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Irmão e amigos de infância planejaram morte de Fernando Cabeção

Irmão e amigos de infância planejaram morte de Fernando Cabeção

Segundo a Polícia Civil, os envolvidos também tinham ligação com o tráfico de drogas de Guaranhuns. Três suspeitos de envolvimento no crime já foram presos e seis estão soltos

Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 18:04

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O assassinato de Fernando de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção, foi planejado por pessoas próximas a ele. De acordo com informações passadas nesta segunda-feira (20) pela Polícia Civil, amigos de infância e um irmão dele participaram do crime, cometido em junho do ano passado no bairro Itapuã, em Vila Velha.

Fernando Cabeção foi assassinado a tiros em Vila Velha
Fernando Cabeção estava livre há cerca de sete meses quando foi assassinado em Vila Velha. (Foto leitor | Monatagem A Gazeta)

À frente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, o delegado Tarik Halabi Souki explicou que o crime começou a ser planejado após uma desavença devido a novas regras que Cabeção implementou no tráfico de drogas da região de Guaranhuns, no mesmo município.

Aspas de citação

Ele impôs algumas regras e excluiu algumas pessoas, gerando uma animosidade e um racha no grupo de narcotraficantes. Outros líderes locais iniciaram um complô para executá-lo

Tarik Halabi Souki
Delegado titular da DHPP de Vila Velha
Aspas de citação

O irmão da vítima, que tem 42 anos, foi preso na última sexta-feira (17) no bairro Columbia, em Colatina. Escondido no interior, ele comandava o tráfico de drogas da região de Guaranhuns desde o homicídio — a polícia divulgou imagem aérea do bairro (veja abaixo). As investigações apontaram que ele foi o principal mentor do assassinato. O nome dele não foi divulgado.

Além do irmão de Fernando Cabeção, outros dois suspeitos, de 22 e 28 anos, foram detidos no mesmo dia, em Vila Velha: um no bairro Guaranhuns e outro em Xuri. Os três estão presos temporariamente por 30 dias. Já outros seis suspeitos de envolvimento no crime continuam soltos, com mandado de prisão em aberto.

A DINÂMICA DO CRIME

No dia do crime, Fernando Cabeção saiu de Vitória, onde morava, para ir a um churrasco na casa do pai, em Guaranhuns. “Ele estava sendo vigiado e, quando saiu, passou a ser perseguido por cinco indivíduos, três de carro e dois de moto, até parar em um semáforo da Terceira Ponte, onde foi cercado”, contou Tarik.

De acordo com o delegado, a vítima levou cerca de 15 tiros. Em seguida, os executores fugiram e incendiaram o automóvel usado por eles. “Além deles, três ajudaram a vigiar, sendo os mentores intelectuais, e um foi responsável por conseguir os veículos utilizados no homicídio”, disse.

Carro utilizado pelos executores no assassinato de Fernando Cabeção foi incendiado pelos criminosos após o crime
Carro utilizado pelos executores no assassinato de Fernando Cabeção foi incendiado pelos criminosos após o crime. (Divulgação | Polícia Civil)

O carro em que a vítima estava era um BMW, dirigido pela esposa de Fernando Cabeção. O casal foi cercado na Avenida Doutor Olívio Lira (antiga Avenida Carioca), na altura do Shopping Praia da Costa. O traficante não resistiu aos tiros, e a mulher sofreu alguns ferimentos em consequência dos estilhaços de vidro.

ENVOLVIDO EM MORTE DE JUIZ: RELEMBRE O CASO

No dia 24 de março de 2003, o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, de 32 anos, foi assassinado com três tiros quando chegava a uma academia, no bairro Itapuã, em Vila Velha. O magistrado integrava uma missão especial federal que, desde o ano anterior, investigava ações do crime organizado no Espírito Santo.

No total, dez pessoas foram acusadas de participar do crime, entre elas o Fernando Cabeção, que foi apontado como um dos intermediários. Após a confirmação da morte dele em junho de 2020, o pai do juiz comentou o ocorrido e disse que "todo o óbito é lamentável, mas que ele recebeu o que merecia".

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