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Justiça obriga McDonald's a pagar tíquete a mais de 800 empregados no ES

Justiça obriga McDonald's a pagar tíquete a mais de 800 empregados no ES

McDonald's fornecia apenas os lanches vendidos no local aos funcionários, sem que houvesse opção mais saudável ou o pagamento do vale-alimentação

Publicado em 2 de junho de 2023 às 16:43

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Unidade do McDonald's na Praia do Canto, em Vitória
Unidade do McDonald's na Praia do Canto, em Vitória. (Carlos Alberto Silva)

Mais de 880 trabalhadores e ex-funcionários do McDonald's no Espírito Santo vão receber nos próximos dias valores referentes ao vale-alimentação do período entre 2003 e 2008. Além disso, a rede de fastfood terá que adequar os salários para respeitar o piso salarial dos colaboradores.

A determinação foi dada em outubro de 2021 pela 6ª turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que manteve a condenação dada pelo Tribunal Regional do Trabalho no Espírito Santo (TRT-ES). Agora, o processo entrou na fase de execução, devendo o McDonald's cumprir a decisão.

A Corte se baseou nas convenções coletivas das categorias de trabalhadores que atuam na rede de lanchonete. A decisão deve afetar outras unidades da empresa no Brasil e também repercutir em outras redes de fast food e pequenas lanchonetes.

Até 2008, o McDonald's fornecia apenas os lanches vendidos no local aos funcionários, sem que houvesse opção mais saudável ou o pagamento do vale-alimentação. A ação foi movida em 2008 pelo Sindicato dos Trabalhadores de Bares, Restaurantes, Hotéis e Cozinhas Industriais do Espírito Santo (Sintrahotéis).

Justiça obriga McDonald's a pagar tíquete a mais de 800 empregados no ES

O presidente da entidade, Odeildo Ribeiro, ressalta que a ação foi motivada pela prática de irregularidades por parte da empresa e o não cumprimento da norma coletiva local. “A partir deste caso, convenções coletivas de trabalhadores passaram a não permitir esta prática. É uma vitória da categoria. Estamos felizes com o fechamento deste caso”, comenta.

A advogada trabalhista responsável pelo caso, Simone Malek Rodrigues Pilon, explica que a rede de fastfood solicitou um acordo com a categoria. Para isso, o processo foi paralisado para que os trabalhadores fizessem assembleias nos dias 30 e 31 de maio, com o objetivo de aprovar a sugestão da empresa.

“A companhia apresentou um valor estimado para os pagamentos. Se não houvesse esse acordo entre as partes, poderia haver uma demora ainda maior para o recebimento da quantia, pois haveria contestações dos valores. A proposta foi aprovada pela categoria e acredito que em até 90 dias os trabalhadores já estejam com o dinheiro na conta. A ação já tramita há 15 anos”, ressalta a advogada.

Ela lembra que a alimentação oferecida pelo McDonald’s era sanduíche, o que não condiz com uma alimentação saudável. “O brasileiro se alimenta de arroz, feijão, carne, macarrão, entre outros. Depois de tanto tempo, o processo está em sua fase final”, destaca.

Já Odeildo Ribeiro, do Sintrahotéis, avalia que esse tipo de decisão faz com que as empresas vejam a categoria com o olhar social, de modo que se respeite a norma coletiva vigente e benéfica à saúde de cada um dos funcionários, retirando todo e qualquer tipo de risco iminente a sua saúde.

“A reforma trabalhista reforçou que o negociado prevalece sobre o legislado, de modo a fortalecer as negociações coletivas e suas normas específicas, e assim obrigando as grandes multinacionais a cumprirem a lei local”, afirma o presidente.

O que diz a empresa

Procurada pela reportagem para comentar o caso, a empresa Arcos Dourados, que opera a marca McDonald’s no Brasil, afirmou que não comenta processos judiciais em andamento e reiterou compromisso de respeito e de total cumprimento da legislação trabalhista e Convenções Coletivas de Trabalho.

"A companhia reforça ainda que há vários anos já aderiu ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e que atua em jornada fixa com seus colaboradores", finaliza

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