10 livros de autores negros de destaque para conhecer no Dia da Consciência Negra

Em parceria com o portal Skeelo, "HZ" escolheu obras engajadas socialmente, como "Conversas Desconfortáveis com um Homem Negro", de Emmanuel Acho, e "Os Pescadores", de Chigozie Obioma

"HZ" lista 10 livros de autores negros que fazem sucesso no mercado editorial. Crédito: Reprodução

"HZ" lista 10 livros de autores negros que fazem sucesso no mercado editorial. Crédito: Reprodução

Mesmo com uma melhoria significativa nos últimos anos, especialmente no que tange a lançamentos de trabalhos coletivos, o mercado editorial - tanto o brasileiro quanto o mundial (este em menor escala) - insiste em colocar o negro mais como personagem do que como voz autoral de suas obras.

Em pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB), que analisa publicações das principais editoras brasileiras, entre 1965 e 2014, constatou-se que os autores nacionais são, em sua maioria, homens (70%), brancos (90%) e paulistas ou cariocas (50% do total). O estudo também mostrou que os personagens retratados em suas obras são próximos da realidade desses autores: os protagonistas são homens (60%), brancos (80%) e heterossexuais (90%).

Quando o negro é personagem (6,2% dos romances publicados no Brasil entre 2004 e 2014), 4,5% deles protagonizaram as histórias e a maioria (em obras de 1990 a 2014) desenvolvia a ocupação de bandido, empregado doméstico, escravo, profissional do sexo e dona de casa.

Essa pouca representatividade na literatura nos faz refletir, especialmente com a chegada do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Com a ajuda da plataforma Skeelo, selecionamos 10 livros de autores e com personagens negros. Há obras relevantes, como o badalado "Os Pescadores", de Chigozie Obioma, finalista do Man Booker Prize, um dos mais importantes prêmios literários internacionais, e "Conversas Desconfortáveis com um Homem Negro", de Emmanuel Acho, best-seller instantâneo do "New York Times" que versa sobre o racismo estrutural.

Se você é assinante de A Gazeta, pode ter acesso a algumas das obras gratuitamente. O portal entrou em parceria com a Skeelo - que possui mais de 700 obras literárias, incluindo algumas dessa lista - em que é liberada a leitura de um livro por mês para os assinantes. O acesso é feito mediante ao CPF que está vinculado na assinatura do site A Gazeta.

"EU DESTILO MELANINA E MEL", de Upile Chisala. Crédito: Editora LeYa

"EU DESTILO MELANINA E MEL", de Upile Chisala. Crédito: Editora LeYa

  • "EU DESTILO MELANINA E MEL", de Upile Chisala
  • 128 páginas. Editora LeYa
  • Sinopse: Uma nova poeta que, com sensibilidade, fala sobre o que é ser negra e mulher, sobre como nos tornamos quem somos e superamos a dor, a violência, o preconceito e os obstáculos. Após apresentar ao leitor brasileiro à poesia de Amanda Lovelace, autora dos best-sellers "A Princesa Salva a Si Mesma Neste Livro" e "A Bruxa não Vai Para a Fogueira Neste Livro", a LeYa Brasil lança a jovem poeta africana Upile Chisala, nascida no Malawi. Seu livro é uma coleção de poemas curtos que tratam sobre o que é ser negra e mulher, sobre como nos tornamos quem somos e superamos a dor, a violência, o preconceito e os obstáculos.
"VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA", de Stacey Abrams. Crédito: Editora Nacional

"VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA", de Stacey Abrams. Crédito: Editora Nacional

  • "VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA", de Stacey Abrams
  • 296 páginas. Editora Nacional
  • Sinopse: Persistência, trabalho árduo e bom relacionamento profissional são os ingredientes cruciais para avançar na carreira. No entanto, para pessoas como Stacey Abrams - não brancas, de regiões periféricas e sem acesso fácil a oportunidades -, é preciso mais do que isso para progredir. Stacey, uma mulher negra vinda de uma família pobre e trabalhadora nos Estados Unidos, lutou contra toda a opressão até chegar à Faculdade de Direito de Yale, uma das mais prestigiosas do mundo, e, tendo construído uma carreira como executiva em empresas de alto escalão, se tornou a primeira líder do sexo feminino de um dos partidos na Assembleia Geral da Geórgia e a primeira afro-americana na liderança da Câmara dos Representantes de seu país. Neste livro, Stacey combina as memórias de seu caminho até a liderança com conselhos reais para mulheres e pessoas não brancas, oferecendo insights duramente conquistados para navegar em mundos que, até agora, eram territórios apenas de homens brancos. "Você pode fazer a diferença" é um manual para todos os que desejam mudar suas vidas e tomar as rédeas do futuro que desejam para si, usando sua indignação e não conformismo como força motriz para gerar ação.
"O CATADOR DE SONHOS", de Geraldo Rufino. Crédito:  Editora Gente

"O CATADOR DE SONHOS", de Geraldo Rufino. Crédito: Editora Gente

  • "O CATADOR DE SONHOS", de Geraldo Rufino
  • 192 páginas. Editora Gente
  • Sinopse:  Ele já "quebrou" seis vezes e saiu de todas elas mais sábio, e mais rico. É comum que as pessoas se abalem com mais facilidade quando enfrentam os revezes da vida, e, ainda pior, quando enfrentam uma crise muitas vezes desistem sem sequer tentar virar o jogo. De onde vem tanto desânimo, tanta falta de fé? Geraldo Rufino é o exemplo de que basta mudar o modo de pensar e todos os caminhos podem se abrir. Não sem trabalhar muito, é claro. Trabalhar muito com o espírito e a mente é a fórmula do sucesso que Rufino conseguiu desenvolver. O homem que começou a vida como catador de lixo reciclável nunca perdeu o sucesso de vista, e hoje é presidente da JR Diesel, cujo faturamento é superior a 50 milhões de reais por ano. 
"OS PESCADORES", de Chigozie Obioma. Crédito: Editora Globo

"OS PESCADORES", de Chigozie Obioma. Crédito: Editora Globo

  • "OS PESCADORES", de Chigozie Obioma
  • 272 páginas. Globo Livros
  • Sinopse: Finalista do Man Booker Prize, Chigozie Obioma conquistou a crítica e o público com a história de uma família que teve seu destino transformado por uma profecia. Os irmãos Ikenna, Boja, Obembe e Benjamin vivem com seus pais na cidade de Akure, na Nigéria. Quando o Banco Central transfere o pai, James Agwu, para Yola, ele decide se mudar sozinho por considerar a região perigosa. Os meninos, acostumados à disciplina rígida, experimentam uma liberdade até então desconhecida. Desafiando os limites, eles vão pescar em um rio considerado amaldiçoado e essa travessura mudará completamente os rumos de suas vidas. 
"ESCOLHA O SEU DIFÍCIL: AS 10 REGRAS BÁSICAS PARA ALCANÇAR O EXTRAORDINÁRIO", de Rick Chester. Crédito: Buzz Editora

"ESCOLHA O SEU DIFÍCIL: AS 10 REGRAS BÁSICAS PARA ALCANÇAR O EXTRAORDINÁRIO", de Rick Chester. Crédito: Buzz Editora

  • "ESCOLHA O SEU DIFÍCIL: AS 10 REGRAS BÁSICAS PARA ALCANÇAR O EXTRAORDINÁRIO", de Rick Chester
  • 160 páginas. Buzz Editora
  • Sinopse: Sonhe grande, mas não fuja da luta. De tempos em tempos, surgem desafios que parecem intransponíveis. Nesses momentos, muita gente pensa em desistir. São tantas portas fechadas, tantos nãos, caminhos que parecem não levar a lugar algum. Nessas horas, a chama da esperança se apaga e nós deixamos de acreditar que existe um horizonte, uma luz no fim do túnel. Rick Chesther é um otimista incorrigível. Apaixonado pela vida e pelas provocações que ela faz, neste livro, o autor mostra, em dez capítulos, o que você deve fazer para driblar as dificuldades e manter a cabeça erguida. 
"MEU CAMINHO ATÉ A CADEIRA NÚMERO 1", de Rachel Maia. Crédito: Globo Livros

"MEU CAMINHO ATÉ A CADEIRA NÚMERO 1", de Rachel Maia. Crédito: Globo Livros

  • "MEU CAMINHO ATÉ A CADEIRA NÚMERO 1", de Rachel Maia
  • 248 páginas. Globo Livros
  • Sinopse: Conheça a trajetória de Rachel Maia, uma das executivas de maior prestígio do país. Conquistar um cargo de diretoria é algo distante para a maioria da população. Imagine, então, quando se é mulher, negra e periférica. Caçula em uma família de sete irmãos, Rachel Maia estudou a vida toda em escola pública e dividia um quarto da casa com todas as irmãs. "Meu pai me ensinou que os estudos e a preparação são fundamentais. Minha mãe me mostrou que a coragem e a sensibilidade me levariam longe". Em "Meu caminho até a cadeira número 1", a respeitada executiva conta como construiu uma bem-sucedida carreira em importantes empresas globais, como Tiffany & Co., Pandora e Lacoste. Além de compartilhar com os leitores sua trajetória de vida, formação e convicções sobre o mercado de trabalho, diversidade e autoconfiança.
"DA FAVELA PARA O MUNDO", de Edu Lyra. Crédito: Buzz Editora

"DA FAVELA PARA O MUNDO", de Edu Lyra. Crédito: Buzz Editora

  • "DA FAVELA PARA O MUNDO", de Edu Lyra
  • 208 páginas. Buzz Editora
  • Sinopse: Em 2011, conheci o Edu Lyra. De cara, vi que era um menino especial. Ele tinha um brilho nos olhos diferente, um que nenhuma provação havia conseguido apagar. Ao contrário, ao se considerar um sobrevivente do sistema, ele brada aos quatro cantos a lição que aprendeu com sua mãe: "Não importa de onde você vem, mas sim para onde você vai". Com este mantra, ele desafia as estatísticas para fazer uma intervenção na vida de milhares de famílias que vivem na pobreza, em regiões carentes da periferia de São Paulo. A convicção inabalável de quem saiu de um barraco de chão batido faz com que Edu não enxergue nada como impossível e tampouco permita que o vitimismo dê as cartas. Ler este livro é fazer uma viagem por todo espectro social através do ponto de vista de quem saiu do caos de uma favela e passou a se comunicar com o topo da sociedade do capital, construindo pontes em vez de muros. Muros, aliás, que o Edu se acostumou a saltar ao longo de sua trajetória. (Flávio Augusto da Silva)
"CONVERSAS DESCONFORTÁVEIS COM UM HOMEM NEGRO", de Emmanuel Acho. Crédito: LeYa Editora

"CONVERSAS DESCONFORTÁVEIS COM UM HOMEM NEGRO", de Emmanuel Acho. Crédito: LeYa Editora

  • "CONVERSAS DESCONFORTÁVEIS COM UM HOMEM NEGRO", de Emmanuel Acho
  • 240 páginas. LeYa Editora
  • Sinopse: Best-seller instantâneo do "New York Times", este livro urgente e necessário responde às mais variadas questões de pessoas brancas sobre racismo e preconceito, partindo de um princípio básico: a única pergunta ruim é a pergunta não feita. "Conversas desconfortáveis com um homem negro" é um convite a todos os interessados em conhecer mais tudo a que as pessoas negras estão diariamente submetidas - discriminação, desigualdade e violência -, tanto em suas formas mais evidentes e abomináveis quanto nas mais veladas, subjacentes e estruturais. O comentarista esportivo Emmanuel Acho, um homem negro, acredita que a solução para o racismo, que ultrapassa as fronteiras dos países, é a empatia, só alcançada com informação. 
"AS CABEÇAS DAS PESSOAS NEGRAS", de Nafissa Thompson-Spires. Crédito: Editora Nacional

"AS CABEÇAS DAS PESSOAS NEGRAS", de Nafissa Thompson-Spires. Crédito: Editora Nacional

  • "AS CABEÇAS DAS PESSOAS NEGRAS", de Nafissa Thompson-Spires
  • 200 páginas. Editora Nacional
  • Sinopse: Em seu conto de estreia, Nafissa Thompson-Spires lança luz sobre as tensões latentes enfrentadas pela comunidade negra estadunidense. Com uma resistência corajosa à categorização e às respostas fáceis, em cada história a autora mergulha na vida de personagens tão reais que poderíamos cruzar com eles na rua. Alguns têm um humor ácido, enquanto outros são absolutamente pungentes. Em tempos em que se faz absolutamente necessário questionar nossos pensamentos a respeito da raça, da negritude e dos preconceitos que cercam esses temas, "As cabeças das pessoas negras" marca a chegada de uma escritora admirável, uma nova voz que todos precisam ouvir. 
"QUEM TEM MEDO DO FEMINISMO NEGRO?", de Djamila Ribeiro. Crédito: Companhia das Letras

"QUEM TEM MEDO DO FEMINISMO NEGRO?", de Djamila Ribeiro. Crédito: Companhia das Letras

  • "QUEM TEM MEDO DO FEMINISMO NEGRO?", de Djamila Ribeiro
  • 120 páginas. Companhia das Letras
  • Sinopse: Um livro essencial, pois enquanto mulheres negras seguirem sendo alvo de constantes ataques, a humanidade toda corre perigo. "Quem tem medo do feminismo negro?" reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista CartaCapital, entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de "silenciamento", processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. Desde então, o diálogo com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, Bell Hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante. Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.

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