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Futuro de Lelo no governo Bolsonaro deve ser selado por Onyx na segunda

Futuro de Lelo no governo Bolsonaro deve ser selado por Onyx na segunda

Ex-deputado Lelo Coimbra é secretário especial Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania. Foi levado para lá por Osmar Terra, que acabou exonerado. Onyx Lorenzoni foi nomeado no lugar dele

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 19:31

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Lelo Coimbra, secretário especial do Ministério da Cidadania. (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

O ex-deputado federal Lelo Coimbra (MDB), secretário especial de Desenvolvimento Social, cargo abrigado no Ministério da Cidadania, pode ter o destino selado na próxima segunda-feira (17). O novo chefe da pasta é Onyx Lorenzoni (DEM), ex-ministro da Casa Civil. E uma reunião com a atual equipe, nomeada pelo antecessor, Osmar Terra (MDB), está agendada.

Nesta sexta (14), o Diário Oficial da União registrou a exoneração de Terra e a nomeação do demista na Cidadania. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a mudança nesta quinta (13). Dias antes, a movimentação já era dada como certa.

Apesar de ter destino incerto, Lelo continua, até agora, no posto. Ele disse à reportagem, nesta sexta, que aguarda a reunião com Onyx para definir o futuro no governo. 

"Se ele entender que eu possa contribuir ele me diz e vamos analisar juntos", afirmou. A secretaria de Lelo é a que cuida do Bolsa Família, que passa por reformulação.

Lelo não soube cravar, no entanto, o motivo da saída de Osmar Terra, que foi quem o levou para o ministério. "Está muito na conversa entre eles (Terra e Bolsonaro). O Osmar sai sereno, não é por desempenho", avaliou.

O Ministério da Cidadania, na gestão de Terra, contratou uma empresa de Tecnologia da Informação suspeita de ter sido usada como fachada para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos durante o governo Temer. A informação foi revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" pouco antes do troca-troca ministerial. Lelo, no entanto, diz que uma coisa não tem nada a ver com a outra.

"O serviço é prestado, de pessoal especializado para tocar TI em diversas áreas. Não havia no contrato em si nada que pudesse apresentar dúvidas quanto a ausência de zelo ou corrupção. É um tema à parte que assumiu outra proporção porque já havia a movimentação de mudança no ministério."

OSMAR TERRA "DESLEIXADO"

"Osmar é um cara de hábitos simples. O patrimônio que ele tem é a residência dele. Está sempre com as mesmas roupas, até meio desleixado. Não frequenta restaurantes, mesa de vinho, de bebidas. É um cara voltado para o trabalho, o conheço há 12 anos", argumentou Lelo, que chegou a substituir o então ministro quando este precisava se ausentar. Era "o número dois" da pasta.

O ex-deputado, que não conseguiu se reeleger em 2018, contou que, se não for mantido no governo federal, tem "uma vida particular". "Sou auditor fiscal aposentado do Ministério do Trabalho."

A REMUNERAÇÃO DE LELO

A remuneração bruta de Lelo, de acordo com o Portal da Transparência da União, é de R$ 47.211,27. Ele sofre um abate-teto, um desconto, de R$ 7, 917,94. Após todos os descontos, recebe R$ 32.433,88 (líquidos). A cifra é resultado não apenas do salário do cargo comissionado, mas da aposentadoria.  

Atualização: após a publicação desta reportagem, Lelo entrou em contato para dizer que, com a soma das remunerações, ele ultrapassaria o teto do funcionalismo (R$ 39,2, mil). Por isso "toda a diferença é glosada. Portanto, o cargo não me agrega remuneração, pois fica no abate-teto". 

Onyx Lorenzoni assume o Ministério da Cidadania depois de ter sido fragilizado à frente da Casa Civil, que já havia perdido funções e protagonismo. O demista, no entanto, é um aliado de primeira hora de Bolsonaro e, assim, não ficou sem abrigo.

Ironicamente, para a Casa Civil foi um militar, o general Braga Netto. Osmar Terra volta ao mandato de deputado federal.

ELEIÇÃO NO MDB-ES

Enquanto a permanência de Lelo é incerta no governo Bolsonaro, outro posto ocupado pelo emedebista está em disputa. No domingo (16) será realizada a eleição para o diretório estadual do MDB no Espírito Santo. O ex-deputado está à frente do partido há sete anos. Atualmente, comanda uma comissão provisória. 

Duas chapas se inscreveram para concorrer. A de Lelo e a do também ex-deputado federal Marcelino Fraga. Os preparativos para a eleição há tempos são cercados de idas e vindas e decisões judiciais. A comissão provisória, por mais de uma vez, barrou a inscrição de Marcelino, alegando que ele possui condenação em segunda instância na Justiça. Uma liminar (decisão provisória) garante, ao menos até agora, a participação de Marcelino no pleito. 

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