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Publicado em 16 de agosto de 2024 às 22:15
- Atualizado há um ano
A pauta ambiental vem ganhando muita visibilidade nos últimos anos e as mudanças climáticas estão impactando cada vez mais o bem estar e o dia a dia das pessoas. É preciso ter em mente que essa área é responsável por diversos serviços, como o saneamento básico, coleta de lixo, abastecimento de água e até o controle de algumas doenças, como é o caso da dengue. O professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutor em engenharia ambiental Neyval Costa Reis Junior aborda medidas eficientes que devem ser priorizadas pelos futuros eleitos no que diz respeito ao meio ambiente.>
Com as transformações ambientais que estão acontecendo ao redor do mundo, estão se tornando cada vez mais comuns os chamados eventos extremos, que são as secas muito prolongadas, chuvas intensas e desastres ambientais, como o que aconteceu em Mimoso Do Sul, em março deste ano. Os próximos chefes do poder municipal têm o compromisso de pensar em soluções de prevenção e gestão de catástrofes como essa. >
O professor explica que os prefeitos precisam se atentar às responsabilidades municipais que envolvem a gestão da contenção de encostas de um determinado morro e a ocupação indevida de algumas regiões. Atualmente, existe um levantamento de risco no Estado para analisar o que deve ser feito em cada município. >
Neyval Costa Reis Júnior
Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutor em Engenharia AmbientalO nome "plano de contingência" pode dar a impressão de que serve apenas para administrar as consequências de um desastre que já aconteceu. Entretanto, ele deve trabalhar na prevenção. “Tem que ser mais do que isso. É um plano de adaptação para evitar que aconteça o desastre", completa Neyval. >
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A tendência não é apenas chover mais ou menos do que a média, mas, sim, enfrentar os desafios que serão causados por esses desequilíbrios. Por isso os governantes têm que pensar em como a infraestrutura da cidade vai lidar com esses problemas causados na pelas chuvas muito intensas, secas prolongadas e ondas de calor. “As prefeituras têm que estar cientes dessa nova prioridade e incluir na agenda ambiental”, defende.>
O especialista explica que não é possível impedir que os eventos climáticos sejam evitados e que o aumento da temperatura global influencia diretamente esse tipo de acontecimento.>
Neyval Costa Reis Júnior
Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutor em Engenharia AmbientalA prefeitura precisa contar com o trabalho de outras entidades, como a Defesa Civil, Agência de Recursos Hídricos, Secretaria de Saúde e Secretaria de Agricultura para oferecer serviços de maior qualidade, orientados por especialistas daquela área. O doutor explica que, dessa forma, é possível prever catástrofes, níveis de chuva e calor e também os impactos causados por esses fatores na agricultura, que é uma atividade importante e que representa uma boa parcela do PIB do Espírito Santo.>
O especialista também esclarece que é preciso analisar se as culturas realizadas em determinadas regiões continuarão sendo adequadas com as mudanças do clima. “Será que aquela região que eu planto sem irrigação vai continuar sendo a mesma coisa? Será que aquela cultura específica é adequada para região a ou b? Essas são perguntas que o plano integrado visa discutir”, completa. >
As entidades responsáveis têm as tecnologias necessárias para fazer essas simulações, compreender o que pode ser feito em cada região e garantir a contenção de enchentes e o abastecimento de água, por exemplo. >
Neyval Costa Reis Júnior
Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutor em Engenharia AmbientalNeyval conta que para diminuir a poluição urbana é possível adotar medidas simples que estão ao alcance das prefeituras, como a varrição automatizada das ruas, que controla os níveis de poeira no ar. "A gente tem a emissão das indústrias, mas se essa poeira cai sob as vias e os carros passam. A poeira sobe de novo e fica ali rendendo eternamente".>
Altos níveis de poluição impactam a saúde pública porque contribuem com o desenvolvimento e proliferação de doenças. Além disso, há também o incômodo causado pelo acúmulo de poluentes, que causa um dano indireto à saúde. “Um exemplo disso é o mau odor, que causa insônia, perda de apetite, aquela dor de cabeça chata. Vai causar um dano crônico à saúde? Não. Mas piora muito a sua qualidade de vida, que a gente caracteriza como dano à saúde indireto", exemplifica. >
Neyval Costa Reis Júnior
Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutor em Engenharia AmbientalO mesmo acontece com a poluição sonora, que apesar de não ser um agravante de saúde, é desagradável para a população. Para esse problema, o doutor sugere o aumento da fiscalização feita pela prefeitura através do disque silêncio, e a intervenção em possíveis conflitos que podem acontecer entre moradores e comércios que possam causar incômodo. >
Neyval ainda fala da necessidade específica de regiões periféricas, que precisam de atenção redobrada nos cuidados, por estarem localizadas em zonas de ocupação indevida e estarem mais vulneráveis a esses tipos de acontecimentos causados pelas mudanças climáticas. >
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