Publicado em 24 de abril de 2020 às 20:34
Durante pronunciamento em resposta ao pedido de demissão do ex-ministro Sergio Moro, na tarde desta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro voltou a citar a facada que levou durante ato de campanha em 6 de setembro de 2018. Ele insinuou que a Polícia Federal, sob o comando de Moro, não investigou o episódio com o afinco que deveria. O processo que julgou Adélio Bispo culpado pelo fato foi encerrado em julho de 2019 e, mesmo ainda podendo recorrer da decisão que declarou o réu inimputável sem condições de responder por seus atos , o presidente não o fez.
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Diversas vezes, desde o episódio, Bolsonaro insinuou que haveria um suposto "mandante" do crime. Tal teoria não foi comprovada no curso do processo, que concluiu que Adélio agiu sozinho.
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A sentença indicando que o acusado tem transtorno delirante persistente e que não poderia ser punido criminalmente foi dada em 14 de junho de 2019. Nos dias seguintes, o Ministério Público, o presidente Jair Bolsonaro e a defesa do acusado foram chamados a apresentar recurso. Contudo, ninguém se manifestou no prazo legal. >
Na ocasião, ao jornal O Globo, Bolsonaro disse que se absteve de recorrer porque sabia que ganharia, o que acarretaria uma sentença de tentativa de homicídio e um tempo considerado por ele curto de prisão. "No máximo em dois anos estaria na rua. Agora, pela insanidade mental, é prisão perpétua", disse. >
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Após o trânsito em julgado do processo, a Justiça determinou que Adélio ficasse internado por tempo indeterminado sob tratamento psiquiátrico. Inicialmente, ele foi alocado na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). No entanto, em março deste ano, a Justiça Federal do Mato Grosso do Sul determinou que ele fosse transferido para uma instalação mais adequada ao seu tratamento.
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Em 12 de março, Adélio foi internado no Hospital Psiquiátrico de Custódia Jorge Vaz, em Barbacena, Minas Gerais. Ele deverá ser reavaliado em dois anos.
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