Publicado em 5 de abril de 2023 às 08:55
A Polícia Civil fluminense concluiu, nesta segunda (3), que o capixaba Diogo Nadai, 39, mandou matar a engenheira Letycia Peixoto Fonseca, 31, para manter o casamento dele com uma professora e por vergonha da família. O crime ocorreu em 2 de março, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.>
Letycia, que estava grávida de oito meses, foi morta na porta de casa quando estacionava o carro. Imagens de câmeras de segurança mostram dois homens em uma moto parando ao lado do veículo e o que está na garupa atira contra ela. O bebê também não sobreviveu.>
A reportagem procurou nesta terça (4) do advogado do professor universitário, mas o defensor não respondeu. Nadai está preso desde 7 de março e sua defesa tenta uma liminar para soltá-lo. No último dia 27, ele ficou em silêncio durante acareação realizada na Promotoria.>
Outros quatro suspeitos de envolvimento no crime também estão presos.>
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De acordo com a polícia, Nadai, que é casado há 13 anos com outra professora, manteve nos últimos oito anos um relacionamento extraconjugal com Letycia, que era sua aluna.>
Letycia, por sua vez, acreditava estar em um relacionamento com um homem divorciado, ainda segundo a polícia. Já a esposa de Nadai não sabia da existência de Letycia.>
"Esse relacionamento com a Letycia parecia ser apenas um esquema fora do casamento, e não uma relação séria, até que, em 2018, ela engravida", disse a delegada Natalia Patão, que conduziu a investigação, em entrevista na noite desta segunda (3). Letycia sofreu um aborto espontâneo. >
Em 2019, de acordo com testemunhas ouvidas pela polícia, Nadai afirmou que estava divorciado e passou a morar também com Letycia. "As mentiras, a partir daí, foram sucessivas e infinitas. Ele tinha que conseguir manter dois relacionamentos que dizia para ambas se um relacionamento firme", disse a delegada.>
Para a Letycia, Nadai afirmava que estava em viagens de pôquer, pois os campeonatos ocorriam fora do Rio de Janeiro e duravam até dez dias, segundo a polícia. Para a esposa, contava que estava em depressão e passava noites dormindo em uma clínica psiquiátrica.>
Outras desculpas, diz a polícia, também eram usadas, como viagens a trabalho e para visitas a parentes distantes.>
"Com a gravidez da Letycia, ele já não tem mais aquela opção que ele tinha durante os oito anos, ele já não tinha mais possibilidade de escolha. A família do Diogo se apresenta com valores éticos, com princípios morais, com convicções, com crenças religiosas", afirmou a delegada. "Os amigos dele também narram que ele era moralista, então ele não tinha como apresentar um filho fora do casamento para a família.">
Segundo a delegada, Nadai contratou Gabriel Machado para intermediar o crime. Gabriel, por sua vez, contratou Dayson dos Santos como atirador, e Dayson chamou Fabiano Conceição.>
Em depoimento à polícia, Fabiano afirmou que dirigiu a moto utilizada no ataque e que teria sido contratado para um roubo, não um homicídio. Já Dayson, apontado pela polícia como autor dos disparos contra a engenheira, permaneceu em silêncio na delegacia. Os advogados deles não foram localizados pela reportagem.>
Fotos do carro que Letycia usava, além da foto do crachá de trabalho, foram enviadas aos atiradores.>
Os acusados devem responder por homicídio triplamente qualificado e pelo feminicídio contra gestante.>
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