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Adolescente de 16 anos é morto a tiros em Aribiri

Adolescente de 16 anos é morto a tiros em Aribiri

Jovem estava andando de bicicleta com um amigo quando um carro passou por eles, com três indivíduos. Foram feitos disparos contra Rayan Souza de Costa

Publicado em 1 de março de 2020 às 10:53

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Rayan Souza de Costa morreu assassinado no Aribiri. (Reprodução)

Um adolescente de 16 anos foi morto a tiros no bairro Aribiri, em Vila Velha, na noite deste sábado (29), por volta das 19h. Ele foi atingido com cinco perfurações, segundo a Polícia Militar. 

Testemunhas contaram que Rayan Souza de Costa e um amigo estavam de bicicleta passando pela Rua Saldanha da Gama quando os três desconhecidos chegaram num veículo, um Peugeot Prata,  na direção contrária e dispararam contra o rapaz. 

Após os disparos, os três criminosos fugiram e abandonaram o carro na Rua Jacarandá e saíram correndo carregando uma metralhadora.

Segundo moradores da região, no momento que o carro foi abandonado cerca de 10 crianças estavam no local brincando. Todos se assustaram e saíram correndo. O crime aconteceu a 200 metros de onde morava a menina Alice, assassinada dentro de casa.

Rua onde jovem foi morto em Aribiri, Vila Velha. (Raquel Lopes)

Uma moradora do bairro, que preferiu não se identificar, informou que escutou uma gritaria no momento que o carro foi abandonado na rua. “Muita gente gritou porque as crianças estavam todas na rua brincando. É o horário que saímos com as crianças de 3 a 8 anos. Somos acostumados a deixar os meninos na rua, mas estamos correndo risco", diz.

NOTÍCIA POR TELEFONE

A mãe de Rayan, de 47 anos, que preferiu não se identificar, relatou que o filho saiu de casa às 14 horas no sábado para encontrar um amigo. A notícia da morte, horas depois, ela recebeu de um conhecido quando estava voltando do supermercado.

Mãe de jovem que morreu. (Raquel Lopes)

A mulher disse que o filho era usuário de maconha e que teve envolvimento com o tráfico no passado. Mas relatou que o filho, que era aluno do nono ano do ensino fundamental, começaria um estágio na próxima quarta-feira (4) na Prefeitura de Vila Velha. Ele tinha um irmão mais velho por parte de pai que é policial militar. 

A Polícia Civil ainda não identificou os suspeitos, mas disse que irá investigar o caso.  

INSEGURANÇA 

Uma moradora do bairro, que preferiu não se identificar, informou que a comunidade convive  com a insegurança, com mortes, roubos e furtos na região. “Não nos sentimos seguros mais, estamos amedrontados no bairro”, relata.

Outro morador, que também não quis se identificar, disse que a situação tem piorado desde a morte de Alice. “Nosso bairro está muito perigoso, nem na rua podemos ficar mais”, declara.

A Polícia Militar, por meio de nota, informou que desde o mês passado foi iniciada uma operação de reforço policial com saturação em toda a região da 5ª Companhia do 4º Batalhão. O reforço, que acontece por tempo indeterminado, vem sendo feito por militares em escalas extras, e pela Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp). A PM ressalta que conta sempre com a contribuição da população, por isso, denúncias sobre indivíduos que estejam agindo no local podem ser feitas através do Disque-Denúncia (181). O sigilo e o anonimato são garantidos.

A auxiliar de cozinha de 47 anos, que preferiu não se identificar, é mãe de Rayan Souza da Costa. Ela relatou que o filho era usuário de maconha, mas já não estava mais envolvido com o tráfico. O jovem começaria um estágio na quarta-feira (4) na Prefeitura de Vila Velha e era aluno do nono ano do ensino fundamental.

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    Ele saiu à tarde com um amigo depois de receber uma ligação. Durante a tarde fiquei ligando diversas vezes para ele voltar e sempre me dizia que estava vindo. Quando eu estava voltando do supermercado, por volta das 19 horas, veio a notícia que mataram meu filho. Eu entrei em desespero, meu único filho.

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    Ele foi envolvido com o tráfico de drogas, mas saiu porque iria entrar num estágio na prefeitura. Ele era usuário de maconha e disse que iria parar depois que estivesse com o estágio concluído. Agora, ao invés dele parar, pararam meu filho. É muito difícil para uma mãe.

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    Acho que ele foi morto porque estava do lado de uma pessoa que era o alvo do crime. Ele não queixava nada comigo de estar sendo ameaçado ou que estava devendo alguém. Mas ele saiu com uma pessoa que estava sendo ameaçada.

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    Já fui e peguei ele nos braços várias vezes, já sacudi e trouxe para casa. Ele falava que eu estava fazendo ele passar vergonha no meio dos amigos, mas eu dizia que queria o bem dele. Não queria o mal nunca. Eu dizia que eu não queria chorar por ele, mas que ele chorasse porque eu fui.  Hoje sou eu quem choro por ele, meu único filho, foi a droga quem levou.

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    Ele dizia que sabia o que estava fazendo, falava que nessa vida você entra para matar, morrer ou ir para a cadeia. Eu perguntava que arma ele tinha e respondia que nenhuma. Ele nunca teve arma, canivete.

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