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Assassinato em Cariacica motivou ataque que matou duas pessoas na Vila Rubim

Assassinato em Cariacica motivou ataque que matou duas pessoas na Vila Rubim

Após prender um dos suspeitos pelo ataque, a titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), Raffaella Aguiar, apontou relação entre os crimes ocorridos entre os dias 14 e 15 de março

Publicado em 15 de julho de 2020 às 12:44

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Moradores de rua foram baleados na Rua Consultor Vitorino Teixeira, na Vila Rubim
Moradores de rua foram baleados na Rua Consultor Vitorino Teixeira, na Vila Rubim. (Natalia Devens)

Um homicídio ocorrido no dia 14 de março, na região do Morro do Quiabo, em Cariacica, motivou o ataque na Rua Consultor Vitorino Teixeira, na Vila Rubim, em Vitória, no dia seguinte, que deixou duas pessoas mortas. Esta é a conclusão da polícia para o caso, que ainda resultou na prisão de um dos suspeitos de ter atirado e executado dois dependentes químicos e deixar nove pessoas feridas.

A detenção ocorreu nesta terça-feira (14), em Cariacica. Segundo a delegada responsável pelo caso, Raffaella Aguiar, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), os crimes têm ligação com o tráfico de drogas.

"No dia 15 (de março) ocorreu o evento que vitimou duas pessoas e ainda feriu mais nove pessoas. Na noite noite anterior, teve um homicídio em Porto Novo, em Cariacica, e durante as investigações, a gente percebeu que aquilo tinha uma ligação. A motivação para aquelas duas motocicletas com dois ocupantes terem se dirigido para a Vila Rubim e efetuado os disparos, era atingir uma associação criminosa de um bairro aqui de Vitória, que teoricamente tenha sido responsável por esse crime", disse a titular da DHPM.

A ação brutal dos criminosos não surpreendeu a Polícia. Segundo a delegada, o tráfico tem as próprias leis e não há consciência moral.

"O tráfico de modo geral é covarde e muito cruel. Ele acaba fazendo com que toda população que está ao redor dele sofra e fique submissa. Eles não têm esse pensamento de que são só dependentes químicos. Com frequência vemos casos de grupos rivais que vão em outros bairros e atiram em quem estiver na rua. Não há consciência moral ou perdão", disse a delegada.

Na coletiva desta quarta-feira (15), a titular da DHPM explicou que os criminosos não tinham alvo definido e atiraram em quem estava no local para intimidação e também atrair a atenção da polícia para a região.

"Na verdade, eles estavam ali para alvejar qualquer pessoa que lá estivesse. Naquela rua não há apenas dependentes químicos. Para que estes consigam manter o vício, obviamente há pessoas que vendem drogas ali. Com a ação, eles atraem a polícia para aquele local, prejudicando o comércio (de drogas) naquela região", contou a delegada.

SUSPEITO IDENTIFICADO

Além da prisão já efetuada, a Polícia Civil já identificou outro envolvido neste duplo homicídio. Ao todo, quatro pessoas participaram do ataque na Vila Rubim. A polícia não revelou o nome dos suspeitos.

A delegada Raffaella Aguiar, da DHPM, concedeu coletiva sobre a prisão de um dos envolvidos no duplo homicídio
A delegada Raffaella Aguiar, da DHPM, concedeu coletiva sobre a prisão de um dos envolvidos no duplo homicídio. (Divulgação/Polícia Civil)

"O que a gente prendeu ontem está em prisão temporária, e tem outro já identificado. Tanto que quando fomos cumprir os mandados em Porto Novo e Porto Santana, visitamos vários endereços onde ele poderia estar, por isso a gente pede ajuda da população desses bairros. A gente sabe que os moradores de locais onde há tráfico tem medo de passarem informações, mas eles podem utilizar o 181 (Disque-Denúncia) para que possamos efetuar a prisão", salientou.

VÍTIMA SEM IDENTIFICAÇÃO

Entre as pessoas que foram mortas pelos disparos, está uma mulher. Quatro meses após o crime, ela ainda não foi identificada.

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"A mulher que morreu nesse ataque não foi identificada até hoje. Então se algum parente ou familiar identificar a falta de alguém, é bom que procure o DML (Departamento Médico Legal)  para quem sabe conseguirmos identificá-la", pede Raffaella Aguiar.

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