Publicado em 30 de agosto de 2020 às 19:10
Espancada, estuprada e mantida em cárcere privado pelo próprio namorado. As horas de terror que uma adolescente de 16 anos passou foram presenciadas pela mãe da menina, uma diarista de 40 anos. >
Muito abalada, ela contou que durante a tortura foi ameaçada e obrigada a filmar o estupro da própria filha, que está grávida de três meses. >
O crime aconteceu durante uma sequência de violências no município da Serra, da última sexta-feira (28) até sábado (29), quando familiares das vítimas conseguiram resgatá-las. O agressor de 26 anos não foi localizado pela polícia. >
A família da adolescente contou, em entrevista para a TV Gazeta, que a relação entre a menina e o namorado, de 26 anos, era conturbada, marcada por brigas e violência. Grávida de 15 semanas, a jovem chegou a ser pressionada a tirar a criança. >
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"Ele queria que ela abortasse, disse que iria comprar um remédio. Eu disse que não tinha mais como, que a criança já estava grande, pois ela está grávida de 15 semanas e é arriscado, minha filha poderia morrer. Ele disse que era isso que ele queria, minha filha sangrando no hospital", lembrou a mãe da menina.>
A diarista relatou que as horas de agressão tiveram início após o companheiro da filha passar o dia bebendo com alguns vizinhos. No encontro, teriam inventado que o agressor estava sendo traído. Já alcoolizado, ele chegou na residência onde vivia com a namorada e a sogra. Foi quando ele teria assediado a mãe da menina e depois iniciado as agressões contra a namorada. >
"Ele já chegou bêbado. Eu estava deitada no sofá e ele veio me alisar. Falei para ele parar, que eu iria embora. Aí ele disse que eu não precisava ir embora, que ia me deixar quieta. Ele entrou no quarto e começou a discutir com minha filha. Depois, foi na sala e disse: 'vem aqui pra você ver o que eu vou fazer com a sua filha'. Ele chamou ela e falou que ia esfaquear ela todinha. Eu pedi pelo amor de Deus, pra ele não fazer aquilo, pra não bater nela. Ele me mandou calar a boca porque senão ia sobrar pra mim também", lembra.>
A diarista conta que presenciou a filha ser espancada com socos e chutes, que tentou interferir, mas foi xingada e ameaçada pelo agressor. De acordo com a mãe da vítima, em um dos momentos ele tentou bater com uma pedra contra a cabeça da adolescente, mas ela conseguiu impedir. >
Mãe da vítima
Diarista de 40 anosFoi uma prima da adolescente que pediu ajuda para socorrer a menina e a mãe, que estava com ela. A parente conta que chegou a chamar pela vítima no último sábado. Mas, envergonhada pelos hematomas que sofreu, a garota resistiu em abrir a porta e a residência precisou ser invadida para que ela fosse salva para a maternidade de Carapina, também na Serra.>
"Meu marido recebeu uma mensagem da filha dele, acionando com urgência. Depois um amigo também mandou mensagem pedindo pra socorrermos nossa sobrinha ou ela seria morta. Minha enteada, que é prima dela, chamava e ela não queria atender, não queria mostrar o rosto. Fomos lá, minha enteada arrombou a porta pra salvá-la e a vimos cheia de hematomas. No caminho do hospital, acionamos o 190. Fizeram exames, não deu nada com ela e com o bebê, então fomos para a delegacia. Eu não dormi até agora de tanta dor no peito em vê-la tão machucada. Espero que ela consiga sair dessa relação, ou ele vai matá-la", disse a tia da vítima.>
A gestante teve lesões nos dois braços e no rosto, especialmente nos olhos, que apresentavam inchaço e roxidão. Ela recebeu alta e compareceu, ainda no sábado, ao Plantão Especializado da Mulher, na Ilha de Santa Maria, em Vitória, para prestar depoimento. Já o agressor, não foi localizado pela Polícia Militar. >
Ainda segundo o boletim de ocorrência da PM, ele é suspeito de outros crimes contra pessoa e lesão corporal leve.>
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