash burger (com a carne mais fina), e a Doceria do Léo, famosa por suas fatias generosas de bolo.

  • Um outro destaque da "Rua das Delícias" é a forneria Jussaras, especializada em pizzas com massa de longa fermentação. Por lá, também vale conhecer a gelateria Gelato Arte e a cervejaria artesanal Mangue Beer, no encontro entre as ruas XV de novembro e Dr. Jairo de Matos Pereira. Opções para se fartar não faltam!

(Com informações da Prefeitura Municipal de Vila Velha e Iphan)

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