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Médica morta em hotel de Colatina: motorista recebe alvará de soltura

Médica morta em hotel de Colatina: motorista recebe alvará de soltura

Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de fraude processual e não teve participação na morte da vítima

Publicado em 18 de outubro de 2023 às 19:05

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Juliana Pimenta Ruas El-Aouar
Juliana Pimenta Ruas El-Aouar foi encontrada morta em quarto de hotel de Colatina. (Sociais)
Médica morta em hotel de Colatina motorista recebe alvará de soltura

Preso preventivamente pela morte da médica Juliana Ruas El Aouar, ocorrida em um hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, no dia 2 de setembro deste ano, o motorista Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, teve a prisão revogada e recebeu o alvará de soltura nesta quarta-feira (18). Ele foi preso um dia após o crime.

De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o homem praticou o crime de fraude processual e não teve participação na morte. A juíza responsável pela decisão, Silvia Fonseca Silva, a partir da informação, entendeu pela medida.

Robson atuava como motorista do casal Juliana Ruas El Aouar e Fuvio Luziano Serafim. O marido da médica, ex-prefeito da cidade mineira de Catuji, permanece preso preventivamente.

Nesta quarta-feira (18) ele foi denunciado em uma ação penal ajuizada pelo MPES pelo crime de feminicídio qualificado com uso de asfixia, fraude processual majorada e consumo compartilhado de drogas. A ação ainda será analisada pela Justiça.

Confira a nota

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Colatina, informa que ajuizou a ação penal nº 0003041-31.2023.8.08.0014, em face de Fuvio Luziano Serafim pela prática das condutas de feminicídio qualificado pela asfixia, fraude processual majorada e consumo partilhado de drogas, restando imputados na denúncia os crimes previstos no artigo 121, §2º, incisos III e VI, § 2º-A, inciso II, em combinação com o artigo 13, §2°, “a” e “c”, do Código Penal com incidência da Lei nº 11.340/06(Lei Maria da Penha) c/c artigo 347, parágrafo único, do Código Penal e artigo 33, § 3º, da Lei 11.343/06, na forma do artigo 69, do Código Penal (concurso material de crimes).

Em contato com o advogado Tárcio Leite de Almeida, que fez a defesa dos dois acusados na audiência de custódia, o criminalista informou que a família de Fuvio ainda aguarda por mais informações sobre a denúncia para tomar decisões.

O advogado Adalto Tristão Dias, que foi contratado pela família da médica para atuar no caso ao lado do advogado Eliezer Vieira, afirmou que precisa conhecer melhor o teor da denúncia e que seria prematuro emitir algum posicionamento sobre o inquérito policial.

Relembre o crime

O ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, foi preso no dia 2 de setembro, suspeito de matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, em um quarto de hotel. O motorista do casal também foi preso em flagrante suspeito de participar do crime.

  • HÓSPEDES RECLAMARAM | O gerente do hotel disse que outros hóspedes reclamaram de bagunça e barulho no quarto do casal
  • MARIDO ALTERADO | De manhã, Fuvio foi até a recepção do hotel, bastante alterado, querendo pagar a conta e dizendo que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. Nesse momento, a equipe do estabelecimento chamou o Serviço de Atendimento de Urgência (Samu/192) que constatou óbito no local.
  • INFORMAÇÃO DIFERENTE | Conforme consta no boletim de ocorrência da PM, um agente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina compareceu ao local do fato para realizar as diligências. Ao questionar Fuvio sobre o que teria acontecido dentro do quarto, o homem relatou que a esposa teria passado por um procedimento cirúrgico.
  • RELACIONAMENTO CONTURBADO | O casal estava junto havia cinco anos, mas segundo Samir Sagi El-Aouar, pai da vítima, Fuvio e Juliana viviam um relacionamento com problemas há algum tempo.
  • MACHUCADOS E SANGUE | De acordo com o boletim de ocorrência, no quarto do hotel onde estavam hospedados foram encontrados pela perícia sangue nas roupas de cama e a médica toda machucada.
  • QUARTO REVIRADO | No documento consta também que os peritos encontraram o quarto revirado, com vidros de remédios quebrados e a janela do quarto onde o casal estava aberta. Isso levou aos profissionais a verificaram se se havia sido jogado para fora do espaço. A polícia informou que o caso está sendo investigado como femínicidio e homícidio.
  • LAUDO | O laudo do Serviço Médico Legal informou que a médica sofreu de hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue), asfixia mecânica; broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória) e traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral)

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