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Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 21:57
O senador Fabiano Contarato (PT) foi lançado, nesta segunda-feira (21), como pré-candidato ao governo do Espírito Santo pelo Partido dos Trabalhadores. Mas, a candidatura só vai sair do papel caso a federação entre PT e PSB não se concretize. Do contrário, Contarato assumiu que "a lógica" é que o PT recue.>
"Acontecendo a federação, o acordo é selado, é uma questão de cumprimento desse acordo. Se o PT e PSB ficarem juntos, é natural que quem vai concorrer a eleição é quem está no cargo majoritário. Eu vou obedecer o que o partido definir. Eu não tenho dúvida disso, pra mim é lógica", afirmou.>
Fabiano Contarato (PT)
Senador e pré-candidato ao governo do ESPT e PSB têm dialogado em âmbito nacional sobre formar uma federação para as eleições de 2022. O acordo implicaria em abrir mão de candidaturas em estados que um dos partidos já está em um cargo majoritário, como é o caso do Espírito Santo. O governador Renato Casagrande (PSB), apesar de não ter dito que vai disputar a reeleição, deve concorrer. E, assim, teria "preferência" dentro da federação.>
A aliança entre os partidos, contudo, tem encontrado entraves em alguns Estados, sendo São Paulo o principal deles. Tanto PSB quanto PT querem lançar candidatos para o governo paulista.>
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A prioridade dos petistas é clara: a candidatura do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto. Isso ficou ainda mais evidente durante o lançamento da pré-candidatura de Contarato nesta segunda-feira. O líder petista não compareceu, nem mesmo de forma virtual. Mas foi lembrado no discurso de todos os membros do diretório estadual. >
"Para nós do PT, a federação é um instrumento importante para tirar o Brasil da crise. A gente sabe que não pode fazer isso sozinho. A gente acredita em criar uma frente realmente progressista e representativa. É óbvio que o Lula é o nosso principal objetivo", afirmou a presidente estadual do PT, Jackeline Rocha (PT), que disse torcer para que a federação aconteça.>
"Temos um pré-candidato, Contarato é um bom nome e vamos construir isso. Mas sabemos que existe uma política de aliança e uma federação, que a gente torce para acontecer. O PT tem essa maturidade", destacou.>
A pré-candidatura de Contarato ao governo foi anunciada menos de um mês depois da filiação dele ao partido e acontece após críticas feitas pelo governador Renato Casagrande ao Partido dos Trabalhadores. Tanto Contarato quando Jackeline Rocha negam ter "acelerado" o movimento devido aos últimos acontecimentos, que incluíram um encontro entre o governador e o ex-juiz Sergio Moro. >
"Eu acredito que houve uma triste coincidência. Estamos em um ano eleitoral, e estamos terminando o mês de fevereiro. E quando você pretende avançar em uma candidatura, esse trabalho precisa ser feito antes. Então coincidiu, é inegável que o fato do governador ter recebido o ex-ministro Sergio Moro, isso foi um comportamento um tanto quanto imprudente, antiético por parte dele. Mas lançar ou não lançar foi uma mera coincidência", disse Contarato. >
Jackeline, por sua vez, disse não ver um enfrentamento ao PSB, apesar de considerar que as críticas feitas pelo governador incentivaram o ódio contra o partido. "Muitos petistas se sentiram atacados. Foi um ataque gratuito. Acredito que ele [Casagrande] ainda tem tempo de se retratar", pontuou. Ela, porém, descarta o lançamento de Contarato como uma resposta. >
"Nós fizemos uma conversa com Contarato há mais de um ano. Não é um processo de aceleração política, acho que não ficou visível para quem viu de fora que faríamos esse movimento", disse. >
Contarato e Casagrande mantém um bom relacionamento e até sentaram para conversar sobre as eleições deste ano, antes do senador se filiar ao PT. Segundo o petista, ele recebeu uma ligação do governador após a mudança de legenda. Contudo, considera que as críticas provocam mais distanciamento do que agregam.>
"Ninguém ganha com isso, inclusive ele. É mais positivo sentar na mesa e dialogar. Acho totalmente desnecessário esse tipo de comportamento, não agrega absolutamente nada, pelo contrário, distancia. Lamento esse tipo de comentário", disse Contarato.>
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