Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 21:45
O anúncio do deputado federal e ex-prefeito de Cariacica, Helder Salomão (PT), de que não vai disputar as eleições para prefeito em 2020 surpreendeu os próprios correligionários. Com a sua retirada do pleito, surgem ao menos três nomes para a candidatura à prefeitura da cidade pelo partido: a ex-secretária municipal de Educação Célia Tavares que foi indicada pelo próprio Helder , a ex-deputada estadual Lúcia Dornellas e o vereador e presidente do diretório municipal do partido, André Lopes. >
Helder já vinha dando sinais de que focaria em seu mandato no Congresso Nacional, onde é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Contudo, o anúncio, feito em carta disparada pelo WhatsApp na tarde desta quinta-feira (30), não era esperado por sua base neste momento. "Esperávamos que ele discutisse mais com o partido antes de tomar a decisão. Mas respeitamos a decisão dele, ninguém será candidato sem querer ser", afirma um membro do partido.>
Internamente, havia uma pressão para Helder se lançar por ser um candidato forte e consenso entre petistas de todo o Estado. Sua saída reacende uma disputa dentro do próprio partido, observada na eleição para o diretório municipal de Cariacica, que teve quatro candidatos a presidente e só terminou no segundo turno, com a vitória do vereador André Lopes. >
No pleito, realizado em setembro de 2018, além de Lopes disputaram Jorge Davel (que era o candidato apoiado por Célia Tavares e Helder), a ex-deputada Lúcia Dornellas e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Cristovam Mendonça. >
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A largada oficial para a eleição interna para decidir o candidato do PT em Cariacica se inicia no próximo dia 13 de fevereiro, aniversário nacional de 40 anos do partido, quando será aberto o livro de candidaturas a prefeito. A intenção é tentar um acordo antes de colocar todos os nomes em disputa. >
"Estou indicando a Célia, que é alguém que tenho confiança, uma mulher proba, que teve sua experiência de gestão no município e teve uma votação significativa como candidata a senadora. Mas, vamos ouvir as outras candidaturas também. Há outros nomes interessantes. Não serei candidato, mas trabalharei ativamente no processo eleitoral", afirma Helder.>
Célia acredita que o partido não pode repetir o "erro" de quatro anos atrás, em 2016, quando não lançou candidatura na cidade. Na época, ela chegou a ensaiar uma eleição para a prefeitura. No entanto, por uma decisão da executiva estadual, à época comandada por João Coser (PT), retirou sua candidatura e o partido apoiou o então deputado estadual Marcos Bruno (Rede).>
"Esperamos que este seja um processo democrático no partido e que não se repita o erro que tivemos no passado. Foi ruim não ter candidatura. O partido se enfraqueceu. As eleições deste ano são diferentes, pois não haverá coligação na eleição proporcional (para vereadores), então é importante que os partidos lancem candidaturas para fortalecer suas chapas de candidatos", avalia Célia Tavares.>
Para a ex-deputada Lúcia Dornellas, é possível que muitos nomes surjam dentro do partido nos próximos dias, mas a tendência é que haja discussões e que o PT chegue a uma disputa entre dois candidatos. >
"Estamos vindo de uma eleição interna no partido que teve quatro chapas, o que significa que temos quatro grupos afinados. Possivelmente, teremos quatro pré-candidatos a prefeito, em um primeiro momento, que lá na frente irá se afunilar em torno de dois nomes. Quero ser uma dessas candidatas, me sinto preparada para disputar", diz.>
Vencedor da última eleição interna do PT, André Lopes afirma que vai assinar no livro de candidaturas a prefeito, mas está pronto para debater sobre o que será melhor para o partido. Em 2019, candidato do grupo da presidente estadual do partido, Jackeline Rocha, ele ficou em segundo lugar no primeiro turno, que foi vencido por Jorge Davel. Mas virou o placar, no segundo turno, ao contar com o apoio do grupo de Dornellas e do ex-deputado estadual José Carlos Nunes (PT), que não é do município, mas apoiou Cristovam Mendonça.>
"Eu, como presidente do diretório municipal, vou trabalhar para conduzir o processo de maneira democrática. Quero me candidatar, mas quero conduzir um processo de unidade. Vamos abrir o livro de candidaturas agora em fevereiro e até abril teremos uma definição", explica.>
Um plano que não está descartado no partido é compor chapa com outra candidatura do campo progressista da esquerda. Apesar da avaliação de que ainda é cedo para definições, uma alternativa já elencada é apoiar a candidatura do ex-vereador e atualmente assessor especial da Secretaria de Estado de Educação (Sedu), Saulo Andreon (PSB). Ele já foi filiado ao partido e tem bom trânsito entre petistas.>
"É um bom nome. Nome que respeitamos e vamos buscar dialogar. As proposições do PSB são interessantes e é natural que haja uma convergência com as nossas. O processo eleitoral terá lá pelo mês de junho um afunilamento e algumas candidaturas vão ser retiradas. Mais do que ter um nome, queremos ter um projeto e não está descartado compor com outros partidos. Tenho boa relação com Saulo e com o governador Renato Casagrande (PSB). Agora, é claro que isso terá que ser discutido internamente e só será concretizado se for da vontade de todos", afirma Helder.>
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