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Grupo protesta na porta de batalhão da PM após agressão a mulher no ES

Grupo protesta na porta de batalhão da PM após agressão a mulher no ES

Manifestantes carregavam cartazes em repúdio à ação dos militares, além de pedirem por justiça e pelo fim da violência; policiais já foram afastados pela PM

Publicado em 29 de setembro de 2021 às 14:02

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Grupo protesta contra policiais que agrediram idosa durante ação em Guarapari
Grupo protesta contra policiais que agrediram mulher durante ação em Guarapari. (Fernando Madeira)

Um grupo de mulheres fez uma manifestação em frente ao 10º Batalhão de Polícia Militar, em Guarapari, para protestar contra a abordagem de policiais militares que terminou em agressões com chutes, socos e joelhada a uma mulher no município no último sábado (25). Os militares envolvidos no caso foram afastados pela PM nesta quarta-feira (29).

Grupo protesta contra policiais que agrediram idosa durante ação em Guarapari(Fernando Madeira)

As manifestantes carregavam cartazes em repúdio à ação dos militares, além de fazerem pedidos por justiça e pelo fim da violência. Um comunicado do Coletivo Feminista de Guarapari Mulheres que Lutam, que organizou o ato, exige que a Polícia Militar tome atitudes em relação à conduta dos militares.

"Enfatizamos que não vamos admitir que os autores da violência fiquem impunes. Exigimos que a Polícia Militar tome providências em relação ao policial que, embora tenha o dever de zelar pela segurança, agiu de maneira inadmissível, ferindo a integridade física e psicológica de uma civil", diz o texto.

ENTENDA O CASO

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um policial militar agredindo uma mulher no bairro Lameirão, em Guarapari, na tarde do último sábado (25). Nas imagens, um PM dá joelhada e socos na mulher, que também é contida por outro policial. Mesmo no chão e imobilizada, o PM ainda deu um tapa no rosto da mulher.

Segundo a Polícia Militar, os policiais foram dar apoio ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) porque a mulher estava em surto, agressiva e seria internada compulsoriamente, ou seja, contra a vontade dela.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que a paciente foi transferida no domingo (26) para o Hospital Estadual de Atenção Clínica."Ela está sendo assistida e recebendo atendimento especializado. A direção tenta contato no número de celular cadastrado, mas ninguém atende", afirmou.

POLICIAIS DÃO VERSÃO PARA ABORDAGEM

A Associação de Cabos e Soldados divulgou na manhã desta quarta-feira (29) a versão dos policiais militares envolvidos no caso que terminou com as agressões à idosa. Segundo a publicação, os militares teriam agido em legítima defesa, uma vez que a idosa teria atacado um deles com uma mordida.

"No último sábado, 25 de setembro, dois policiais do 10º Batalhão da PMES foram chamados para dar apoio a uma ocorrência do SAMU, na qual uma mulher com transtornos mentais em surto agrediu sua vizinha com um golpe de faca. Os policiais acionados chegaram ao local e abordaram a mulher, que reagiu a abordagem dos militares de forma agressiva, desferindo uma mordida em um dos nossos policiais presente na ocorrência. Diante da resistência da envolvida, os militares em legítima defesa, de forma mais enérgica, imobilizaram a mulher", diz a nota divulgada.

MILITARES FORAM AFASTADOS

Nesta quarta-feira (29), em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, o tenente-coronel Marques, da Corregedoria da Polícia Militar, explicou que o inquérito policial é a primeira medida a ser tomada em situações como essas e que, posteriormente, será feita a análise das imagens e da conduta dos policiais. Marques explicou que, após o inquérito, pode ser instaurado um processo disciplinar e até uma ação penal.

"Todas as provas e imagens devem seguir o processo legal. A Polícia Militar é extremamente legalista, a sociedade deve estar certa de que os bons e os maus policiais são punidos por atos dolosos e até no descuido no atendimento à população. Então, a medida adotada inicialmente é o inquérito e seus desdobramentos, que pode ser um processo disciplinar e, depois, um encaminhamento para a Justiça Militar para que tudo seja analisado pelo Ministério Público Militar e, provavelmente, vire uma ação penal", disse.

Na tarde desta quarta-feira, a Polícia Militar confirmou que os dois militares envolvidos no caso e que aparecem no vídeo haviam sido afastados da corporação.

"INACEITÁVEL", DIZ CASAGRANDE

"Inaceitável." É assim que o governador Renato Casagrande (PSB) definiu a conduta do policial militar flagrado, em vídeo, dando socos e joelhada em uma mulher no último sábado (25), em um bairro de Guarapari. Em publicação feita nas redes sociais nesta terça-feira (28), o chefe do governo do Espírito Santo garante ter pedido "apuração rigorosa e providências imediatas" ao Comando Geral da Polícia Militar.

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