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'Imóvel foi vistoriado', diz representante de dono de prédio que desabou

"Imóvel foi vistoriado", diz representante de dono de prédio que desabou

Délio dos Santos Silva esteve nesta tarde em frente ao prédio que desabou na madrugada desta quarta-feira (15) no Centro de Vitória; ele alega que o imóvel não estava abandonado, apenas fechado, e que a Prefeitura Municipal de Vitória realizou vistoria no ano passado

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 19:54

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Délio Santos Silva, representante do proprietário do imóvel que desabou no Centro de Vitória, junto com a Fiscalização do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do ES. (Fernando Madeira)

Um imóvel antigo localizado na Rua Sete de Setembro, no Centro de Vitória, desabou na madrugada desta quarta-feira (15), e o representante de um dos proprietários, Délio dos Santos Silva, afirmou que o prédio não estava abandonado, apenas fechado, e que foi vistoriado no ano passado.

Délio conversou com a reportagem de A Gazeta e disse que a Prefeitura Municipal de Vitória realizou regularmente vistorias nos últimos cinco anos. "Encontraram irregularidades, pediam para fazer limpezas, retiradas de entulho, entre outras coisas. Em todas as solicitações, o proprietário atendeu", afirmou.

Délio Santos Silva, representante do proprietário do imóvel que desabou no Centro de Vitória, junto com a Fiscalização do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do ES. (Fernando Madeira)

O representante do proprietário ainda relatou que a prefeitura chegou a notificar e pedir para que o proprietário fizesse a retirada da laje, o que, segundo ele, prontamente foi feito. "O prédio não estava abandonado, estava fechado. As chaves estão comigo. Estávamos sempre vistoriando para não haver invasão", disse.

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No ano passado mesmo, alunos de arquitetura de uma faculdade de Vitória estiveram no prédio para fazer um projeto de revitalização. O projeto foi feito, mostra as condições do prédio, tem foto e tudo. Na minha visão, ele não apresentava nenhum risco de desabamento, nenhuma rachadura, nada, até porque demos acesso a vários alunos. Eu não abriria se tivesse esse risco

Délio dos Santos Silva
Representante de proprietário do imóvel que desabou
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Délio disse ainda que as vistorias foram notificadas, e a última foi em maio de 2019. Segundo ele, o documento afirma, no final, que o prédio estava limpo e com condições. O representante diz que o próximo passo vai ser contratar uma empresa para limpar o local, e pedir que um engenheiro avalie os danos.

Délio Santos Silva, representante do proprietário do imóvel que desabou no Centro de Vitória, junto com a Fiscalização do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do ES. (Fernando Madeira)

A reportagem de A Gazeta demandou a Prefeitura Municipal de Vitória para confirmar as informações passadas por Délio em entrevista. O órgão ainda não respondeu.

"RISCO EM MAIS DE 100 IMÓVEIS", DIZ DIRETORA DE CULTURA

De acordo com a Diretora de Cultura da Associação dos Moradores do Centro de Vitória, Stael Magesck, no final do ano passado um grupo fez uma campanha para colocar em pauta os imóveis fechados e abandonados no centro histórico.

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A campanha durou três meses com várias ações. No dia 23 de novembro, fizemos um mutirão de denúncias. Nos dividimos em grupos pelo Centro de Vitória, passando por várias ruas fazendo esse mapeamento. Um imóvel fechado no Centro desvaloriza toda a região, põe em risco a integridade física de uma pessoa

Stael Magesck
Diretora de Cultura da Associação dos Moradores do Centro de Vitória
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Stael diz que 104 imóveis com riscos foram identificados pelo grupo. "Muitos estão como esse, muitos podem cair a qualquer momento. Fotografamos e registramos inclusive imóveis com mais de 10 anos fechados. A situação é pior do que se pode imaginar", contou a diretora e moradora do Centro de Vitória.

Magesck afirmou que horas antes do desabamento, estava em um bar em frente ao imóvel. "Saí daqui ontem era meia-noite. Às 5h o imóvel caiu, desmoronou. Estamos cobrando. Não caiu em um lugar isolado, está no coração da Rua Sete. Pessoas passam por aqui, crianças... Prefeito, por favor, isso é uma questão de responsabilidade com o ser humano. Isso aqui é falta de cuidado com o povo", finalizou.

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