Publicado em 2 de fevereiro de 2020 às 12:03
Bares fechados, confusão e muita sujeira. Foi o que se viu na Praia do Canto, em Vitória, após a realização de um bloco clandestino na região do Triângulo das Bermudas, na tarde de sábado (1º). O evento pré-carnaval era de conhecimento da prefeitura e da Polícia Militar, o que não evitou os problemas. Agora, a Associação Comercial da Praia do Canto avalia entrar com uma ação no Ministério Público, na tentativa de evitar que novos tumultos aconteçam. >
De acordo com César Saade, presidente da Associação Comercial da Praia do Canto, na última quinta-feira (30), houve uma reunião entre representantes do bairro e autoridades para traçar estratégias na tentativa de evitar problemas. >
"Foi um evento previamente conhecido pelas autoridades, tanto prefeitura, Policia Militar e Polícia Civil. Com conhecimento prévio desse evento não autorizado, fizemos reunião na quinta-feira e foi feita uma prévia de medidas preventivas para evitar que a baderna, que se instalou, acontecesse. O caos se instalou. Ou não cumpriram as medias ou, se cumpriram, não deslocaram efetivo suficiente para evitar que isso acontecesse", reclamou.>
Como o mês de fevereiro está no início, com previsão de outros eventos pré-carnavalescos, Saade afirma que a função da associação é cobrar para evitar novos transtornos.>
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César Saade
Presidente da Associação Comercial da Praia do CantoPor conta da confusão, da grande aglomeração de pessoas e do trânsito caótico na região, muitos bares chegaram a não abrir as portas neste sábado (1º). Essa é uma orientação da própria associação, na tentativa de evitar maiores prejuízos e de preservar funcionários e clientes. "O proprietário assume o prejuízo de não abrir, para evitar danos maiores", diz Saade.>
Para tentar evitar que o tumulto fosse para dentro dos estabelecimentos comerciais que já estavam abertos, alguns bares da região colocaram grades em volta dos respectivos pontos. A medida não é inédita e já foi adotada em outros eventos, como a transmissão da final da Libertadores, em novembro do ano passado, na qual a Flamengo se consagrou campeão. >
Para o presidente do Sindbares, Rodrigo Miguel Vervloet, o Estado precisa encontrar uma solução para que situações como essa não voltem a acontecer. "A gente não tem condição de ficar refém de uma situação dessas. O que aconteceu ontem foi um absurdo", protesta.>
Rodrigo Miguel Vervloet
Presidente do SindibaresDurante a confusão, duas pessoas que participavam do evento foram detidas em uma ação realizada em conjunto pela Guarda Municipal de Vitória e a Polícia Militar. Ambas foram levadas para a Delegacia Regional: uma por consumo de drogas, e outra por tráfico. >
Além das detenções, os proprietários de dois carros de som também foram notificados onze vezes, em multas que somam R$ 72,6 mil. A polícia também apreendeu nove caixas de som, uma caixa de cigarro e uma botija de gás, entre outros produtos que estavam sendo comercializados por ambulantes informais. >
Ainda no sábado (01), a Prefeitura de Vitória confirmou que tinha conhecimento prévio sobre a possível realização do evento na Praia do Canto e, por isso, intensificou as operações com equipes da Guarda Municipal, da Polícia Militar e de agentes de fiscalização. >
Neste domingo (02), a reportagem de A Gazeta voltou a entrar em contato com a Prefeitura de Vitória, que afirmou ter executado todo o planejamento feito na reunião com os moradores e comerciantes do bairro e que o objetivo principal foi alcançado: preservar a vida das pessoas.>
A reportagem também fez contato com a Polícia Militar, que, por nota, afirmou que "manteve o policiamento reforçado na região do Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, durante todo o evento, com efetivo da Força Tática, a fim de reprimir e prevenir a ocorrência de crimes. Inclusive, durante patrulhamento pelo local, um menor foi abordado. Com ele foi apreendida uma pistola, de calibre 380, com 17 munições". E ressaltou que "fiscalizações de festas irregulares cabem às prefeituras".>
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