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Pescadores acampam em escritório da Fundação Renova em Aracruz

Pescadores acampam em escritório da Fundação Renova em Aracruz

Manifestantes dizem que todos são pescadores e donos de embarcações em Aracruz e, até agora, não foram chamados para nenhum acordo de indenização da Renova

Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 09:40

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Pescadores dormem em escritório da Fundação Renova em Aracruz em sinal de protesto. (Rafael Carlos da Silva)

Pescadores de Barra do Riacho, em Aracruz, no Norte do ES, estão acampados desde a manhã de segunda-feira (9) no escritório da Fundação Renova, no Centro da cidade, em protesto pelo não recebimento do cartão emergencial e a indenização paga aos atingidos pelo desastre em Mariana, Minas Gerais. Cerca de 25 pessoas estão no local.

SEM CARTÃO EMERGENCIAL

Segundo os pescadores, há quatro anos eles estão tentando conseguir o cartão emergencial, mas não estão sendo atendidos pela Renova, que alega que eles não possuem a documentação que comprova que são pescadores ou assemelhados. Mas, de acordo com eles, todos são pescadores e donos de embarcações em Aracruz e, até agora, não foram chamados para nenhum acordo de indenização.

Alguns deles estão sem poder exercer a pesca, e dependem da atividade para poder colocar a comida na mesa e pagar o aluguel, como é o caso do Rafael Carlos da Silva. Ele disse que tem um filho pequeno, a mulher está desempregada e ele não sabe o que fazer.

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“Olha, está muito díficil. Tenho contas para pagar e não sei o que fazer. Nossa vida estava tranquila, pois a gente ia pro mar e tirava dele o nosso sustento, mas veio isto que a Samarco fez, e agora eles não querem reparar o que fizeram com a gente”, desabafou. (Ele se refere ao rompimento da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais, que contaminou o Rio Doce e o mar, na região Norte do Estado, com rejeitos de minério).

Rafael carlos dos Santos - Pescador
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DOCUMENTAÇÃO

Segundo a presidente da Colônia de Pesca de Barra do Riacho, Nadia Mattos Rodrigues, a falta de atendimento e informações por parte do escritório da Renova em Aracruz sobre as indenizações é um dos motivos do protesto.

A presidente da colônia informou que tem pescadores que estão com a documentação em dia, atualizada, mas a Renova não quer incluir estas pessoas no programa de indenização e muitos deles estão passando sérias dificuldades.

Ela disse que tem pescador profissional passando necessidades e a Renova fica “arranjando” motivos para não incluí-los como beneficiários do cartão emergencial. Nadia informou que os manifestantes prometeram que só vão deixar o escritório da Renova em Aracruz quando algum responsável pela parte financeira da Fundação for ao local conversar com eles.

O QUE DIZ A RENOVA

A reportagem de A Gazeta procurou uma resposta da Fundação Renova. A Fundação informou, por meio de nota, que considera legítima qualquer manifestação popular, coletiva ou individual e reafirma que possui o diálogo como prática norteadora de suas ações. As demandas referentes à manifestação em Aracruz se referem ao reconhecimento de pescadores de subsistência.

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Em relação a este grupo, a Fundação afirma, na nota, que “devido à natureza informal, está implementando critérios de acordo com a situação”, mas não explicou quais são estes critérios.

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