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Publicado em 29 de maio de 2025 às 19:00
Você chora demais? Explode com facilidade? Tem medo de tudo? E, por isso, busca a alcançar a regulação emocional? Então provavelmente você quer lidar com a sensação de desconforto ou para evitar críticas, tanto externas quanto internas.>
No entanto, é importante entender que não há nada de errado em sentir emoções. O grau de desconforto que elas causam está diretamente relacionado ao quanto elas foram reprimidas anteriormente. >
Neste artigo, vamos explorar o que é a regulação emocional, como ela pode melhorar sua qualidade de vida e quais caminhos você pode seguir para desenvolvê-la de forma gentil, sem as reprimir ainda mais.>
A regulação emocional é a capacidade de entender e gerenciar as próprias emoções. Ou seja, não se trata de controlar ou reprimir sentimentos, mas, sim, de reintegrar essas partes com acolhimento e compaixão. >
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Ao longo da vida, algumas emoções, como raiva ou tristeza, podem ser reprimidas devido a experiências passadas e à falta de recursos para lidar com elas. >
Mas ao invés de tentar silenciar essas emoções ou afastar o desconforto que elas causam, a abordagem dos Sistemas Familiares Internos (IFS), criada por Richard Schwartz, e as práticas somáticas, como a Experiência Somática (SE®) de Peter Levine, nos oferecem um caminho para restaurar essa conexão e regular nossas emoções.>
Por isso, o trabalho de regulação emocional precisa incluir o corpo. Quando reconhecemos onde as emoções se manifestam fisicamente, abrimos um espaço para que essas partes se sintam vistas e acolhidas. >
O simples ato de levar a atenção para uma sensação corporal sem a julgar já inicia um processo de autorregulação.>
Em meio aos desafios da vida, desenvolvemos mecanismos de defesa que, a princípio, nos protegem, mas, com o tempo, podem nos desconectar de nossa essência. >
No modelo IFS, nossa psique é composta por diferentes “partes”, cada uma com sua função e história. Algumas dessas partes carregam fardos emocionais profundos, enquanto outras servem para proteger-nos, evitando que certas dores venham à tona.>
Essa estrutura interna se forma, muitas vezes, a partir de experiências difíceis, quando precisamos seguir em frente sem ter os recursos para processar completamente nossas emoções. >
Essas “partes” surgem como uma forma de defesa em momentos desafiadores da vida. É como se, ao longo da vida, fôssemos acumulando pequenos fragmentos de nós mesmos. Cada emoção reprimida, cada trauma não resolvido, gera um “eu” que assume o comando para garantir nossa sobrevivência. >
Mas, ao longo do tempo, essas partes podem se tornar rígidas, nos mantendo presos a padrões emocionais repetitivos.>
A repressão emocional, como a famosa frase “Engole o choro”, pode resultar em episódios intensos de emoções reprimidas que, mais tarde, se manifestam de maneira descontrolada. Por exemplo, as lágrimas podem chegar sem hora nem lugar certos. >
Da mesma forma, quem precisava ser uma criança boazinha não podia manifestar raiva ou insatisfação que já era reprimida. Assim, quando adulta, se torna um vulcão em constante erupção.>
Por isso, a regulação emocional que é preciso acessar não se trata de controlar ou reprimir sentimentos, mas sim de reintegrar essas partes com acolhimento e compaixão. >
Assim, em vez de tentar silenciar os pensamentos acelerados ou afastar o desconforto físico, o IFS propõe que escutemos estas vozes internas com curiosidade, permitindo que se expressem e liberem seus fardos.>
A Experiência Somática destaca que o trauma não está no evento em si, mas na resposta do corpo a ele. As emoções reprimidas muitas vezes se manifestam fisicamente, como aperto no peito, nó na garganta ou tensão nos ombros. >
Por isso, para promover a regulação emocional, é essencial trabalhar também com o corpo, identificando onde essas emoções se expressam fisicamente e abrindo espaço para que essas partes se sintam vistas e acolhidas. >
O simples ato de levar a atenção para uma sensação corporal sem a julgar já inicia um processo de autorregulação.>
Exercício>
Quando sentir alguma emoção forte, pergunte a si: Onde essa emoção está no meu corpo? Como ela se manifesta? Há calor, frio, pressão? O que acontece se eu apenas observar essa sensação com curiosidade?>
Essas perguntas não exigem respostas racionais, mas um convite para que o corpo e a mente cooperem na reconstrução da segurança interna.>
A mente, frequentemente, acelera para evitar sentir. O pensamento repetitivo, a ruminação e os julgamentos internos são estratégias que algumas partes usam para evitar acessar a dor. >
No entanto, o IFS nos ensina não haver partes ruins, somente partes que carregam fardos e que precisam de espaço para se libertar.>
Combinando os modelos IFS e a experiência somática, você pode seguir um caminho gentil para a regulação emocional. O processo envolve:>
Nomear a parte que está ativa. Quem está no comando agora? A parte ansiosa? A crítica interna? A rebelde independente?>
Notar onde ela se manifesta no corpo. Tensão no peito? O estômago apertado? Dor na cabeça?>
Criar um espaço de diálogo. Perguntamos a essa parte o que ela precisa, sem tentar afastá-la ou “corrigi-la”.>
Permitir a experiência sensorial. Em vez de lutar contra a sensação, a acolhemos, deixando que se expresse e se reorganize naturalmente.>
Este processo nos permite sair do piloto automático emocional e desenvolver uma relação mais compassiva com nós mesmos.>
Talvez você não aprendeu a autorregulação quando era criança e agora precisa treinar essa habilidade. Sim, porque, como adulto, cabe você, cuidar dos sentimentos, sensações e feridas não processadas do passado. >
Para isso, precisará praticar para reconhecer os movimentos do corpo, respeitar as sensações que chegam e dar espaço para senti-las. >
Assim, terá cada vez mais habilidade de perceber as sensações chegando antes que elas se tornem incontroláveis. >
O melhor caminho para isso é através da corregulação. Ou seja, buscar alguém que lhe traga segurança e que lhe possibilite vivenciar suas sensações sem julgamento e com gentileza, como um psicoterapeuta.>
Quando damos espaço para sentir, acolher e processar, recuperamos fragmentos que haviam sido esquecidos. E, assim, aos poucos, nos tornamos mais inteiros, mais presentes e mais livres para viver com autenticidade.>
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